Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Órgão regulatório dificulta a vida dos paparazzi

O trabalho dos paparazzi italianos está agora um pouco mais difícil. Uma ordem emitida esta semana pela Autoridade dos Dados Pessoais, órgão que garante a privacidade das pessoas na Itália, prevê penas de prisão para aqueles que divulgarem fotos ou matérias sobre fatos ‘que não tenham interesse público ou que se refiram à vida sexual’ dos ricos e famosos, noticia Victor L. Simpson [Associated Press, 16/3/07]. Os que violarem a lei podem pegar penas de três meses a dois anos de prisão, além de multas.


A ação ocorre depois de uma investigação no país sobre uma rede que registrava situações comprometedoras de famosos e atletas, pedindo dinheiro para que o material não fosse publicado. Um fotógrafo que estava no centro da investigação foi preso com duas outras pessoas nesta segunda-feira (19/3), acusado de extorsão.


Jornais chegaram a divulgar que até mesmo o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, o homem mais rico da Itália, foi alvo de extorsão por conta de uma fotografia de sua filha. Um dos principais assessores do primeiro-ministro Romano Prodi foi mencionado em uma ligação interceptada entre dois fotógrafos.


Dois pesos, duas medidas


Há quem critique a medida, alegando que ela poderá afetar a liberdade de imprensa. ‘A privacidade é sagrada, mas somente para políticos’, afirmou o Il Giornale, jornal de centro-direita de propriedade do irmão de Berlusconi, que foi o primeiro a divulgar a matéria sobre o assessor de Prodi. O senador Cesare Salvi reconheceu que há riscos para o trabalho dos jornalistas. ‘Quando os paparazzi falavam de jogadores de futebol, ninguém se importava. Agora, que políticos estão envolvidos, tudo mudou’, diz.