Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O exercício consciente da cidadania

Uma vez mais, a mídia tradicional brasileira será derrotada numa eleição presidencial. Ela assumiu nas últimas eleições de Lula e agora com Dilma, a candidata de Lula, o principal papel de opositor. A chamada grande imprensa brasileira, que de grande não tem nada, tendo em vista sua parcialidade, sempre detestou o cidadão Lula e o presidente Lula. Não se conhece na história republicana mundial um presidente que tenha sido tão desrespeitado quanto o presidente Lula. Nunca se viu tanto racismo, tanto discriminação, tanto ódio na boca de certos políticos e jornalistas. Eles tentaram por todos os meios impedir que Lula chegasse ao poder. Como Lula persistiu, foi eleito e reeleito para o desespero deles, eles passaram a praticar uma oposição permanente ao governo, sem nenhuma visão crítica. Foram incapazes de reconhecer que o governo Lula conseguiu desenvolver um bom trabalho de inclusão social, diminuindo consideravelmente as desigualdades no território brasileiro. Foram também incapazes de reconhecer que hoje o Brasil é exemplo internacional na luta contra a fome, que o Brasil de hoje tem credibilidade internacional.

Eles tentam agora, a todo custo, explorar o sensacionalismo das notícias, criando um clima permanente de denúncias sem provas. Aliás, esta passou a ser a única estratégia para depreciar e desacreditar o governo Lula e sua candidata. Nesses últimos anos, o debate político no Brasil perdeu o brilho da racionalidade que exige a boa análise, aquela análise que contextualiza e coloca a nu certas contradições e cujo conteúdo leva o leitor a refletir sobre sua realidade.

Apenas a neutralidade necessária

A televisão Globo, certas revistas e jornais alimentaram e provocaram sempre o baixo nível do debate político no Brasil e nada ajudaram na construção de uma cidadania política. O pior para essa mídia reacionária é que o presidente Lula, que tanto lutou pela democratização do Brasil, nunca utilizou da censura – a imprensa escrita, falada e audiovisual sempre teve total liberdade. No fundo, eles gostariam de provocar o acirramento para serem censurados e assim poder acusar Lula de ditador!

Também para o desespero desse tipo de mídia acostumada a manipular a opinião pública brasileira, uma parte da população passou a ter acesso a outro tipo de informação política via internet, que vai proporcionar outro tipo de debate político, com efeito multiplicador nos centros de formação de opinião, fora do ‘padrão globo’ habitual. Houve também um amadurecimento político no exercício da cidadania. Os brasileiros, mesmo sendo críticos a certos projetos do governo Lula, reconhecem que o Brasil mudou para melhor e querem a continuidade com Dilma!

O Brasil é hoje uma grande nação e merece que o jornalismo seja praticado dentro do rigor intelectual necessário. Nada de bajulação, apenas a neutralidade necessária para analisar os fatos tais como eles se apresentam. Um jornalismo independente do poder político enaltecerá, sem dúvida, a democracia desta jovem nação. Felizmente nos restam alguns jornais e poucas revistas politicamente corretos.

O que fazer, seu Zé?

Lamentavelmente, José Serra perdeu a capacidade política de participar num debate digno de uma eleição presidencial. Trata-se de um momento propício para a confrontação de ideias, programas sobre o que cada um tem a propor de melhorias para o povo brasileiro. Quando a política perde seu P maiúsculo, a politicagem assume o picadeiro do circo. Aí vira esse triste espetáculo que só enfraquece a jovem democracia brasileira.

O governador Serra, que viveu exilado no Chile, poderia pelo menos ter uma visão mais digna de um homem político que lutou pela democracia. Ou ele é cego ou vê mal a realidade brasileira, daí não aceita comparar os resultados do governo FHC (do qual ele participou) com o governo Lula. Daí, o desespero e despreparo político de Serra para enfrentar uma conjuntura econômica e política mais propícia ao governo de Lula. Seu comportamento de vampiro que quer sugar sua adversária, gorgolejando palavras ferinas, em nada enaltece o modo de exercer um cargo político.

Junto com seus aliados da mídia reacionária, ele esquece que o povo hoje está vacinado contra o efeito nefasto do padrão Globo e espera dos políticos outro tipo de comportamento – o que ele quer são propostas concretas para assegurar o futuro de um Brasil para todos, sem exclusão.

Os eleitores e eleitoras brasileiros(as) votarão de modo civilizado exercendo sua plena cidadania, com capacidade de julgar o que mudou nestes últimos anos de mandato do governo Lula.

Se o governo Lula cumpriu com suas promessas, e se eles acham que as ações, os projetos desenvolvidos merecem continuidade, eles votarão na Dilma. Caso contrário, eles optarão por outros candidatos. O importante hoje, para todos os brasileiros, é ocupar os espaços para o exercício da cidadania política e revigorar a jovem democracia.

A política verdadeira é aquela que enaltece nossa República Federativa do Brasil, elevando o nível de participação política dos cidadãos e cidadãs, que ao interiorizar suas normas e valores, dentre estes a ética, forjarão uma nação fraterna onde todos (as) poderão usufruir dos frutos de um desenvolvimento integrado, solidário e sustentável. O governo Lula fincou seu alicerce e caberá a cada cidadão e cidadã votando em Dilma a construção desse edifício inacabado. Seremos exigentes no controle social e na participação dessa obra de um Brasil para todos.

O Brasil deve continuar crescendo economicamente com justiça social e proteção de seus ecossistemas.

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Doutora em Economia e especializada em Desenvolvimento Territorial Integrado e Solidário