Na quinta-feira (3/12), nos principais jornais do país, havia cinco matérias da maior importância sobre imprensa, jornalismo e mídia, sem contar as veementes cartas de leitores da Folha de S.Paulo a respeito do lamentável texto de Cesar Benjamin a respeito do presidente Lula.
O historiador americano Kenneth Maxwell, na Folha, tratou da crise enfrentada pelos grandes jornais do seu país. No Correio Braziliense, da Capital Federal, quase uma página sobre a aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado de uma emenda à Carta Magna que voltará a tornar obrigatório o diploma para o exercício do jornalismo. No caderno de Economia do Estado de S.Paulo três notícias da maior importância sobre as drásticas alterações que estão se processando no mundo da mídia: no Brasil, a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara aprovou uma lei permitindo que as telefônicas transmitam o conteúdo das TVs por assinatura. Será uma revolução caso venha ser aprovada pelo plenário.
Pouca comunicação
E outras duas bombas: o Google cedeu à pressão e avisa que controlará o acesso ao material originalmente publicado em jornais. Enquanto o mega-empresário, Rupert Murdoch, aumenta a pressão para convencer a indústria de mídia a cobrar pelo conteúdo de parte do que se veicula pela internet [ver aqui].
Conclusão: a mídia virou notícia. Definitivamente. E estas notícias só não vão para a primeira página porque este noticiário não está sendo devidamente explicado ao público.
Pergunte-se a um usuário de celular se ele não gostaria de assistir na telinha à programação do seu canal a cabo. Ele vai delirar, óbvio. Porém, ele não se manifesta porque o assunto não chegou a ele e só chegará quando o fato estiver consumado.
A verdade é que os meios de comunicação não gostam de comunicar a própria comunicação.