Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Parceria pode provocar demissões

O editor-chefe da Reuters, David Schlesinger, admitiu que poderá haver uma série de demissões após a compra da agência pelo grupo canadense Thomson Corporation, que atua no setor de informações financeiras. A nova empresa, que deverá se chamar Thomson-Reuters, será uma das maiores empregadoras de jornalistas do mundo, mas cargos que se sobrepõem deverão ser cortados. ‘Mudar é algo constante na indústria midiática – em especial no momento em que vivemos – e as mudanças são inevitáveis. Se você olhar a história da Reuters, perceberá que ela sempre passou por mudanças. Começamos simplesmente como uma agência de notícias e expandimos para informações financeiras’, afirma Schlesinger. ‘Nos últimos dois anos, estamos entrando em contato direto com o consumidor’.


A primeira oferta da Thomson para comprar a Reuters foi feita em maio do ano passado. A fusão põe fim à história de 150 anos da agência, que tem sede no Reino Unido, como uma organização de notícias independente. A Thomson-Reuters será a maior fornecedora de informação financeira do mundo, tirando o posto da Bloomberg.


Aprovação


A venda da agência de notícias por US$ 17,2 bilhões foi aprovada recentemente por reguladores antitruste da União Européia e dos EUA e também pelo Reuters Founders Share Trust, conselho que tem o objetivo de garantir a independência da empresa. ‘O Trust tinha o objetivo de proteger a Reuters de compradores não desejados, mas permitiu que o acordo aprovado estivesse em consonância com a missão da empresa, nos dando a habilidade de crescer no futuro’, explica Schlesinger. O órgão será incorporado à Thomson-Reuters para garantir a independência editorial da nova companhia.


O National Union of Journalists (NUJ) – sindicato que representa a maioria dos jornalistas que trabalha para a Reuters e a Thomson no Reino Unido – afirmou que, apesar de ter solicitado, ainda não teve acesso a detalhes da negociação. Um encontro entre o NUJ e a administração da Reuters está marcado para a próxima semana. A fusão das duas empresas deverá ser finalizada em abril. Informações de Dominic Ponsford [Press Gazette, 3/3/08].