Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Paulo Verlaine

‘Gualter George, editor-executivo de Conjuntura, fez o seguinte comentário sobre a nota ‘Guerra dos fármacos’, publicada domingo último, 25, nesta Coluna: ‘Mais uma vez, solicito espaço para me manifestar quanto a questões levantadas na coluna externa reclamando que não tenha sido oferecida a possibilidade de inserir o nosso pensamento já dentro da discussão por ela levantada no último domingo, 25/5. Em outras palavras, avalio que teria sido justo ser procurado na semana passada para me manifestar acerca das várias dúvidas suas quanto ao acerto de decisões tomadas no âmbito do noticiário político do O POVO’.

Acrescenta: ‘São quatro indagações feitas na linha de uma análise crítica sobre a nossa abordagem (do O POVO) à polêmica entre Prefeitura e oposição que, nas argumentações, terminou se transformando no que a coluna define como ‘guerra dos fármacos’. Em resumo, são elas: não prometemos um grande debate sobre a cidade? Por que dar tanto destaque a um tema que só merecia notas de colunas? O espaço oferecido à briga comprometeu o que deveria estar ocupado por outros temas mais relevantes? O que ganha a população?’

Em seguida, diz: ‘O ruim, pra mim, não é simplesmente questionar o espaço oferecido ao assunto. Mas, em especial, vincular isto ao que está anunciado como linha-base da cobertura das eleições 2008, não com pompa e circunstância, mas com a visibilidade que entendemos necessária. Uma leitura mais cuidadosa daquilo que projetamos em 17 de fevereiro mostrará que, ao contrário, o roteiro está sendo cumprido à risca. Nunca prometemos um noticiário político que negasse a realidade dos fatos. O que a prefeita fala, o que seus adversários respondem, o que fontes outras dizem, tudo é considerado para levarmos ao leitor na perspectiva de mantê-lo informado sobre o cotidiano da política que, lamente-se ou não, também é feito por episódios do tipo.

Jornalista experiente que é, sabe você que o debate político, especialmente quando também eleitoral, faz-se assim mesmo em muitos momentos, sem aparente nexo institucional, potencializando temas de relevância secundária.

Ressalta: ‘Anunciamos, e temos feito, que não ficaríamos presos a essa armadilha. O projeto de cobertura estabelece o nosso compromisso de, numa pauta própria, discutir temas realmente fundamentais à cidade, na perspectiva do morador e do cidadão. Percorremos, desde então, bairros de Fortaleza ouvindo as pessoas sobre carências e oportunidades, colocamos em pauta a necessidade de convivência da Capital com os demais municípios da área metropolitana para superar uma parte dos seus problemas, discutimos o papel do vereador e avaliamos a qualidade da atual bancada em Fortaleza, entraremos agora na discussão institucional do papel do prefeito, enfim, há uma ação planejada que independe dos ataques e contra-ataques de situação e oposição.

Finaliza: ‘Recomendo que faça uma releitura do material para notar que, no fundamento da discussão específica que é objeto de sua crítica, desconsiderados os argumentos fármaco-medicinais de parte a parte, há estratégias de um jogo já em andamento. Nossa discussão contempla isso e não fica presa às meras declarações de um e outro lado, abordagem que, ai sim, seria suficiente em notas de colunas, como você sugere. Vamos em frente, porque, é importante lembrar, a campanha sequer começou’.

‘Fármacos II’

Reconheço o excelente trabalho realizado pelo Núcleo de Conjuntura no processo eleitoral que se inicia, principalmente no que se refere ao levantamento de questões de relevância para Fortaleza e sua população. Mas, é preciso dizer, mantenho o que disse na Coluna anterior. Acho que foi dado excessivo destaque ao bate-boca entre a prefeita Luizianne Lins e a oposição municipal no qual apareceram em destaque os nomes dos medicamentos Lexotan e Gardenal, entre outros menos votados. Chamada de primeira página, manchetes de páginas e outras matérias dispensadas a uma querela bizarra. Mas, como diz Gualter George, vamos em frente.

‘Pasmaceira’

Mereceu repercussão positiva entre leitores o comentário ‘O bloco da pasmaceira está passando’, inserido na Coluna Política, de Fábio Campos. O colunista, em tom veemente, chama a atenção dos políticos para as sucessivas derrotas que o Ceará vem sofrendo no que se refere a investimentos públicos neste Estado, principalmente no que se refere à questão da refinaria, ‘velho sonho acalentado há 30 anos’, como diz o jornalista. Registro aqui as mensagens dos leitores Paulo Rocha e Wanderson César que destacaram o trabalho do colunista.’