Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

O dono é tucano

De quem é a revista Primeira Leitura? É só saber a resposta que entenderemos a capa. É dessa forma mesmo que o PSDB sabe fazer críticas, utilizando-se sarcasticamente da desconstrução desmesurada. Não entro no mérito da matéria objeto do comentário, porque não li. Comento somente a matéria deste Observatório.

Fatima Barros, funcionaria pública, Fortaleza

Falta de respeito

É freqüente a falta de respeito pela pessoa do presidente da República, que representa ainda as aspirações de milhões de brasileiros. O governo vai mal, mas a culpa não é só de todos nós. O FMI e governos anteriores, que assinaram acordos que nos prejudicam muito, têm que ser mencionados. A revista foi infeliz com a caricatura ‘transgênica’ do presidente.

Marcos Pinto Basto, aposentado, São Vicente, SP

O presidente e a capa da revista – Deonísio da Silva

Pelo fogo no circo

O ‘companheiro’ presidente está necessitando urgentemente recompor o time das ‘Nossas Meninas’ do FHC (argh!). É que, pelo que parece, está havendo uma tendência oposicionista exagerada da imprensa em geral em ver o circo pegar fogo. Ao menos o acima citado atropelou tudo o que quis, deitou e rolou por cima do Congresso, usou e abusou daquilo que em mortais comuns seria tido como cinismo – e os tapinhas que recebeu da imprensa (em geral, é claro) sempre foram de luvas de pelica.

Quanto às discrepâncias do Fundef, é salutar também salientar erros do IBGE no Censo 2000, além do fato de que o aporte de recursos que quase dobrou as rendas municipais em unidades menores veio acompanhado da total falta de fiscalização do governo federal, função esta delegada às sociedades locais, cujas, em cidades pequenas, são todas condescendente com o prefeito ou seu chefe político; ou se encontra na oposição ferrenha, o que também não lhe dá legitimidade, muito menos espaço para cobrar do administrador.

E os Tribunais (de faz) de Contas vivem sob suspeita de tráfico de influência, quando não do governador, diretamente com situações que vão desde a pressão por contratos de apaniguados com as prefeituras até coisa mais grossa. É fácil ficar rico no Brasil. Desde que se perca ou nunca se tenha tido vergonha. Quanto à Folha, esta já assumiu: quer seu pupilo udenista FHC de volta. Declaradamente.

José de Almeida Bispo, publicitário, Itabaiana, SE

O escarcéu das fraudes no Fundef – Luiz Weis

Repulsa fortalecida

A surpresa ao ler a manchete e a impressão de engodo ao ler a matéria, que o autor teve, são fenômenos perfeitamente compatíveis, atual e lamentavelmente. O sentimento de repulsa com alguns profissionais da mídia apenas se fortalece em eventos como esse. Dia desses, ao ver na TV uma ação de marketing do governo para chamar os eleitores jovens às urnas, fiquei imaginando como seus cérebros (dos jovens) têm sido chamuscados pelas labaredas da inconseqüência de profissionais totalmente desvinculados de qualquer senso de responsabilidade. Uma jovem, nas escadarias do colégio com amigas, aguarda a chegada do pai. Numa primeira tomada, chega um homem de meia-idade, tendo ao fundo dezenas de carros batidos. Então, a jovem, constrangida, aciona uma tecla ‘corrige’. Surge o mesmo homem de meia-idade com bandana, numa motocicleta incrementadíssima, postura irresponsável, imagem desleixada. Ela, sorridente, aciona a tal tecla verde.

O vínculo pai-jovialidade-poder-governo é flagrante. E mentiroso. A mensagem de que nossos jovens eleitores nada têm na cabeça também. Como poderiam, futuramente, ser responsabilizados pela eleição de parlamentares incompetentes se, hoje, a mídia toma para si o papel de conversor de valores éticos e cívicos? Ademais, esses são eventos perceptíveis. Muito se tem a dizer a respeito dos que não percebemos, por muito subliminares.

Atente-se para o fato de que, a contar pela imagem do personagem de meia-idade que a propaganda associa a nossos elegíveis, o governo não tem a mínima noção de ridículo.

Sérgio dos Santos, São Paulo