Rupert Murdoch anunciou o jornalista Robert J. Thomson, na terça-feira (20/5), como o novo principal editor do Wall Street Journal, um dos cargos mais importantes da indústria jornalística americana. Thomson, de 47 anos, chefiou o Times of London e a edição americana do Financial Times. Ele substitui Marcus W. Brauchli, forçado a deixar o cargo de chefe de redação depois de menos de um ano no posto.
Murdoch, dono do grupo News Corporation, comprou a Dow Jones, empresa proprietária do Journal, no fim do ano passado. Além de comandar o jornal, Thomson terá também o título de editor-chefe da Dow Jones. Desde a compra da companhia por US$ 5 bilhões, concretizada em dezembro, Murdoch deixou claro que planejava mudar o perfil do diário, voltado ao setor financeiro. O empresário pretende expandir sua cobertura nas áreas de política e temas nacionais e internacionais, diminuir o tamanho dos artigos e aumentar o número de matérias quentes na primeira página.
Vontade antiga
Quando assumiu o Journal, há cinco meses, Murdoch indicou Thomson ao cargo de publisher do diário – mas, curiosamente, sem as responsabilidades esperadas de um publisher. Na ocasião, em uma entrevista, Thomson chegou a dizer que era o ‘líder de conteúdo’, o que demonstrou que seu papel nas futuras mudanças no Journal seria de destaque. Na redação, isso foi visto como um sinal de diminuição da autoridade de Brauchli.
Pessoas próximas à compra da Dow Jones sabiam que Murdoch tinha a intenção de colocar o Journal sob o comando de Thomson. Mas por causa de um acordo com a família Bancroft, que controlava a empresa, o empresário não podia demitir ou nomear um novo chefe de redação sem o consentimento de um comitê especial – criado justamente para proteger a integridade editorial do jornal. O espaço para fazê-lo foi aberto com o pedido de demissão de Brauchli, em abril.
Thomson deverá fazer mudanças na aparência do Journal em breve. A equipe deverá ser aumentada, especialmente o número de correspondentes internacionais. Sabe-se que Murdoch e Thomson concordam que o jornal tem muitos editores em relação ao número de repórteres, e por isso espera-se que haja uma reestruturação na redação. Informações de Richard Pérez-Peña [The New York Times, 21/5/08].