Sob o título ‘Brasil e Rússia criarão foguete e avião de quinta geração’, o jornal Pravda anuncia a novidade que não foi destaque em nenhum jornal brasileiro.
Segundo a reportagem, foi firmado um acordo de cooperação entre os dois países para lançamento de mísseis, construção de aviões que atingem a velocidade Mach II (duas vezes a velocidade do som no ar) e satélites pesados, podendo mesmo chegar a cinco toneladas a uma altura de 500 quilômetros da superfície da Terra.
Assinado pelo ministro Mangabeira Unger, dos Assuntos Estratégicos, e o vice-presidente russo do Conselho de Segurança, Valentin Sobolev, o acordo foi firmado no dia 15 de abril de 2008, em Brasília.
O Brasil, com este passo, entra para o ultra-restrito grupo de países que são potências espaciais.
Vai além. A mesma reportagem revela a transferência de tecnologia francesa para construção de submarinos nucleares, da classe ‘Scorpene’, aliada a um projeto mais audacioso. Trata-se de retirar dos norte-americanos a hegemonia nos satélites de posicionamento global, o GPS, capaz de localizar com precisão qualquer ponto da superfície terrestre em questão de segundos. O projeto também será de cooperação entre Rússia e Brasil.
Fato surpreendente
Não posso imaginar a causa de notícia de tamanho vulto não ter causado manchetes tanto da mídia brasileira, como estrangeira. O fato é que o assunto é verdadeiro, com acordo firmado no Planalto.
Em troca de tudo isto, a Rússia conta com o empréstimo da base brasileira de lançamento de mísseis situada em Alcântara, Maranhão. Por estar muito próxima à linha do Equador, o custo do lançamento de mísseis é muito mais simples e barato.
Por qual motivo não foi divulgado pela imprensa, é fato curioso, já que não se trata de segredo militar. Se assim fosse, o Pravda não publicaria a notícia, que vem na edição on-line de 30 de abril deste ano.
Mas que o fato é surpreendente, é. Iguala-se à audácia do projeto.
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Advogado e escritor, Niterói, RJ