O anúncio de que o governo pretende criar um Conselho Federal de Jornalismo com o objetivo de ‘orientar, disciplinar e fiscalizar’ o exercício da profissão tem causado dor de cabeça em grande parte da imprensa brasileira. O maior temor é que, com o CFJ, a liberdade de imprensa seja comprometida pelos interesses do Estado.
Não há como negar que é preciso criar meios que zelem pela qualidade da mídia no Brasil. O equivoco é acreditar que submeter essa instituição ao Poder Executivo seria a solução do problema. Como afirmou Alberto Dines, em artigo para o Observatório de 10/8, o projeto de lei ‘confunde alhos com bugalhos, desconfia que há um problema na mídia brasileira, não consegue identificá-lo e, obviamente, parte na direção oposta da solução correta’.
Nos jornais
A polêmica ganhou destaque na última edição deste Observatório e repercutiu nos jornais. Maria Cristina Fernandes, do Valor Econômico, publicou em sua coluna de 13/8 que ‘o argumento do ministro Gushiken, de que a proposta partira da entidade sindical e apenas obtivera endosso do governo, foi desmascarado pelo jornalista Maurício Tuffani (http://www.teste.observatoriodaimprensa.com.br). Ele mostrou como o texto foi modificado na casa civil do governo (…)’.
Também a Folha de S. Paulo de 11/08 cita o artigo de Tuffani, dizendo que ‘a comparação dos textos está no site Observatório da Imprensa. Em artigo sob o título ‘A canetada que o governo não explicou’’.
No Estado de S.S Paulo de 11/8, o jornalista James Allen publicou o seguinte: ‘Ao criticar a atuação da CUT na elaboração do projeto, Simon citou artigo do jornalista Alberto Dines, do programa de TV Observatório de Imprensa. ‘A CUT não brinca em serviço: a ela não basta dominar a Fenaj’, diz o texto de Dines citado por Simon. ‘À CUT interessa dominar a imprensa, impor suas regras, suas prioridades e sua ética; apropriar-se do Quarto Poder’. Simon citou ainda artigo de Maurício Tuffani em que acusa as mudanças da Casa Civil de estender a atuação do Conselho às atividades dos veículos de comunicação’.
A versão televisiva do Observatório, transmitida pela TV Educativa e TV Cultura, discutiu o assunto em 10/8. O programa teve a participação do presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azêdo; do vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Frederico Ghedini; do promotor e professor de direito constitucional, Vidal Serrano Nunes Junior; e do presidente do Conselho de Comunicação Social, José Paulo Cavalcanti.
Nota 10
A crítica de TV do jornal O Globo, Patricia Kogut, deu em sua coluna de sexta-feira (13/8) uma nota 10 – ‘Para o Observatório da Imprensa, da TVE/Rede Brasil, também exibido na TV Cultura. O programa é ótimo, simples e leva ao ar invariavelmente debates saudáveis e de bom nível’.
Patrícia Kogut disse a este Observatório que a nota foi dada ao programa em geral, não apenas à edição que debateu o CFJ, por exercer uma função importante na televisão brasileira. Em relação à edição que discutiu o CFJ, a jornalista disse que foi um ‘debate oportuno, de alto nível’. ‘Num momento como este, ficou muito clara a importância de existir um fórum de discussão como o Observatório. É em espaços assim que a imprensa deve ser discutida.’