CAOS EM SP
Agora, sim, derrotamos o crime organizado
‘Nunca me senti tão inseguro e ameaçado quanto no último fim de semana. Exatamente como aconteceu com 20 milhões de paulistanos. Por isso, deixo a tecnologia de lado para fazer algumas reflexões sobre o caos imposto a São Paulo pelos criminosos.
Sou apenas mais um cidadão comum, indignado com a hipocrisia das autoridades de segurança e da Justiça, que insistem em bloquear o celular dentro dos presídios e desligar as estações radiobase (ERBs) nas vizinhanças.
Por que qualifico essas autoridades de hipócritas?
Porque sabem que o sistema de bloqueio do celular dentro dos presídios será burlado, os equipamentos serão desligados algumas horas por dia, abandonados sem manutenção ou deliberadamente quebrados – como tem acontecido.
Porque sabem que o verdadeiro vilão não é o celular, mas a situação do sistema prisional, a falta de prioridade das questões de segurança pública no Brasil.
Porque sabem que o uso do celular pelos presos não é até agora considerado falta grave pela Justiça.
Porque sabem que nesse sistema carcerário falta quase tudo: pessoal qualificado, infra-estrutura adequada, recursos tecnológicos mínimos, supervisão e fiscalização rigorosas.
Porque sabem que o grande mal é a corrupção, que introduz armas, tóxicos e centenas de celulares por dia nos presídios.
O desligamento das antenas mais próximas dos presídios também não vai resolver o problema, porque qualquer delinqüente poderá reorientar uma antena remota, até cinco quilômetros de distância, direcionando o sinal do celular para os presídios. E se houver um único telefone celular GSM de alta sensibilidade dentro do presídio, os presos poderão captar o mais tênue sinal e repassar esse aparelho de mão em mão, usando diferentes chips (Sim Cards).
Além de ineficaz no combate ao crime, a guerra contra o celular vai prejudicar milhares de usuários que moram, trabalham ou transitam nos bairros próximos aos presídios até alguns quilômetros de distância, impedindo-lhes a comunicação. E como irá fazer a Justiça daqui a três anos, quando quase todas as cidades deverão estar cobertas por sinais das redes sem fio de alta velocidade, Wi-Fi e WiMax? Como impedir que os novos celulares, já disponíveis no mundo, captem os sinais dessas redes? Iremos remover também os roteadores e os sinais de rádio das redes Wi-Fi e WiMax?
IMPUNIDADE
Vivo, estudo e conheço o dia-a-dia do cidadão comum, hoje dominado por um sentimento de descrença e desesperança. O crescimento contínuo do crime organizado e da corrupção impune vai destruindo a confiança nas leis, na Justiça, no Congresso, na democracia.
O Brasil – como sabemos – é um dos países com o maior grau de desigualdade socioeconômica do mundo. E, numa combinação perversa, desigualdade, corrupção e impunidade aqui andam juntas. Nada, entretanto, é mais revoltante do que a impunidade. Como acontece com a pizzaria parlamentar que salvou a maioria esmagadora dos deputados federais acusados de corrupção, não apenas por caixa dois, mas também por peculato. Como acontece com o Supremo, ao proibir investigações e impedir, entre outras, a abertura do sigilo bancário e telefônico do presidente do Sebrae, amigo pessoal do presidente da República.
Nós, cidadãos comuns, estamos cansados dos transtornos e prejuízos causados pela escalada dos protestos selvagens, que bloqueiam ruas e rodovias vitais, de greves abusivas de médicos, de juízes, de policiais, dos transportes públicos, dos servidores da Previdência ou da Receita Federal. E, além de todo sofrimento, a sociedade ainda paga pelos dias parados desses grevistas.
Nos últimos tempos, em matéria de protesto irracional – e impune – nenhum superou o dos vândalos travestidos de camponeses que invadiram propriedades produtivas e destruíram laboratórios de pesquisa e plantações experimentais, no Rio Grande do Sul. No melhor estilo do PCC.
Uma das revoltas do cidadão comum decorre, acima de tudo, da ineficácia das leis, a cada dia mais frouxas, mais benevolentes com o criminoso, inclusive com quem comete crimes hediondos, a começar da desastrosa Lei 7.219, de julho de 1984, conhecida como Lei de Execução Penal, que permite ao pior dos criminosos entrar em ‘progressão de pena’ depois de cumprido um sexto de sua condenação. É com base nela que os seqüestradores de Washington Olivetto sairão da cadeia em janeiro do ano que vem.
Um amigo me telefonava em outubro de 2003, dizendo que deveríamos fazer algo diante da preparação de um gigantesco indulto de Natal, que colocaria nas ruas dezenas de milhares de criminosos. Já era tarde, pois o Conselho Penitenciário Nacional – para o qual o banditismo é fruto das ‘injustiças do neoliberalismo’ – já havia aprovado um indulto gigante.
Que poderia esperar o cidadão comum de seus governantes – e não me refiro apenas aos governos atuais, mas a todos no passado – se jamais deram à educação, à segurança e às políticas sociais a importância e a prioridade que elas exigem?
Para eles, é muito mais fácil bloquear o celular.’
Leila Reis
Jornalismo ou oportunismo?
‘Caos foi a palavra mais utilizada nos meios de comunicação na semana que passou. Na TV, então, ela entremeou cada frase, esteve nos textos dos apresentadores, repórteres, autoridades e populares.
Os atentados no Estado de São Paulo foram realmente muito graves e mereceram ser noticiados. Notícia é notícia, portanto os fatos tinham de ser comunicados pela TV. Mas houve exageros, muitos. O comportamento da TV foi quase eufórico em alguns casos. Por se tratar do maior veículo de comunicação deste país, a televisão não pode sair dessa sem uma boa autocrítica.
Não há de se responsabilizar a TV pela violência recente, mas não há como negar que ela tenha contribuído para o crime organizado chegar aonde queria. E teve plena consciência disso. O entrevistadíssimo procurador-geral da Justiça do Estado de São Paulo, Walter Maierovitch, matava a charada na terça-feira, preconizando o fim da série de atentados: ‘O objetivo dos criminosos já foi atingido, os atentados estão na mídia nacional e internacional.’
A violência dos fatos e as imagens já falavam por si só, mas para manter a tensão no pico, elas foram reprisadas, recontadas, enfatizadas e adjetivadas até não mais poder. Na falta de imagens e informações novas, haja repetição! Como a da cena do sofrimento da pobre mãe sobre o caixão de um os primeiros policiais mortos nos atentados.
A sensação é de que as emissoras reconheceram na desgraça uma oportunidade de conectar-se melhor com o público (aumentando a audiência) e não mediram esforços para aproveitá-la. Assim todo esforço foi para oferecer material suficientemente forte para manter a perplexidade do público à flor da pele. As empresas de helicópteros nunca ganharam tanto dinheiro varrendo bairros à procura de ônibus incendiados, luminosos de viaturas policiais, aglomerações em terminais de transportes públicos. E redes vangloriaram-se com comunicados mostrando a audiência conquistada com a cobertura.
A Record gabou-se de alcançar a vice-liderança durante a transmissão. A Rede TV! festejou a saída da indigência para a média de 6 pontos no Ibope. Com RedeTV News, Marcelo Rezende, ex-Cidadão Repórter, aproveitou o holofote par dramatizar ainda mais o que já era dramático. José Luiz Datena, na Band, também nadou de braçada fazendo análises e dando palpites em como o Estado deve tratar a segurança pública.
Personagens que andavam afastados do vídeo por conta do definhamento dos shows policialescos voltaram à forma, como o deputado Conte Lopes. Especialistas em criminalidade, problemas sociais, juristas foram disputados vigorosamente pelos canais.
De certa maneira, a Globo foi a emissora que manteve a postura mais sóbria. Em especial, porque não deu nome à organização criminosa que assinava a série de atentados, cuidado esse ignorado pelas demais.
A comoção, a perplexidade, o medo podem ter afetado a capacidade de julgamento dos departamentos de jornalismo na segunda-feira, quando o País foi surpreendido pela audácia do crime organizado. Mas nada justifica o que se seguiu depois. Interessados em estender a audiência, alguns passaram dos limites.
Na noite de quarta-feira, a RedeTV! atrasou o programa de Luciana Gimenez para Marcelo Rezende encenar a continuação do caos. Monitorando por meio de helicóptero viaturas na zona leste de São Paulo, Rezende ficou duas horas alternando interpretações (escabrosas, claro) das imagens borradas que a câmera captava com discursos exaltados para levar o telespectador a acreditar que a crise continuava. Na Bandeirantes houve algo mais grave, a entrevista de Roberto Cabrini com o suposto Marcola, chefão do PCC, por celular, foi para demonstrar o quê? Ousadia ou irresponsabilidade jornalística?
Se não era o bandido foi uma farsa como a de Gugu há quase três anos. Se era Marcola, não é menos grave. Qual o sentido de uma rede nacional oferecer um canal para um criminoso vangloriar-se de seu poder?
A TV precisa mais do que nunca fazer autocrítica.’
TV DIGITAL
TV digital ainda demora a chegar
‘O governo espera decidir até o fim do mês sobre o padrão de TV digital a ser adotado no País. Ao que tudo indica, o vencedor será o japonês ISDB-T. Os europeus, com seu padrão DVB-T, ainda persistem (ver texto abaixo). Enquanto isto, as emissoras de televisão já preparam os próximos passos. Existem questões regulatórias, tecnológicas e industriais a serem resolvidas depois de o presidente Lula bater o martelo.
‘Depois da definição, deve levar aproximadamente um ano para os receptores chegarem ao mercado’, afirmou a diretora de Tecnologia de Transmissão da Rede Globo, Liliana Nakonechnyj. As fabricantes terão de preparar suas linhas de produção para a nova tecnologia; as emissoras receberão um novo canal, para transmitir em digital ao mesmo tempo que em analógico, e precisarão mudar os equipamentos de transmissão; e o governo, além de conceder novos canais, terá de definir as regras de transição e de operação, como o período em que cada emissora terá dois canais transmitindo simultaneamente e como funcionará a interatividade e a transmissão de múltiplos programas ao mesmo tempo, num único canal.
Para o consumidor sentir o gosto do que será a TV digital, a Rede Globo instalará, em cerca de 50 pontos no País, uma demonstração de televisão em alta definição, exibindo os jogos da Copa do Mundo. O formato da tela tem dimensões de 16:9 (mais larga, parecida com a de cinema); o número de linhas que formam a imagem chega a 1.080, mais que o dobro que na TV analógica; e o som tem 6 canais, no formato 5.1.
Não, ainda não se trata da TV aberta digital. ‘É importante deixar claro que não estamos passando por cima do governo, antes de ele tomar uma decisão’, explicou Liliana. ‘A demonstração será feita num sistema fechado, via satélite, que não tem nada a ver com a TV aberta. A alta definição é somente um dos recursos da TV digital.’
Inicialmente, a Globo pensou em fazer a demonstração em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Agora, negocia para ampliá-la para outras cidades, como Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Campos do Jordão e Ribeirão Preto.
As televisões serão instaladas em locais públicos, como shopping centers. A rede de televisão terá como parceiros fabricantes de aparelhos de TV.
Quem já tem um televisor de alta definição não conseguirá assistir à demonstração em casa. A Irdeto forneceu um sistema de segurança, com criptografia e cartões inteligentes, para garantir que somente os decodificadores da Globo consigam abrir o sinal para os televisores. ‘Garantimos a proteção da transmissão’, disse Giovani Henrique, diretor de Vendas para a América Latina da Irdeto.
Ironicamente, a transmissão da Globo usará um padrão europeu, o DVB-S, o mais adotado do mundo no satélite. ‘A modulação por satélite é completamente diferente da terrestre’, afirmou Liliana. Para as transmissões terrestres, da TV aberta, a Globo e as demais emissoras defendem o padrão japonês ISDB-T.
Para Johnny Saad, presidente do Grupo Bandeirantes, a discussão sobre TV digital ‘começou muito mal’, e os radiodifusores estavam alijados do processo. Ele atribuiu a correção de rumo à ação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. ‘A questão não é tecnológica’, afirmou Saad. ‘Optamos pelo sistema de modulação japonês para deixar o governo livre para negociar.’
Os radiodifusores acabaram encontrando eco à sua defesa do padrão japonês na Casa Civil e, desde o começo, nas Comunicações. Somente o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, parece não estar satisfeito com a opção.
O Brasil seria o único país, além do Japão, a usar o ISDB-T, o que poderia dificultar exportações de televisores.’
***
Europa quer assinar acordo
‘Quando o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, esteve na Europa, em meados deste mês, foi oferecido a ele um memorando de entendimento sobre TV digital, como o assinado com o Japão em abril. A expectativa dos europeus é assinar o documento com o Brasil antes do fim do mês, possivelmente durante a visita de José Manuel Barroso, presidente da Comunidade Européia, ao País.
‘Queremos tornar o DVB um padrão eurobrasileiro ou eurolatino-americano’, afirmou Walter Duran, integrante da Coalisão DVB, que une as empresas Philips, Siemens, Philips, Rohde-Schwarz, ST Microelectronics e Thales.
Na semana passada, os europeus não conseguiram demonstrar sua tecnologia num evento da Câmara, em Brasília. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) havia autorizado a demonstração, mas voltou atrás. Primeiro, dizendo que obedecia ao Ministério das Comunicações, que não permitiria a demonstração dos europeus sem uma dos japoneses, que preferiram não participar. Depois, apontou problemas no preenchimento da requisição. ‘Preenchemos o documento exatamente como a Anatel pediu’, garantiu Duran.’
PUBLICIDADE
Multiplicidade de mídias deixa anunciantes sem referências
‘Num bem concebido laboratório de mídia escondido num pequeno prédio de Los Angeles, algumas das maiores empresas de mídia do país e seus mais destacados clientes estão tentando compreender a situação da ‘attention span’ (o tempo que uma pessoa consegue ficar concentrada num assunto) dos americanos.
O espaço lembra uma casa ultramoderna: a sala de visitas é decorada com as últimas novidades da tecnologia de vídeo, e na cozinha, o refrigerador tem um monitor de TV. Essa instalação em Los Angeles é o Emerging Media Lab, dirigido pela Interpublic Group of Companies, uma holding para agências de publicidade e compradores de mídia. Desde fevereiro, clientes como Sony, L’Oréal e Microsoft o têm usado para tentar desvendar uma questão central que aflige os marqueteiros: como atingir consumidores que parecem estar fazendo tantas coisas ao mesmo tempo? Hoje as pessoas navegam na internet enquanto assistem à TV. Seus filhos enviam mensagens instantâneas a amigos enquanto ouvem música. Eles todos falam no telefone e verificam seus e-mails enquanto cozinham.
‘Nossa pesquisa mostrou que, de alguma maneira, as pessoas conseguiram encaixar 31 horas de atividade num dia de 24 horas’, diz Colleen Fahey Rush, diretora de Pesquisa da MTV Networks, que trabalhou numa empresa de pesquisas online, a OTX. ‘Isto porque elas são capazes de fazer duas coisas ao mesmo tempo.’
No momento em que empresas de mídia enterravam bilhões de dólares na publicidade dos programas das principais redes na última semana, os pesquisadores de mercado ainda se esforçavam para compreender as realidades do que tem sido chamado de ‘uso da mídia concorrente’. Até agora, os pesquisadores descobriram algum terreno comum, mas divergem muito em áreas cruciais de interpretação. Eles parecem concordar em dois pontos: que esse tipo de multitarefa não se aplica só a jovens e que o tempo gasto em multitarefas está aumentando em geral.
Para os anunciantes, o desafio é transmitir sua mensagem num meio enquanto o consumidor está exposto ao mesmo tempo a vários outros. A palavra da moda é ‘engajamento’ – o quão engajado, ou envolvido, o consumidor está numa determinada atividade, uma noção que ainda é relativamente nova num universo de mídia que durante décadas se apoiou em indicadores estáveis como as classificações da Nielsen.
A questão que se coloca para os programadores é se é possível se destacar do conjunto e oferecer material que atraia mais atenção dos espectadores e, com isso, mais publicidade.
No Emerging Media Lab, grandes anunciantes podem verificar o engajamento por conta própria, observando consumidores testando novas tecnologias ou usando as antigas, mediante câmeras que transmitem para uma sala de observação.
‘A multitarefa ainda não foi quantificada’, disse Greg Johnson, diretor executivo do laboratório. ‘A quantificação disso tudo é uma grande parte do que nossos clientes querem saber. Eles não sabem onde estão seus clientes, e é nosso trabalho tornar a encontrá-los e saber o que eles estão fazendo.’ Ao usarem eles mesmos o laboratório, os executivos de mídia podem avaliar como seus anúncios ou outros conteúdos aparecem em dispositivos como dispositivos portáteis de videogame ou telefones celulares.
‘Aqui você pode ver as coisas no contexto’, disse Lori Schwartz, diretora do projeto do laboratório. De pé na sala de visitas, ela usava um mouse sem fio para navegar por um centro de mídia, um monitor de tela plana na parede com acesso para internet, canais de televisão, um aparelho de DVD, um Xbox 360 e um sistema estéreo.
‘Para muitos de nossos clientes é difícil esperar’, disse Johnson. ‘É difícil para eles saberem o que fazer quando todo dia aparece alguma coisa nova – um blog, um site. Eles sabem movimentar seus dólares, mas não sabem quanta ou qual mídia usar.’
Na semana passada, 40 executivos da Sony Corporation of America foram explorar as possibilidades do laboratório depois que uma divisão da empresa testou ali seu serviço de vídeo por encomenda. ‘É uma outra maneira de compreendermos melhor como os consumidores estão usando as novas mídias’, disse a porta-voz da Sony, Lisa Davis. ‘Esperamos que o aprendizado aqui beneficie todos os nossos negócios.’
David Sklaver, presidente da KSL Media, que compra tempo de publicidade para clientes como Western Union e Bacardi, diz que a multitarefa é ‘uma bênção ou uma maldição’ para os anunciantes. ‘Se alguém está assistindo a um programa de TV e tem a CNN News na internet’, disse, ‘o mais provável é que não terá um espectador engajado’. Mas alguém assistindo a um evento esportivo na televisão poderia ampliar a experiência buscando estatísticas de jogos simultaneamente na internet.
Um estudo amplamente citado feito em 2005 na Universidade Estadual Ball, em Indiana, observou 400 pessoas de diversas idades durante um dia e descobriu que 96% estavam em multitarefas durante um terço do tempo. Um documento da universidade estimou que os consumidores gastam cerca de nove horas por dia usando mídia, a maior parte vendo TV.
O estudo da OTX para a MTV usou uma amostra online de 4.213 pessoas e descobriu que os pesquisados se engajavam em 15,6 horas de atividade de lazer por dia, o que incluía atividades não relacionadas às mídias, como ir às compras, encontrar amigos ou comer. Quase um terço desse tempo envolvia fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo.
A maior parte da multitarefa envolve televisão mais alguma outra atividade, seja ler um jornal, navegar na internet ou falar ao telefone. E quando isso acontece, qual atividade recebe a atenção principal? Sobre esse ponto, as pesquisas divergem. Recente trabalho da Forrester Research observou que apenas 11% dos consumidores que ficavam online enquanto assistiam à TV disseram que davam maior atenção a esse aparelho. Cerca de 61% davam mais atenção à internet, e 28% davam igual atenção a ambos. A Forrester usou pesquisa online com 12 mil pessoas.
Para Fahey Rush, sua pesquisa mostrou algo diferente. ‘A TV é considerada a atividade de mídia principal quando alguém faz duas coisas simultaneamente’, disse. David Poltrack, presidente da CBS Vision, a divisão de pesquisa da rede, disse que é difícil avaliar níveis de engajamento. ‘Sabemos que as pessoas estão assistindo com a atenção dividida’, afirmou.’
******************
Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.