Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas.
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O Estado de S. Paulo
Sexta-feira, 14 de março de 2008
TV PÚBLICA
DEM questionará no STF recursos para TV pública
‘O DEM vai entrar na próxima semana com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a contribuição criada para reforçar o caixa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A contribuição, paga por empresas de telecomunicação, equivale a 10% da arrecadação do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) e vai garantir pelo menos R$ 150 milhões anuais à EBC a partir de 2009.
O Congresso aprovou a criação da emissora pública em tumultuada sessão quarta-feira de madrugada, mas a TV Brasil está no ar desde dezembro. Para 2008, o Orçamento da União destina R$ 323,72 milhões à Radiobrás, incorporada à EBC. Os recursos somam as despesas da Radiobrás e a implementação da TV pública.
O relator da medida provisória da TV pública, deputado Walter Pinheiro (PT-BA), garante que a Contribuição de Fomento para a Radiodifusão Pública ‘não é uma nova taxa, mas apenas redirecionamento de parte dos recursos do Fistel’. Para o DEM, porém, trata-se de um novo imposto, que não se enquadra em nenhum caso admitido pela Constituição. Pelo mecanismo criado por Pinheiro, as empresas tiveram redução em uma das taxas pagas ao Fistel, a de Fiscalização de Funcionamento. O valor abatido foi direcionado à contribuição.
‘O governo fez um jogo de mágica para dar a ilusão de que reduziu a taxa e não criou imposto. Mas a contribuição é autônoma. Para mexer na contribuição da TV Brasil não será necessário mexer no Fistel’, critica o deputado Paulo Bornhausen (SC), vice-presidente para Comunicação do DEM.
O caminho escolhido pelo partido será propor adendo a outra ação de sua autoria contra a TV pública, que questiona a urgência e relevância da edição de medida provisória para criar a emissora. Se o Supremo avaliar que o assunto é independente, o partido entrará com nova ação direta de inconstitucionalidade. O adendo deve ficar pronto no início da semana e será assinado pelo presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).
‘A contribuição que foi criada não está prevista na Constituição, não há nenhum caso na lei de contribuição para esse fim’, sustenta Bornhausen. O relator defende a taxa com o argumento de que garantirá autonomia financeira à TV pública, que não ficaria tão dependente do Orçamento da União.
Em fevereiro, o ex-secretário da Receita Everardo Maciel disse ao Estado que a Contribuição de Fomento para a Radiodifusão Pública é ‘monstruosamente inconstitucional’. Ele citou o artigo 146 da Carta, pelo qual a União só pode criar contribuições sociais, de intervenção do direito econômico ou de interesse de categorias profissionais ou econômicas.
Segundo Everardo, a taxa da TV Brasil não se encaixa em nenhum desses casos. Mesmo no caso de direcionamento de parte do Fistel à EBC, ele considerou que a Constituição estaria sendo desrespeitada no artigo 173, que proíbe privilégios a empresas públicas e sociedades de economia mista que não sejam extensivos ao setor privado.’
CUBA
Havana liberará venda de eletrônicos
‘O governo cubano suspendeu restrições às vendas de alguns aparelhos eletrônicos, em um primeiro sinal de que o presidente Raúl Castro está comprometido em melhorar o acesso da população aos bens de consumo. De acordo com um documento interno do governo obtido pela agência de notícias Reuters, computadores, aparelhos de vídeo e de DVDs começarão a ser vendidos imediatamente nas lojas do país.
Desde que assumiu a presidência em 24 de fevereiro após seu irmão Fidel deixar o poder, Raúl vem prometendo mudanças na economia do país. ‘Baseado na melhora da disponibilidade de eletricidade, o governo aprovou a venda de alguns equipamentos que eram proibidos’, afirma o memorando, que também cita aparelhos de televisão, microondas, alarmes para carros e bicicletas ergométricas. A nota também diz que o país deve ter acesso a um segundo grupo de produtos em 2009, que inclui aparelhos de ar-condicionado. Se o estoque de energia de Cuba permitir, em 2010 outros utensílios estarão disponíveis, como tostadeiras e fornos elétricos. A população cubana poderá comprar os aparelhos pagando em pesos conversíveis – unidade monetária usada pelos estrangeiros que vale 25 vezes mais do que o peso cubano.
Os itens anunciados no documento eram disponíveis anteriormente apenas no mercado negro. A venda de muitos utensílios domésticos foi banida na década de 90, quando o colapso da União Soviética privou Cuba de bilhões de dólares em subsídios e fornecimento de petróleo. O fim da ajuda soviética à ilha resultou em blecautes diários que duravam até 18 horas.
O governo cubano amenizou seus problemas de energia em 2006, após importar centenas de geradores de eletricidade movidos a combustível fornecido pela Venezuela. O governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, é um dos principais parceiros de Havana atualmente.REUTERS’
CHINA
Pequim proíbe montanhistas no Everest
‘O temor de que ativistas pró-Tibete estraguem seu espetáculo olímpico levou o governo da China a proibir montanhistas de escalar o lado norte do Monte Everest, que fica em seu território. Segundo a Associated Press, a determinação foi transmitida em uma carta do governo chinês enviada nesta semana às agências responsáveis de organizar as expedições.
Mais alto pico do mundo (8.848 metros), o Everest será um dos destinos da tocha olímpica, que deve chegar a seu topo em maio. Até lá, o governo chinês espera que ninguém escale a montanha e pressiona o governo do Nepal a também fechar o lado sul, segundo o site www.mounteverest.net, que organiza expedições.
No ano passado, cinco americanos exibiram no Everest faixas com os dizeres ‘Libertem o Tibete’. Outro grupo de alpinistas abriu uma grande faixa pró-independência do Tibete do alto da Grande Muralha. Desde a semana passada, o governo de Pequim enfrenta uma onda de manifestações contra sua presença no Tibete e contra a realização da Olimpíada no país.
Na terça-feira, entre 300 e 600 monges tibetanos fizeram uma marcha para marcar o 49º aniversário do fracassado levante contra o domínio chinês sobre a região – que provocou a fuga do dalai-lama para a Índia, onde ele estabeleceu um governo paralelo na cidade de Dharamsala. Ontem, circularam relatos de que as forças de segurança cercaram três mosteiros para evitar novas manifestações. Ao mesmo tempo em que os monges protestavam em Llasa, cerca de 100 tibetanos exilados partiram de Dharamsala numa marcha programada para chegar ao Tibete durante a Olimpíada, que começa em 8 de agosto.
Na semana passada, a cantora Bjork desafiou as autoridades em um show em Xangai e gritou ‘Tibete! Tibete!’ O cantor americano Harry Connick Jr. afirmou que seu show em Xangai foi prejudicado pela determinação do governo chinês de que ele cantasse uma lista de músicas antigas. O repertório dos shows deve ser apresentado com antecedência às autoridades chinesas para aprovação.
O vice-ministro da Cultura, Zhou Heping, afirmou ontem que os artistas estrangeiros que quiserem se apresentar na China devem respeitar a legislação do país. ‘Espera-se que os artistas possam entender as leis chinesas e os sentimentos do povo chinês e não fazer coisas que contrariam a lei e esses sentimentos’, declarou Zhou.’
TURQUIA
Ancara bloqueia acesso ao site YouTube
‘O governo turco bloqueou ontem o acesso ao site de compartilhamento de vídeos YouTube. A decisão foi uma resposta a uma gravação vista como insultante em relação ao fundador da Turquia moderna, Kemal Ataturk, informou a agência Anatolia. Insultos a Ataturk (1881-1938) são considerados crime pela lei turca.’
TECNOLOGIA
Brasil fica em último lugar na América Latina em tecnologia
‘O Brasil tem apresentado forte crescimento nas vendas de computadores e, em 2007, registrou recorde no ingresso de clientes no mercado de telefonia móvel. Porém, as condições econômicas, sociais e de infra-estrutura colocam o País no último lugar em termos de desenvolvimento tecnológico na comparação com Argentina, México, Colômbia e Chile. A conclusão está no estudo sobre o grau de evolução do setor de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) na América Latina, divulgado ontem pela consultoria Everis e pela Escola de Negócios da Universidade de Navarra (IESE).
Segundo o estudo, o Indicador da Sociedade da Informação (ISI) do Brasil ficou em 4,24 pontos no terceiro trimestre de 2007, abaixo da média de 4,46 pontos apurada na região e inferior às medições individuais de seus vizinhos. O ambiente foi bastante favorável às TIC, com expansão de 8,4% no confronto anual – a maior nos últimos cinco trimestres -, para 3,08 pontos. Foram registrados 167 computadores e 264 usuários de internet a cada grupo de mil pessoas, posicionando o Brasil atrás apenas do Chile.
Porém, pesaram no índice final as condições econômicas, sociais e de infra-estrutura do Brasil. O ESI, indicador que mede estas variáveis, subiu apenas 0,4% na base anual, para 4,54 pontos, no mais baixo ritmo em quatro anos e meio. Dentre os fatores ponderados no ESI estão índices como risco soberano, percepção de corrupção, desemprego, inflação e condições da infra-estrutura (incluindo consumo de energia elétrica por habitante).
Teodoro López, sócio-diretor da Everis Brasil e responsável pelo setor, projeta melhora no ISI do País para 4,28 pontos no último trimestre de 2007. Para os três meses iniciais de 2008, a estimativa é de o indicador alcançar 4,31 pontos, o que traduziria um avanço de 2,6% sobre igual intervalo do ano passado. Isolando os dois componentes do índice, calcula-se que as TIC evoluam a uma taxa de 9,6% em 12 meses, para 3,21 pontos entre janeiro e março. A taxa que baliza o entorno econômico, por sua vez, deve subir 1,5%, para 4,58 pontos.
López trabalha com a hipótese de o Brasil conquistar, no primeiro trimestre de 2008, a liderança no gasto por pessoa em tecnologia de informação e comunicação, que pode bater os US$ 483 ao ano. Se confirmada, a cifra representará um avanço de 28,4% sobre os dispêndios de igual intervalo de 2007. ‘Também seria a mais rápida expansão da base de computadores, que somariam 189 equipamentos a cada mil pessoas, alta de 26% sobre o ano anterior.’ Espera-se, também, que o número de usuários de internet suba para 287 a cada mil habitantes, com 20,6% de acréscimo em 12 meses.
O ISI dos cinco países latino-americanos ficou em 4,46 pontos no terceiro trimestre de 2007. Embora seja um marco histórico, o indicador diminuiu seu ritmo ao ficar estável ante os três meses imediatamente anteriores, quebrando um ciclo de quase cinco anos de expansão.
A SITUAÇÃO DO BRASIL
264 internautas
para mil habitantes no terceiro trimestre
584 celulares
para cada mil habitantes
167 computadores
para cada mil habitantes
4,24 pontos
mediu o Indicador da Sociedade da Informação (ISI) do País
4,26 pontos
é a média do ISI para a América Latina’
INTERNET
AOL adquire site Bebo por US$ 850 milhões
‘A empresa de internet America Online (AOL), do grupo Time Warner, anunciou ontem que vai pagar US$ 850 milhões para comprar o site de relacionamento Bebo, muito popular entre os adolescentes da Inglaterra. O negócio pode devolver à AOL a relevância que ela já teve no mercado. A aquisição reflete a aposta que grandes grupos colocam nas redes de relacionamento, vistas como maneiras potencialmente lucrativas de juntar consumidores online, donos de negócios de mídia e anunciantes. Recentemente, a Microsoft investiu no site Facebook.’
CINEMA
A surpresa de O Banheiro do Papa
‘Fotógrafo de projeção internacional – além de Fernando Meirelles, trabalhou com Spike Lee e Tony Scott -, César Charlone tem uma curiosa trajetória pessoal. Uruguaio de nascimento, queria ser cineasta e veio estudar no Brasil. O pai, intelectual renomado, diretor de teatro, poderia, quem sabe, tê-lo enviado à Europa, ou aos Estados Unidos, para estudar cinema, mas nos revolucionários anos 60 o jovem Charlone não queria dever nada, muito menos sua formação, aos imperialistas. Virou fotógrafo e fez muitos filmes institucionais, publicidade, alguma ficção. Mas a carreira não avançava. Charlone já tinha mais de 50 anos e, no fundo, não andava muito satisfeito consigo mesmo. Foi quando ocorreu o fenômeno Cidade de Deus em sua vida.
O filme de Fernando Meirelles, de 2002, virou referência internacional do cinema brasileiro. Charlone não parou mais de receber convites para fotografar e, com o próprio Meirelles, está em pleno processo de pós-produção de Blindness, adaptado do romance Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago, correndo contra o tempo para que o filme fique pronto para o Festival de Cannes. Mas, agora, Charlone teve de se desligar um pouco de Blindness. No fim do mês, ele viaja para o exterior, para retomar de forma mais intensa os trabalhos. Por estes dias, anda mais empenhado em divulgar o próprio filme, que co-dirige com seu compatriota Enrique Fernández, sobre a visita que o papa João Paulo II fez à cidade de Melo, na fronteira do Uruguai com o Brasil.
Vencedor de vários Kikitos no Festival de Gramado de 2007, O Banheiro do Papa andou sendo definido como ‘neo-realista’ pela crítica, ao integrar a mostra competitiva do evento na serra gaúcha. O próprio Charlone não aceita muito a definição. O Banheiro do Papa é sobre os sonhos de gente pobre, mas é tão neo-realista como Cidade de Deus, que também trata de sonhos – que eles tentam realizar por meio da violência – de excluídos na favela carioca. Charlone exagera um pouco, claro. O tratamento de O Banheiro do Papa tem um tom ‘menor’. Retire da palavra toda conotação negativa. Nada de ação nem violência, um pouco de humor, outro tanto de drama, uma minuciosa descrição das condições de vida dos personagens – tudo isso vincularia O Banheiro ao movimento que irrompeu na Itália, após a 2ª Guerra Mundial.
A história é de Enrique Fernández e foi ele quem convidou Charlone para participar. Fernández tem ascendência negra e tentou usar Charlone como canal para chegar a Spike Lee, achando que o cineasta norte-americano de alguma forma o ajudaria a viabilizar seu projeto. Spike Lee não deu o sonhado impulso, mas a esta altura Charlone já estava fisgado pela história e por seus personagens. ‘Enrique tem uma visão muito uruguaia e eu, como trabalhei em outros países e moro há muito tempo no Brasil, dei um outro olhar para o filme. Nós mexemos na estrutura, reforçamos os personagens.’ Charlone conta que filmava O Jardineiro Fiel na África, quando Fernández lhe enviou o roteiro. Durante uma filmagem, ele não tem o hábito de ficar lendo outro material, para não perder o foco, mas sua mulher leu e gostou.
Após muitas mexidas no roteiro, Charlone finalizava O Jardineiro em Londres quando deu a grande cartada. Meirelles ia para o aeroporto, Charlone pediu para acompanhá-lo no carro da produção e, ali, em trânsito, lhe falou sobre o filme. Disse que a produtora uruguaia tinha o mínimo de dinheiro para colocar O Banheiro na lata. Meirelles colocou a O2 na parada, deu sugestões valiosas, O Banheiro do Papa aconteceu. Melo, como relata Charlone, é uma cidade muito pobre, cercada de latifúndios, inclusive de brasileiros. ‘Partimos de uma história real, já tínhamos um material em vídeo da visita do papa, então não dava para se descolar desses fatos.’ Fernández já tinha o ator principal. César Troncoso é um ator de teatro, muito conhecido no Uruguai. Já tinha feito filmes, mas é, essencialmente, um ator de palco. Interpreta Beto, que vive de pequenos contrabandos na fronteira e sonha sair da miséria com o dinheiro que poderá ganhar construindo esse banheiro para ser usado pelos milhares de peregrinos e turistas que, com certeza, virão a Melo para ver o papa. Para saber o que ocorre, você terá de ver o filme, que estréia hoje. Valerá a pena.
Charlone, com sua ‘manha’ brasileira, sabia que essa história muito humana só iria funcionar se fosse narrada de forma naturalista. Ao entrar no projeto, ele impôs duas condições – queria um preparador de elenco e que o filme fosse finalizado no Brasil, onde as condições técnicas são melhores. Quem quer que seja, o preparador de elenco – a função cabe, aqui, a Christian Duuvorth – é uma figura polêmica (e até demonizada) no cinema brasileiro atual. Os detratores reclamam que o preparador arranca reações de não-profissionais que podem até servir à construção das cenas, mas não formam necessariamente atores, cujo método se baseia na repetição e na técnica. No caso de O Banheiro do Papa, o elenco principal era formado por grandes atores, mas Troncoso tendia a ser exagerado.
Charlone compara. Quando chegam ao set, atores como Ralph Fiennes (O Jardineiro Fiel) e Julianne Moore (Blindness) querem saber onde estão as câmeras, quais são as lentes. Eles representam para a câmera (e Julianne está magnífica, Charlone garante). Troncoso arregalava o olho. Charlone lhe pedia menos, dizia que na tela tudo se amplia e não era preciso arregalar o que o espectador já veria naturalmente. O papel do preparador consistiu, basicamente, em diminuir a intensidade das interpretações. Menos é mais. O resultado é um belo filme que, em Gramado, conseguiu o milagre de agradar ao público e aos críticos. Charlone está cheio de expectativa – ‘Seria louco se fizesse o filme não querendo que seja visto por muita gente.’ O próximo, ele já sabe que será polêmico – um documentário sobre Hugo Chávez, tentando iluminar a personalidade do controvertido presidente da Venezuela.
Serviço
O Banheiro do Papa (Uruguai-Brasil-França/2005, 97 min.) – Drama. Dir. César Charlone e Enrique Fernández. 10 anos. Cotação: Ótimo’
O Estado de S. Paulo
O Bebê de Rosemary terá nova versão
‘Um dos maiores clássicos cinematográficos de terror, O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski, terá nova versão, produzida por Michael Bay, diretor de filmes como Armageddon e Pearl Harbor. De acordo com a publicação The Hollywood Reporter, o estúdio Paramount está negociando com a Platinum Dunes, produtora de Bay. O longa-metragem original, baseado no livro de Ira Levin, foi dirigido por Polanski em 1968 e tinha como protagonistas Mia Farrow, John Cassavetes e Ruth Gordon, que levou o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Ainda não foram escolhidos os roteiristas e o diretor da nova versão.’
TELEVISÃO
Veto aos reclamões
‘‘Quem processa a RedeTV! não aparece nunca mais no canal’, avisa o vice-presidente da emissora, Marcelo Carvalho. E mais um nome engrossa esse time atualmente: Mariana Kupfer. A atriz/apresentadora/cantora acaba de perder um round de sua batalha contra a emissora. Mariana está processando a RedeTV! exigindo uma gorda indenização por danos morais por se sentir ofendida pelo programa Pânico na TV!.
‘A Justiça decidiu a nosso favor. Está na hora de acabar com essa indústria de processos que se criou, de artistas querendo garantir sua aposentadoria em cima da gente’, ataca Marcelo. ‘Eles são loucos para aparecer e, de repente, descobrem que podem fazer sua ‘poupancinha’ processando a TV. Isso está acabando’, continua. ‘Sem contar que, basta você tentar contratar o artista que a vontade de nos processar desaparece.’
Além de Mariana, estão proibidos de aparecer nas atrações do canal: Luana Piovani, Dado Dolabella e Carolina Dieckmann. ‘Se for participação gravada, mando editar. Todas as produções estão avisadas’, fala Marcelo.
A ação de Mariana ainda cabe recurso.’
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Folha de S. Paulo
Sexta-feira, 14 de março de 2008
TV PÚBLICA
Ordem na Casa
‘A CONTURBADA aprovação, na madrugada de quarta, da medida provisória que cria a TV Brasil expôs, mais uma vez, as vicissitudes de um conhecido desequilíbrio institucional. A propósito do abuso das MPs pelo Executivo, tornaram-se freqüentes entre parlamentares desabafos como o feito na fatídica sessão pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves: ‘O governo tem violentado este Congresso’.
O que o senador expressa -em linguagem exacerbada pela animosidade que tomou conta daquela votação- não é mais que um truísmo. É preciso emendar, contudo, que, ao abusar das MPs, o governo aproveita-se de enormes brechas propiciadas pelos próprios parlamentares.
A regulamentação frouxa da edição de medidas provisórias, a falta de iniciativa para limitar a ingerência do Executivo em assuntos tipicamente parlamentares, a comodidade de submeter-se ao governismo em troca de compensações paroquiais, tudo isso é obra do Congresso Nacional -levada a termo ao longo de várias legislaturas. O Legislativo, portanto, tem todos os instrumentos para acabar com a fonte do abuso, exceto o principal: o desprendimento para fazê-lo.
Há sinais de que essa situação está para mudar. O desabafo de Garibaldi Alves dá-se num momento em que uma comissão, criada pela Câmara dos Deputados, estuda novas regras para as MPs. O Legislativo deveria acelerar esse trabalho, pois já está maduro o diagnóstico de que é preciso estabelecer um ônus, hoje inexistente, ao governo que edita medidas como essas.
Se o Executivo está convencido da urgência e da importância do ato, se conta ter condições de reunir maioria no Congresso para aprová-lo, então é sua a responsabilidade de arregimentar a base em tempo hábil. Não faz sentido manter o atual sistema, que tranca a pauta após 45 dias da edição da MP e coloca o Congresso a reboque do Planalto.’
ECONOMIA
Com medo de ser feliz
‘SÃO PAULO – Nem bem começou a ser lido o artigo de Paulo Nogueira Batista Jr., na Folha de ontem, e já saía a ata da reunião do Conselho de Política Monetária (o Copom, o que decide os juros) para desmenti-lo, ao menos parcialmente.
Dizia o artigo, com razão: ‘A experiência começa a revelar como era enganosa aquela idéia, muito difundida entre nós, de que o Brasil só voltaria a crescer depois que implementasse uma série de difíceis reformas estruturais (previdenciária, tributária, trabalhista etc.). As reformas estruturais podem ser importantes, mas não constituíam precondição para a retomada do crescimento econômico. O governo Lula foi seduzido por essa idéia durante a maior parte do seu primeiro mandato, mas depois percebeu que estava marcando passo e deu mais ênfase à aceleração do crescimento’.
De acordo, Paulinho. Pena que a ata do Copom revele o mesmo medo de ser feliz que amarrou a maior parte do governo Lula e impediu até o ‘espetáculo do crescimento’, prometido em 2003. Para quem acha que os 5,4% de 2007 são um espetáculo, reproduzo de novo Paulo Nogueira Batista Jr.: ‘O resultado de 2007 não chega a ser espetacular’. Claro que é ‘um progresso considerável’, mas espetacular, não.
Voltemos à ata do Copom: veio prenhe de pessimismo, de alertas sobre a turbulência global, sobre a inflação e até de uma informação que é em si uma ameaça. O Copom afirma que chegou a cogitar em aumentar, já em janeiro, a taxa de juros, o que significa dizer que, mantidas as condições de temperatura e pressão expostas na ata, o razoável é supor que virá um aumento logo, logo.
É improvável que aumentar os juros interfira decisivamente nos efeitos da turbulência sobre o Brasil. Ou que debele a inflação, contida no setor de alimentos. Só tende a atrapalhar o ‘progresso considerável’ contido nos números de 2007.’
COLETIVA
A guerra continua
‘BRASÍLIA – Condoleezza Rice, a número 2 do governo americano, fez de Brasília um palanque para mandar um discurso duro para a América do Sul, especialmente para a Venezuela e o Equador.
Em entrevista no Itamaraty, com Celso Amorim, ela disse que fronteiras não podem servir de ‘refúgio para terroristas’ e cobrou as ‘obrigações’ dos países no combate ao terrorismo. Ou seja: antecipou a posição dos EUA na reunião de chanceleres da OEA (Organização dos Estados Americanos) na próxima segunda, em Washington.
A ameaça de uma guerra entre Colômbia (com o EUA por trás) e Equador (sustentado por Venezuela) foi afastada justamente pelo consenso de que nada justifica a violação territorial do Equador. Mas Bush e Rice discordam.
Selada a paz, eles cobram o outro lado da moeda (ou da fronteira): Ok, a Colômbia não pode bombardear as Farc no Equador, mas o Equador e a Venezuela podem acolher guerrilheiros das Farc?
Enquanto os EUA voltam a recrudescer no discurso, o Brasil volta a se posicionar como o principal mediador do conflito. Na véspera da chegada de Rice, Lula ligou para Chávez e elogiou seu papel apaziguador na hora ‘H’, mas Amorim enfim foi duro contra as Farc.
Ou seja: com a política do ‘ora apóio, ora condeno’ os EUA, a Venezuela, a Colômbia e as Farc, Lula e Amorim julgam-se com autoridade e com pontes para negociar com todos, ao mesmo tempo.
Serão duas etapas: endurecer nas fronteiras e, depois, decidir o que fazer com as Farc. Aí ninguém se entende. E é o essencial.
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Complexo de sub: na coletiva ‘para a imprensa’, as poltronas da frente e centrais foram reservadas para funcionários da Embaixada dos EUA e acabaram na maioria vazias. Já ‘a imprensa’ foi relegada ao fundo e ao canto, atrás de uma muralha de cinegrafistas e fotógrafos.
UNIVERSAL
Juíza de SC arquiva mais um processo contra a Folha
‘Uma juíza da comarca de Abelardo Luz (SC), a 574 km de Florianópolis, arquivou mais uma ação movida em nome de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus contra a Folha e a jornalista Elvira Lobato.
Dos 74 processos ajuizados até ontem por fiéis que se dizem ofendidos com a reportagem ‘Universal chega aos 30 anos com império empresarial’, publicada em dezembro, essa é a 15ª sentença. Todas as decisões proferidas foram favoráveis à Folha.
A juíza Camila Coelho entendeu que o fiel Raimundo Jorge Vale de Melo é parte ‘ilegítima para pleitear a indenização’.
‘Daqui a pouco não se poderá mais citar a profissão de ninguém, bem como partido político, time de futebol ou município de origem em qualquer meio de comunicação, porque os demais políticos, torcedores ou moradores alegarão ter sofrido abalo moral’, escreveu a magistrada na decisão.
Coelho rejeitou eventual condenação do autor por litigância de má-fé.
‘O fato de os pastores evangélicos e/ou fiéis da Igreja Universal terem ajuizado ação em diversas comarcas do país, por si só, não comprova que estão litigando de má-fé. O direito de ação encontra amparo constitucional’, informou a juíza.
Todos os processos judiciais movidos contra o jornal seguem uma mesma linha: têm textos semelhantes, foram ajuizados na Justiça Especial -que exige a presença das partes em cada audiência- e em cidades distantes das respectivas capitais.
Entre os dias 24 e 28 deste mês, por exemplo, foram agendadas 15 audiências em diferentes Estados do país.
‘O Globo’
O jornal ‘O Globo’ foi alvo de um processo movido em nome de uma seguidora da Igreja Universal, que alegou ter sofrido grande abalo moral ao ler reportagem divulgada pelo diário carioca no dia 14 de fevereiro.
A fiel Rosa Maria Soares afirmou que a igreja foi tratada como quadrilha de crime organizado, já que a reportagem informa que a Universal move ações orquestradas contra jornalistas. Ela questionou ainda o uso da palavra ‘seita’ para designar a Iurd. O termo, disse, depreciou a imagem da igreja.
O processo foi ajuizado na comarca de Niterói.
O diretor de Redação, Rodolfo Fernandes, vê na ação da fiel contra ‘O Globo’ o mesmo padrão de litigância de má-fé já repudiado pelo Judiciário.’
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Associação em NY faz protesto contra ações
‘O Overseas Press Club of America (OPC), associação de correspondentes estrangeiros em Nova York, se posicionou contra a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) por processos de conteúdos semelhantes movidos por fiéis contra jornalistas e jornais no Brasil.
As declarações estão em carta enviada pelo OPC ao presente Luiz Inácio Lula da Silva e a órgãos de imprensa brasileiros. No texto, a entidade diz que as ações são tentativa de ‘intimidar e censurar a liberdade de expressão da mídia nacional’.
Larry Martz, um dos líderes da entidade, disse que os processos ‘não são legítimos’. ‘A igreja claramente não está motivando processos para fazer valer seu direito. O que ela quer é tornar o réu tão desgastado com a dificuldade de responder aos processos que isso já se torna uma punição’, afirmou.
A carta cita os processos -abertos por diferentes cidadãos, mas com texto parecido- contra Elvira Lobato e a Empresa Folha da Manhã S.A., que edita a Folha. A reportagem ‘Universal chega aos 30 anos com império empresarial’ listou empresas de membros da Iurd.’
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
PT cerceia liberdade, diz Marco Aurélio
‘O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio Mello, acusou o PT, que foi à Justiça contra ele, de tentar ‘cercear a liberdade de expressão’.
O partido ingressou ontem com uma reclamação no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) pedindo a abertura de processo administrativo contra o ministro, com a justificativa de que ele violou a lei da magistratura ao dizer que o programa Territórios da Cidadania poderia ser questionado na Justiça por eventual caráter eleitoreiro.
‘O que vejo nisso é uma vertente extremada, cerceando a liberdade de expressão. Os novos ares constitucionais não viabilizam essa ótica. A divergência é salutar. (…) É um direito do partido entrar com a representação. Ele deve sopesar como essa representação vai ser encarada pela sociedade, principalmente quando ela tem a intenção de emudecer o presidente do TSE’, disse.
Já o líder do PT, deputado Maurício Rands (PE), argumenta que Marco Aurélio terá a incumbência de analisar a legalidade do programa-que foi questionado na Justiça pela oposição- e que, por isso, o ministro não poderia ter feito um julgamento antecipado do assunto. ‘A nossa missão é que este ato sirva como pedagogia, ou seja, não estamos sendo movidos por nenhum tipo de retaliação, mas para podermos ajudar a fortalecer o Judiciário.’
Apesar do pedido de abertura de processo, Marco Aurélio reiterou a sua posição sobre o Territórios da Cidadania e disse que se ‘aplaudisse a concessão de benesses em ano eleitoral, contrariando a lei, talvez mandassem fazer um busto com a minha imagem para ser colocado na Praça dos Três Poderes’.
‘Eu não sabia que incomodava tanto’, afirmou ele.
O ministro também questionou a autoridade do CNJ em relação a um ministro do STF. ‘Será que o CNJ pode exercer esse crivo em relação a ministro do Supremo? Isso está em aberto’, disse Marco Aurélio.
Sobre a ida à Justiça, o PT negou que possa criar atrito com o Judiciário. ‘As declarações dele [Marco Aurélio] foram alvo de críticas de muitos membros do próprio Judiciário. Além disso, nossa atitude não é contra todo o Poder, mas apenas contra um de seus membros.’’
TODA MÍDIA
Pato manco global
‘Os EUA estão atentos ao ‘terrorismo’ na América do Sul, disse a secretária de Estado ontem, por aqui.
Ao fundo, porém, ‘A mágica acabou para os EUA, diz chanceler da França’, no ‘International Herald Tribune’. Atingido na ação da Colômbia no Equador, o governo francês diz que outro presidente pode até recuperar parte da imagem, mas a ‘mágica’ não volta. E o ‘Wall Street Journal’ detalha que rivais e amigos, do Irã à Índia, todos já estão ‘ajustando as estratégias de política externa’ para um novo governo nos EUA.
Por outro lado, o ‘Financial Times’ deu que Bush ameaça romper com os democratas no debate do acordo bilateral da Colômbia. Diz a ‘Foreign Policy’ que ‘o prazo do controverso tratado está acabando’.
Outro prazo que corre, nota a Reuters, é o do plano de mudar a Constituição e permitir terceiro mandato a Alvaro Uribe. Sua aprovação subiu após o Equador.
O LINK
O humorista Tutty Vasques comemorou cedo, no blog: ‘Graças a Deus! Não é brasileira a prostituta que derrubou o governador de Nova York’.
Ela, não. Mas o ‘New York Post’ estava nas bancas, ontem cedo, noticiando a ‘Ligação pervertida com a bomba do Brasil’ em sua página 11 (dir.). Andreia Schwartz teria sido ‘informante’ nas investigações sobre o governador e, sem ser denunciada por acusações outras, estaria para ser deportada ao Brasil desde quarta.
As fotos do tablóide foram reproduzidas por todo lado, ontem, da home do iG às manchetes do ‘Jornal Nacional’.
A LULA…
Na Folha Online, Sergio Malbergier postou o texto ‘A Lula o que é de Lula’, sobre a expansão da economia em 07.
Mas continuam surgindo por toda parte outros pais do salto no PIB. O ex-ministro Antonio Palocci, falando ao Terra, saudou que o tempo das crises ‘ficou para trás’.
O QUE É DE LULA
Com evento no país, a nova ‘Economist’ nem cita o PIB -sublinhando antes que o programa de combate à Aids ‘enfrenta novos problemas’.
É que a ‘epidemia’ avança agora entre as mulheres, mais indefesas ‘num país católico’, e pelo país todo, em áreas sem melhor cobertura de saúde.
UMA OUTRA GUERRA
A nova edição da ‘Nature’ aborda em quatro textos a ‘guerra contra desmatamento’ no Pará, no Brasil, e avisa que ‘a comunidade internacional está acompanhando de perto’.
Faz elogios não apenas à ação, inclusive em editorial, mas aos ‘cientistas do Inpe’, que estão sob pressão do governador Blairo Maggi. Diz o Terra que ele decidiu levar a pressão diretamente a Lula.
Mas a revista britânica se pergunta, em texto paralelo e menor, se a Amazônia já não estaria ‘Além de salvação?’. Alguns modelos teóricos afirmam que a floresta pode ter perdido o bastante para não sustentar mais a si mesma.
OLPC À BRASILEIRA
O site CNET News.com, um dos principais na cobertura de internet, noticiou ontem que surgiu no Brasil a ‘alternativa ao OLPC’ -o célebre projeto de um computador por criança, de Nicholas Negroponte, que está demorando para decolar.
Relata o News.com que ‘os estudantes da cidade de Serrana não vão esperar mais’ e no fim deste mês começam a usar os computadores ‘de superfície’, feitos no Brasil, em suas carteiras. O projeto é de Victor Mammana, que foi colaborador de Negroponte.’
DEU NO NYT
Para o ‘NYT’, EUA esnobam Argentina
‘Assim como aconteceu no ano passado durante a visita do presidente George W. Bush à América Latina, a secretária de Estado não incluiu a Argentina no itinerário da visita de dois dias. Segundo reportagem de ontem do jornal ‘The New York Times’, isso mostra a ‘decepção’ que tem sido para Washington a presidente Cristina Kirchner.
Diz o ‘Times’ que o governo de Cristina desapontou ao ‘continuar a estreitar laços com Chávez, enquanto acusa os EUA de motivação política na investigações sobre suspeitos de US$ 800 mil em doações secretas da Venezuela a Kirchner’.
No que ficou conhecido como ‘escândalo da mala’, o americano-venezuelano Guido Antonini Wilson foi flagrado com uma mala de US$ 800 mil após desembarcar em Buenos Aires de avião fretado por uma estatal argentina que vinha de Caracas em 4 de agosto do ano passado.
Ele foi solto e acusado de infração alfandegária, mas processado nos EUA, onde vive, por supostamente atuar no país como agente do governo venezuelano. Outras quatro pessoas também foram acusadas no processo.
Peter Hakim, do centro de estudos Inter-American Dialogue, disse ao jornal que ‘os EUA estão claramente esnobando a Argentina’.’
MERCADO
Cuba libera venda de computador, DVD e TV de 24 polegadas
‘O governo de Cuba autorizou a venda de computadores, aparelhos de DVD ou vídeo -itens até agora vetados a compradores particulares-, no que parece ser o primeiro movimento do novo dirigente do regime, Raúl Castro, para eliminar, como prometeu, o ‘excesso de proibições’ na vida da ilha.
A mudança consta de um memorando interno ao qual teve acesso a agência Reuters em Havana. ‘Baseado na melhora de geração energética que o país apresenta, um nível superior de direção aprovou a comercialização de algumas linhas de aparelhos cujas vendas estavam proibidas’, diz trecho.
O memorando lista TVs de 19 e 24 polegadas, bicicletas elétricas, microondas e alarmes para carros. Também fala que aparelhos de ar-condicionado, outro grande objeto de desejo dos cubanos, só serão liberados em 2009, se houver energia.
O texto circula entre comerciantes oficiais de eletrônicos na ilha, mas uma fonte ouvida no Ministério do Comércio Interior cubano, em condição de anonimato, pelo jornal de Miami ‘El Nuevo Herald’ nega que a nova regra já esteja valendo e diz apenas que o governo ‘estuda’ para breve a mudança.
Só estrangeiros e empresas podem comprar computadores em Cuba, enquanto aparelhos de DVDs eram apreendidos no aeroporto até o ano passado, quando as regras aduaneiras foram flexibilizadas.
A restrição de vendas de eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos começou na grave crise que abateu a ilha pós-queda da União Soviética, e se intensificou com uma norma de 2003, numa tentativa de evitar os constantes apagões.
A oferta de energia estabilizou-se em 2006, com importação e com o petróleo barato vindo da aliada Venezuela.
Nova classe média
Todos os itens poderão ser comprados com peso conversível (equivalente a US$ 1,08), a moeda na ilha usada para comércio exterior e operadores de turismo, que vale 24 vezes mais que o peso cubano.
Ainda que a maioria não tenha acesso à moeda e tenha salários baixíssimos, calcula-se que algo entre 10% e 15% dos cubanos possam ser classificados como emergentes ou ‘nova classe média’, fruto da economia do turismo -donos de paladares e de casas que recebem turistas, por exemplo.
Como a Folha constatou em fevereiro, são eles que, com dinheiro no bolso e tolerância do governo, lotam as Tendas de Recuperação de Divisas, administradas pelo Exército desde 2005 e que, no começo, eram abertas apenas para turistas. Está nessa ‘nova classe média’ o maior descontentamento com o ‘excesso de proibições’ a que se referiu Raúl Castro.
No poder desde julho de 2006, com a doença do irmão Fidel, Raúl tornou-se formalmente o novo dirigente de Cuba em 24 de fevereiro.
No discurso de posse, ele prometeu para as semanas seguintes o início da eliminação de proibições ‘mais simples’, mas salientou que outras demorarão mais para serem abolidas, por estarem ligadas à temas de defesa nacional.
Para analistas, o que está em jogo no atual comando da ilha é justamente atender às expectativas geradas pela ascensão e declarações de Raúl sobre mudanças econômicas e abertura ao debate, enquanto permanecem o controle de meios de comunicação de massa, perseguição a dissidentes e controle do acesso a internet -ainda que, agora, aparentemente, com computadores mais novos disponíveis a parte da população.
Com agências internacionais’
TELEVISÃO
Sindicato ameaça vetar ex-BBBs no ‘Zorra’
‘O Sated-RJ (Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro) negou autorização para a ex-’big brother’ Bianca Jahara gravar uma segunda participação no humorístico ‘Zorra Total’, porque ela não tem registro de atriz (o chamado DRT).
Em e-mail enviado à Globo na última terça, o presidente do Sated, Jorge Coutinho, justificou o veto dizendo que está ‘sofrendo pressão da classe artística’. Na quarta, após conversar com Maurício Sherman (diretor do ‘Zorra Total’), Coutinho recuou. ‘O Sherman me lançou na TV, mas eu liberei a Bianca porque o programa já estava gravado’, disse ele, que atualmente integra o elenco de apoio de ‘Duas Caras’.
Coutinho diz que não autorizará outros ex-’big brothers’ a gravarem teledramaturgia. Se cumprir a ameaça, impedirá a exibição das participações de Juliana e de Alexandre, já gravadas, no ‘Zorra Total’.
Ele argumenta que os ex-BBBs tiram emprego de ator.
Para Maurício Sherman, o veto a ex-BBBs é equivocado. ‘Não há teledramaturgia, porque eles interpretam a si mesmos, não fazem ficção’, diz. Coutinho discorda: ‘Qualquer pessoa que fala em programa de teledramaturgia precisa de DRT. Mesmo que interprete a si mesmo, há roteiro e texto’.
Segundo Sherman, ao contrário do que diz o Sated-RJ, não existe uma segunda gravação de Bianca no ‘Zorra Total’. A única gravação já foi ao ar.
SEM XICA 1 A atriz Giovanna Antonelli perdeu em segunda instância ação que move contra o SBT pela exibição em 2005 de ‘Xica da Silva’ (Manchete, 1996). Giovanna reclamou que o SBT não tinha a autorização para exibir sua imagem e ganhou, em primeira instância, o direito de receber 10% do que a rede pagou para reprisar ‘Xica’.
SEM XICA 2 Anteontem, o Tribunal de Justiça do RJ decidiu que Giovanna tem direito apenas a receber o chamado direito conexo. A atriz foi defendida pelo advogado-celebridade Sylvio Guerra. Cabe recurso.
ALERTA A Band ganhou do SBT e ficou em terceiro no Ibope, anteontem, das 16h30 às 19h20. E empatou com o futebol.
CRISE Diariamente, pelo menos um artista da Record telefona para a Globo pedindo para voltar à emissora. Foi o que fez, recentemente, Márcio Garcia, cujo contrato com a TV do bispo está vencendo. A Record quer reduzir o salário de Garcia, caso ele continue impondo o direito de se recusar a fazer determinados merchandisings.
ENTRETENIMENTO A Globo anunciou ontem a criação de uma Área de Entretenimento, englobando a criação, produção de programas, gestão de recursos artísticos e controle de qualidade. O diretor-geral da área será Manoel Martins, que substitui Mário Lúcio Vaz no comando do artístico da emissora a partir de julho. A rigor, não muda quase nada, a não ser para Martins, que terá mais poderes.’
Cássio Starling Carlos
Marguerite Duras mostra vida singular
‘Documentários oficiais são aqueles em que um personagem-tema é apresentado com didatismo profissional e cuja vida costuma ficar tão emocionante quanto a leitura de um currículo. Já em programas como ‘Duras como Ela mesma’, que o SescTV exibe amanhã, o fator biográfico está a serviço de outro tipo de revelação.
Produzido pela TV franco-alemã Arte e dirigido por Dominique Auvray, o programa recusa o didatismo em proveito de uma visão despojada de sua personagem. Marguerite Duras tornou-se mais conhecida do público com o best-seller ‘O Amante’. Mas é a mulher, mãe e intelectual engajada que vêm à tona neste documentário.
Além da figura pública de artista, Duras se dá a ver como personagem do século 20, cuja existência foi marcada pelo fim do colonialismo na Indochina (onde nasceu) e a luta na Resistência francesa nos últimos anos da Segunda Guerra.
Em suas digressões sobre o amor materno, as memórias da infância e o balanço de seu engajamento na causa comunista, a escritora e cineasta escapa do casulo de autora difícil, onde costuma ser encerrada, e desce ao patamar da humanidade.
Por meio de entrevistas, imagens cotidianas e fotos pessoais, Duras abre sua intimidade e confirma o quanto uma vida singular alimenta o desejo de eternidade da literatura.
DURAS COMO ELA MESMA
Quando: amanhã, às 21h
Onde: no SescTV’
BOICOTE
Mundo árabe boicota Salão de Paris
‘O Salão do Livro de Paris, um dos maiores eventos literários da Europa, será inaugurado hoje para o público sem a participação de diversos países e editores árabes, que protestam contra a escolha de Israel como convidado de honra.
A seleção de Israel no mesmo ano em que se comemoram os 60 anos da criação do Estado hebreu é vista, por parte do mundo árabe, como um apoio velado à política do premiê Ehud Olmert, principalmente às incursões israelenses em territórios palestinos.
Nas últimas semanas, as manifestações de protesto não pararam de aumentar, inclusive com vozes dissonantes mesmo entre intelectuais israelenses. A Isesco (Organização Islâmica para Educação, Ciências e Cultura) foi uma das primeiras entidades a se manifestar, pedindo publicamente aos seus 50 países membros que boicotassem o evento.
A União dos Escritores Palestinos e a União dos Escritores Árabes, com sede no Egito, também pediram às editoras que cancelassem os estandes no salão, que segue até a próxima quarta-feira.
Entre os países que se pronunciaram oficialmente, o Líbano, pedra angular da francofonia no mundo árabe, foi o primeiro a afirmar que não participaria do encontro em Paris, iniciativa seguida por Arábia Saudita, Iêmen e Irã. Editores de outros países, como Argélia, Marrocos e Tunísia, também cancelaram a presença.
Para o escritor e conselheiro cultural da Embaixada do Líbano em Paris, Abdallah Naaman, os escritores oficialmente convidados para representar a literatura israelense não representam o conjunto da população.
‘Como explicar o fato de que todos os convidados escrevam em hebraico, quando sabemos que o árabe é muito presente no país, sem falar nos escritores que se exprimem em outros idiomas, como francês, russo e o inglês? A escolha do hebraico como única língua prova que uma parte importante da população é rejeitada’, afirma ele.
Entre os organizadores, o sentimento é de surpresa. ‘Não é Israel que é convidado, mas sim a literatura israelense’, diz o presidente do salão, Serges Eyrolles, que lamenta o que chama de ‘politização’ do debate e insiste sobre a casualidade entre a participação de Israel e o aniversário de sua criação como Estado. ‘Tudo isso é uma grande coincidência. Eu mesmo só soube que neste ano se celebrava a criação de Israel em dezembro do ano passado.’
Mas o argumento não convence todos. ‘O chamado campo da paz, formado por escritores como Amos Oz e Yehoshua e Grossman, é uma falácia. Eles não deram uma só palavra sobre os ataques recentes na Faixa de Gaza, que são uma forma de legitimação moral e cultural da política de Israel’, diz Eric Hazan, um dos donos da La Fabrique, uma pequena editora francesa que publica obras traduzidas do hebraico e do árabe.’
INTERNET
YouTube tira do ar clipe falso de música do CSS
‘Um clipe de ‘Music Is My Hot Hot Sex’, faixa do primeiro disco do Cansei de Ser Sexy, já foi visto no YouTube 106.826.233 vezes (pelo menos até o início da tarde de ontem). Com esse número, ganha o posto de vídeo mais visto da história do site -mas ele foi retirado da lista dos vídeos mais vistos da história do site.
Na semana passada, uma montagem feita por um usuário do YouTube em cima da canção da banda paulistana ultrapassou em visualizações o clipe ‘Evolution of Dance’ (que mostra um humorista em performances coreográficas). Até então, ‘Music Is My…’ batia nos 80 milhões de acessos.
O vídeo pode ser visto no site digitando os nomes da música e da banda. O autor da montagem atende por Clarus Bartel, que, no site, afirma morar na Itália. ‘Music’ não teve clipe oficial do CSS, mas ganhou a atenção dos norte-americanos ao ser usada em comercial do iPod Touch. A quantidade de acessos gerou suspeitas quanto à sua autenticidade (um mecanismo automático poderia gerar as visualizações). Principalmente porque a relação entre visualizações e avaliações que os usuários colocam no YouTube é desproporcional (poucas avaliações; muitos acessos).
Nesta semana, o site retirou o vídeo da lista dos mais vistos. Segundo comunicado da empresa, ainda ‘não há comprovação de fraude’, mas o vídeo sumiu da lista ‘enquanto são realizadas as investigações’. Até o fechamento desta edição, o grupo não havia respondido à reportagem da Folha.’
CINEMA
Celebração a Cannes une time de diretores em amistoso morno
‘À diferença dos esportes, nos quais os integrantes do ‘dream team’ e da ‘seleção de ouro’ jogam em conjunto, nos filmes coletivos a reunião de grandes nomes não significa que eles troquem passes e marquem golaços. A lista de diretores de ‘Cada um com Seu Cinema’ pode parecer um esquete dos sonhos. Só que o resultado do filme não passa de um amistoso morno que termina em empate protocolar.
A idéia partiu de Gilles Jacob, presidente do Festival de Cannes, que convidou 34 diretores premiados ou habituais da competição para participar da obra, feita para celebrar os 60 anos do evento, em 2007. O ponto de partida seria o ‘estado de espírito de um momento inspirado pela sala de cinema’.
O título brasileiro é mais fiel ao resultado. Em vez de ‘O Cinema de Cada um’, a obra ganhou aqui o nome de ‘Cada um com seu Cinema’, que revela mais a limitação, quase sempre sufocada por narcisismo, desses curtíssimos curtas.
A despeito da natureza multicultural do coletivo, dois temas predominam: a nostalgia da sala e a intensidade emocional da experiência. Vazias, abandonadas, destruídas ou arruinadas, as salas filmadas por Kitano, Konchalovsky, Gitai ou Hsiao-hsien ecoam em primeiro lugar a nostalgia não de um tempo, mas de um espaço mítico, lugar de imaginação, hoje transformado em amontoados de cadeiras ou de destroços.
A emoção da experiência no cinema ganha traduções que não escapam de obviedades, como cegos que choram (Iñárritu), faces abaladas (Kiarostami) e descobertas (Zhang Yimou) ou espectadores que se irritam com vizinhos (Roman Polanksi, Bille August) e vivem ações absurdas (Lars von Trier). Os mais constrangedores fazem de seus curtas exercícios de egolatria (Angelopoulos, Chahine, Lelouch). Outros partem da própria experiência para dialogar com o público, no idioma da ironia (Moretti).
Os trabalhos que se sobressaem são os de diretores que decidiram desrespeitar o caráter ‘Cinema Paradiso’ do projeto e explorar a sala como espaço possível de ficção. É o que fazem, com nítida superioridade, David Cronenberg, Olivier Assayas, os irmãos Dardenne, Elia Suleiman e Walter Salles.
Assayas e os Dardenne partem, ambos, do tema do furto e consomem seus três minutos exibindo historietas enxutas e exuberantes, que atestam a validade da regra ‘menos é mais’. Suleiman usa a sala como álibi para que seu personagem coloque em xeque a confiabilidade dos espaços e dos objetos.
Cronenberg se auto-encena numa performance conceitual que implode a natureza sentimentalóide do projeto. Sem pôr os pés em uma sala, Walter Salles se afasta do fetichismo e convoca Caju e Castanha para um improviso que ajuda a ver de longe e com acuidade a vacuidade do cinema.
CADA UM COM SEU CINEMA
Produção: França, 2007
Direção: vários
Com: Nanni Moretti, Jean-Claude Dreyfus e Takeshi Kitano
Onde: estréia hoje no Cine Bombril
Avaliação: regular’
Teté Ribeiro
Animação pega carona no autor de ‘O Grinch’
‘Um filme é um filme, não importa seu formato. Mas ajuda se for baseado numa obra de Dr. Seuss. O autor é o maior best-seller de histórias infantis da língua inglesa, com mais de 500 milhões de exemplares.
Seus maiores sucessos já foram adaptados para o cinema: ‘O Grinch’, com Jim Carrey, em 2000, e ‘O Gato’, de 2003, com Mike Myers. Nos Estados Unidos, seu nome -pseudônimo de Theodor Seuss Geisel (1904-1991)- já basta para gerar curiosidade. É nesse clima que estréia hoje ‘Horton e o Mundo dos Quem!’, que chega às telas de 15 países no formato de animação.
De novo, Jim Carrey está no papel principal, mas desta vez usando só a voz. Ele é o elefante Horton, que um dia ouve um pedido de socorro vindo de um pedacinho de poeira e, apesar de não ver nada, acredita que alguém pode de fato morar ali e decide ajudar. O tal pedacinho de poeira é um pequeno universo reincidente no mundo de Dr. Seuss, a Quemlândia. E quem pede socorro é o prefeito da cidade, dublado por Steve Carell. O filme entra em cartaz em 15 países; no Brasil, serão 419 cópias, com apenas seis legendadas (Marco Ribeiro faz a voz de Horton, e Tom Cavalcante, a do prefeito).
Novidade
É o primeiro trabalho de Carrey em um longa de animação. Para ele, o mais interessante foi voltar à obra de Dr. Seuss como um dos grandes heróis, após ter vivido o maior vilão -o Grinch.
‘Conversei muito com os diretores para saber o que eles queriam, e a resposta era sempre a mesma: ‘Você’, disse o ator em entrevista à Folha, em Los Angeles. ‘Mas aí achei que era pouco desafio, então fiz uma versão mais jovem e mais inocente de mim mesmo.’
Já para Carell, a novidade é que ele agora é um nome quase tão conhecido quanto o colega comediante, situação diferente da última (e única) vez em que trabalharam juntos, no filme ‘Todo Poderoso’, de 2003. Ver seu nome ao lado do de Carrey e acima do título do filme chegou a assustá-lo: ‘Já trabalhava há 20 anos como ator e me sustentava sem ter de ser garçom nas noites livres desde 1988, o que para mim já era o meu maior sucesso’.
O ator virou um grande nome em 2005, com o filme ‘O Virgem de 40 Anos’. O lugar na lista A de Hollywood foi garantido como o acadêmico suicida de ‘Pequena Miss Sunshine’, no ano seguinte. Uma outra dupla de Jim e Steve, no entanto, é a responsável por levar a história de Horton às telas. São os diretores estreantes Jimmy Hayward (animador de ‘Procurando Nemo’) e Steve Martino (animador de ‘Robôs’).
‘A comédia é uma linguagem universal’, afirmou Hayward.
‘Fui ao último Festival de Cinema de Búzios apresentar um trecho, e o público, mesmo sem conhecer o livro nem ver o filme inteiro, riu muito.’ Martino completa: ‘O tema do filme é a frase que Horton fala o tempo inteiro: ‘Uma pessoa é uma pessoa, não importa o seu tamanho’. Nada é mais atual do que isso’.
A jornalista TETÉ RIBEIRO viajou a convite da Fox.’
Marco Aurélio Canônico
Sem as vozes originais, desenho fica ainda mais restrito ao público infantil
‘É quase covardia que, antes de ‘Horton e o Mundo dos Quem!’, seja apresentado ao espectador um ‘teaser’ (espécie de pré-trailer) de ‘A Era do Gelo 3’, com o sensacional Scrat e sua noz -ambos os desenhos são do mesmo estúdio, o Blue Sky.
Isso porque, mesmo sendo uma boa animação infantil, ‘Horton’ não chega ao nível de ‘Era do Gelo’ -e o terceiro filme da série, novamente dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, não chega aos cinemas antes de 2009.
Terceira adaptação cinematográfica de obras de Theodor Seuss, o célebre cartunista e autor de livros infantis norte-americano conhecido como Dr. Seuss, ‘Horton’ é um filme com todos os ingredientes consagrados para crianças: animais fofinhos, humor leve e de fácil assimilação e moral edificante.
Os adultos, no entanto, não vão se divertir tanto, até porque mal terão chance de assistir ao desenho com sua dublagem original, com Jim Carrey e Steve Carell nos papéis principais -apenas seis das 419 salas em que o filme será exibido terão cópias legendadas, em São Paulo, Rio e Florianópolis.
O protagonista da história é o elefante Horton, simpático e brincalhão (talhado ao feitio de Carrey), que ouve um chamado vindo de um minúsculo grão -na verdade, a cidade de Quemlândia, microscópica para os padrões dos animais.
Decidido a ajudar os habitantes de Quemlândia, levando-os para um lugar seguro, Horton enfrenta a resistência dos demais animais, que não escutam nada no grão e o julgam louco.
Dependendo de quem assiste, o desenho permite interpretações variadas -o lema de Horton, ‘uma pessoa é uma pessoa, não importa o tamanho que tenha’, transformou-o em propaganda antiaborto, para desgosto de seu criador.
Mas sua idéia final -respeite a todos os seres vivos, e não imagine que seu mundo é o centro de tudo- já foi melhor resolvida em outros filmes. O que não invalida o programa.
HORTON E O MUNDO DOS QUEM!
Produção: EUA, 2008
Direção: Jimmy Hayward e Steve Martino
Onde: estréia hoje nos cines Frei Caneca Unibanco Arteplex (leg.), Bristol (dubl.) e circuito
Avaliação: bom’
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