Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O Estado de S. Paulo

TELEVISÃO
Patrícia Villalba

Donas de Casa induz a jogo dos sete erros

‘Difícil ver na TV aberta, e fora da TV Globo, uma produção tão bem cuidada quanto a série Donas de Casa Desesperadas, que a Rede TV! começou a levar ao ar na última quarta-feira. Cenários caprichados, figurino de certa forma bem escolhido, cenas muito bem dirigidas. Pena que depois de tanta expectativa em torno da estréia, o programa se revele uma cópia muito além dos limites da simples inspiração. Cópia mesmo, como se de repente a teledramaturgia tivesse se transformado numa franquia de lanchonete – o sanduíche que você come nos Estados Unidos é o mesmo que você vai comer aqui, na Argentina ou na Colômbia. E como se toda a experiência brasileira em fazer televisão não fosse suficiente para se criar um seriado de TV moderno, de texto ágil e elegante.

Uma parceria entre a Rede TV e a Disney e com alguns milhões de dólares no orçamento, Donas de Casa Desesperadas foi anunciada como uma ‘adaptação’ da série americana Desperate Housewives, talvez o maior sucesso da TV americana no gênero nos últimos tempos. A série ganhou espectadores fiéis em todo o mundo ao usar altas doses de humor negro para contar uma história de mistério envolvendo uma vizinhança aparentemente pacata e feliz, o bairro Wisteria Lane.

Aqui, o nome do bairro mudou para Arvoredo. Mas, fora um ou outro detalhe, a produção brasileira manteve não só os roteiros, mas também os diálogos, o cenário, quase tudo. E o que mais surpreende é que as cenas não foram adaptadas em nada, mas, simplesmente, copiadas, filmadas igual ao original, sem tirar nem pôr.

É como um jogo do sete erros: o chá que cai na xícara da versão brasileira é mais claro ou mais escuro do que o que pingou na xícara americana? O colar de diamantes de Gabriela (Franciely Freduzeski) é mais ou menos comprido que o de Gabrielle (Eva Longoria)? O jardineiro americano tem mais ou menos músculos que o da versão nacional?

Essa nova TV que se assume, enfim, como linha de produção só deve mesmo querer servir a uma avalanche de comparações. Impossível ver Lucélia Santos como Suzana e não se lembrar da atuação incrível de Teri Hatcher como Susan. Mais difícil ainda ouvir a locução de Sônia Braga (que, como a suicidada Alice, é a narradora da trama) e não pensar que ela está lendo uma redação de escola. Em papéis de segunda mão, Sônia, Lucélia, Isadora Ribeiro, Teresa Seiblitz, Viétia Zangrandi e Franciely Freduzeski não terão grande chance de mostrar seus dotes. Correrão o sério risco de ficar sempre no vácuo do déjà vu, ainda que o ibope seja satisfatório – aceitação do público não apagará o fato de que a capacidade de criar das atrizes e da direção ficará reduzida, se a carruagem seguir como no primeiro episódio.

Viétia, por exemplo, fez uma excelente Lígia, clone de Bree, a dona de casa padrão e psicótica do seriado americano. Mas, por mais que esteja bem no vídeo, a brasileira dificilmente vai apagar das mentes dos que assistiram ao original a atuação da americana Marcia Cross. Isadora Ribeiro apareceu pouco, mas já mostrou que está bem como Vera, mas não tão arrasadora, engraçada e maliciosa quanto Nicollette Sheridan como Edie. É a maldição antiga que persegue as refilmagens, ainda mais as que se arriscam a refazer, sem necessidade, originais tão bem-sucedidos.’

Keila Jimenez

Vem aí o BBB8

‘Alemão pode participar da apresentação

Nada de famosos, nem de vencedores das últimas edições como muito se especulou. A oitava edição do Big Brother Brasil terá os mesmos e manjados anônimos em busca de seus 15 minutos de fama, e de um R$ 1 milhão na conta bancária, é claro.

Assim como a edição anterior, a Globo abrirá sem alarde, em 1º de setembro, as inscrições para o BBB 8. A nova fornada do reality, que corria o risco de nem sair do papel por conta do desgaste do formato, tem previsão de estréia para janeiro.

O site do programa já divulga que os interessados poderão mandar seus vídeos e preencher um formulário de inscrição no próximo mês.

Um das novidades do programa pode ser a troca de direção. Sai Boninho e entra Luiz Gleiser.

Outra novidade estudada pela Globo seria participação de Diego Alemão, vencedor do BBB7, na apresentação do programa. Não, Bial não deixará de dar sua ‘espiadinha’.

Alemão participaria apenas incrementando a transmissão do reality, uma vez que a Globo, que fechou contrato com o ex-BBB até 2010, não tem a menor noção do que fazer com ele até lá.

Assunto proibido

Serginho Groismann tocou em assunto proibido com Maria Fernanda Cândido, o seu filho Thomas – a atriz não gosta de falar sobre sua família – no Altas Horas e conseguiu arrancar dela algumas impressões divertidas sobre a maternidade. No ar amanhã, no Altas Horas.

Fiz TV pode entrar na Net até dezembro

No ar pela TVA, o novo canal do grupo Abril, o Fiz TV, negocia sua entrada na programação da Net e da Sky. Segundo o diretor-geral do grupo TV da Abril, André Mantovani, as conversas se intensificaram após a feira da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), realizada no último mês. ‘Espero que até o fim do ano tudo esteja certo para a entrada do Fiz na Net’, fala ele. ‘Não vejo empecilhos nem por parte da Net nem da Globosat. Além da demanda pelo canal, a programação do Fiz não bate de frente com nada parecido no ar.’

Entre-linhas

A MTV vai levar bandas para as ruas como ação promocional dos prêmios VMB. Não estranhe se cruzar com um show de grupos como Cachorro Grande, Vanguart e NXZero por aí.

Irritando Fernanda Young volta no dia 28 de outubro em nova temporada no GNT.

Segunda-feira, o Roda Viva da Cultura recebe o diretor Jorge Furtado, às 22h40.

O Canal Brasil exibe hoje, às 20h30, a premiação do Festival de Gramado com comentários dos jornalistas Luiz Zanin Oricchio e Marcos Mello.’

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Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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