‘É acentuadamente informativo, e ao mesmo tempo fornece uma comparação histórica importante, o livro A primeira guerra mundial e a imprensa brasileira, resultado do mestrado em Relações Internacionais do jornalista Sidney Garambone. Logo na apresentação do livro, a jornalista Ana Paula Padrão avisa: ‘O relato jornalístico, por mais eivado que esteja das distorções que perseguem o ofício, oferece os contrastes à análise e ao entendimento.’ As palavras da apresentadora do Jornal da Globo indicam, de certa maneira, a premissa do trabalho de Garambone, que utilizou como material de pesquisa dois jornais de linhas políticas diferentes e que cobriram a primeira guerra: de um lado o conservador Jornal do Commercio, do outro o oposicionista Correio da Manhã.
Mas, ao longo do livro, as diferenças vão ficando cada vez mais tênues, ao ponto de o autor afirmar que ambos os jornais se posicionaram tecnicamente de forma similar na participação brasileira na Primeira Guerra Mundial e deram extrema importância a ela, mesmo quando as balas disparadas na Europa em nada influenciavam o povo brasileiro. Só em 1917, quando também explodiu a revolução russa de Lênin, o Brasil entrou no conflito. A participação brasileira não foi grande, já que a guerra terminou em novembro de 1918 com a rendição da Alemanha.
Apesar da pouca participação, os reflexos da guerra no jornalismo brasileiro foram consideráveis. Quase de uma forma inconsciente, no Brasil da Primeira Guerra, surgiu uma imprensa mais preocupada com a transmissão da informação, já que o volume que chegava era inédito. Sem pensar muito, de acordo com Garambone, os jornais foram isentos, mas quando o país finalmente declarou guerra à Alemanha, houve uma ideologização da cobertura.
Ao lançar luz sobre o comportamento da imprensa brasileira, Garambone vai reescrevendo a história na medida em que traça um paralelismo indireto, não realçado até agora, entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. A primeira – diga-se de passagem – mereceu três obras-primas do cinema: A grande ilusão, de Jean Renoir; Sem novidades no front, de Lewis Milestone e Glória feita de sangue, de Stanley Kubrick. Na Primeira Guerra, lembra Garambone, morreram 8 milhões e 500 mil pessoas. Pode-se multiplicar por cinco ou seis e chegar-se ao número de feridos, mutilados e traumatizados mentais em função dos combates. Na Segunda, morreram 45 milhões de seres humanos.
Mas os pontos comuns entre as duas guerras são muitos. A Primeira começou com os alemães invadindo a Bélgica e o Norte da França. A Segunda Guerra começou com Hitler invadindo a Polônia. Na primeira, o Brasil entrou seis meses depois dos Estados Unidos. Na segunda, Vargas declarou guerra ao nazifascismo em agosto de 1942, nove meses após o ataque japonês a Pearl Harbour. Na primeira guerra, a tese de neutralidade acabou com o afundamento de navios mercantes brasileiros. Exatamente o que aconteceu na segunda. Duas semanas antes da declaração, Getúlio Vargas demitiu Francisco Campos do Ministério da Justiça e Filinto Müller da temível Chefatura de Polícia. O grupo germanófilo do governo – como era chamado – desabava.
A tríade opinião pública, mídia e poder é o principal enfoque de A Primeira Guerra Mundial. Garambone enfatiza que o curioso é perceber o começo destas relações, muitas vezes promíscuas, entre mídia, na época os jornais, agentes únicos da imprensa na formação da opinião, e poder. No livro, o jornalista mostra que a capacidade analítica da imprensa, a possibilidade de acesso à informação por meio de outras fontes, a independência do leitor, ansioso por buscar os dois lados da mesma moeda, e a perigosa interação entre jornalistas e front, que ainda precisa ser analisada eticamente, são novidades.’
JORNALISMO & REALIDADE
Carlos Chaparro
‘Por um jornalismo de pé no chão’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 13/02/04
‘O XIS DA QUESTÃO – Quanto mais os repórteres transitam de automóvel, por alamedas que levam aos palácios, mais se afastam das ruelas esburacadas do universo não noticiado daqueles que, vítimas de processos excludentes, não desenvolveram a capacidade de se organizar para a produção de ações noticiáveis. Para recolocar repórteres nas ruelas que levam à realidade e aos protagonistas do mundo não noticiado, a coluna faz duas propostas: 1) Que os jornalistas free-lancers recuperem a capacidade e a tradição de propor, às várias mídias, pautas diferenciadas; 2) Abrir no site Reescrita espaço para boas reportagens feitas por estudantes de jornalismo, nos jornais-laboratório dos respectivos cursos.
1. Alamedas e veredas…
Como tantas vezes acontece, a véspera do dia de entrega da coluna ao Comunique-se foi de navegação entre dúvidas. Sobre o que escrever e o que escrever? Na releitura dos dois diários que assino, e em repetidas incursões pelos noticiários da Internet, começou a crescer a idéia de propor uma reflexão sobre os caminhos habituais dos repórteres, no jornalismo diário de hoje. Quando eles saem das redações, com a pauta na mão, aonde vão? A quem procuram? Que percursos preferem ou são levados a percorrer?
Os jornais do dia e as correntezas de noticias na Internet confirmavam a presunção (minha) de que o rumo dos repórteres leva quase inevitavelmente aos palácios das fontes organizadas, aquelas que exercem o poder de produzir fatos noticiáveis e a competência de recheá-los de atributos jornalísticos. A evidência aparecerá claramente na estatística, se quisermos contar e classificar a origem das notícias divulgadas. Já fiz isso muitas vezes, daí a presunção citada. E a presunção se confirma na quase unanimidade dos enfoques do noticiário, originado em press-releases irrecusáveis ou na relevância inquestionável de fatos e falas, intencionalmente produzidos para serem notícia.
Como já escrevi outras vezes, considero um valioso exercício democrático esse de instituições e grupos organizados saberem e poderem utilizar o espaço público do jornalismo, e a eficácia da notícia, para socializar os discursos que produzem. Hoje, mais do que em qualquer outra época, é pela afirmação da capacidade discursiva, via notícia, que as instituições e os grupos organizados demarcam espaços próprios no complicado cenário dos conflitos da atualidade.
O problema, quase esquecido, na fisionomia desse mundo movido a informação e desse jornalismo cada vez mais aberto à reprodução dos discursos particulares, está na exclusão discursiva produzida.
Quanto mais os repórteres transitam de automóvel por alamedas, rumo aos palácios, mais se afastam das ruelas esburacadas que levam ao universo não noticiado daqueles que, vítimas de outros processos excludentes, não desenvolveram a capacidade de se organizar para a produção de ações noticiáveis.
E por se tratar de uma exclusão que tem a ver, e muito, com o nosso trabalho de jornalistas, mais ainda com o nosso quinhão de responsabilidade social, o tema aqui está, para ser debatido.
2. Os CEUS e o inferno
Na verdade, as dúvidas sobre o tema se desvaneceram na noite de quinta-feira, quando, no ambiente fraterno de um aniversário, abri os ouvidos para os lamentos de uma professora do sistema municipal de ensino, em São Paulo. Ela faz parte do corpo docente de uma escola de periferia, freqüentada por cerca de 2.500 alunos (soma dos quatro períodos em que a escola funciona, das sete da manhã às onze da noite), para os quais existem 19 salas de aulas. Para atender à demanda em crescimento, seria preciso, urgentemente, pelo menos mais uma ou duas salas de aula. Mas não há dinheiro para investir. Assim, o jeito parece ser o de desativar uma das salas ocupadas por serviços e atividades de apoio didático (biblioteca ou sala de vídeo, por exemplo).
A miséria do bairro aumenta os problemas da direção da escola e dos professores, obrigados, inclusive, a cuidarem da distribuição do leite que as crianças levam para casa – um litro por aluno. Mas, na orientação da prefeitura, só têm direito ao leite crianças que não faltem à aula. Quando isso acontece, a fúria dos pais cai sobre a cabeça dos professores, acusados de roubarem o alimento cuja falta na casa dessas famílias representa uma tragédia.
Nas salas superlotadas, a não separação de crianças com necessidades especiais, aconselhada pela pedagogia de inclusão, em alguns casos, cria problemas que vão muito além da capacidade de ação do professor e que acabam por excluir os outros alunos, assustados, por exemplo, pela agressividade incontrolada de crianças portadoras de certas deficiências mentais que exigiriam acompanhamento especializado.
A falta de recursos e de apoio, e a gravidade dos problemas que enfrentam, sem a mínima perspectiva de solução, submetem os professores a estados de depressão mais ou menos graves. ‘Eu estou deprimida’, dizia-me a professora, uma das heroínas que cumprem a difícil missão de ensinar nessas fronteiras urbanas não alcançadas por um poder público que se exigiria inteligente e cumpridor das suas obrigações.
Até para evitar o alongamento do texto, não entrarei em detalhes. Mas posso garantir que, na cidade de São Paulo, são dezenas, talvez centenas, as escolas nessas condições. Faltam salas de aula, professores, recursos materiais e didáticos, políticas de apoio e perspectivas de soluções.
E do quê os jornais e as televisões falam? Dos CEUS, da grandiosidade e sofisticação da sua concepção arquitetônica e funcional, coisas de primeiro mundo, na proposta retórica da propaganda oficial. E porque assim é, nem sequer se pergunta qual é o projeto pedagógico para os CEUS – que, dizem-me especialistas no assunto, ainda não existe. Talvez valesse a pena, penso eu, utilizar o dinheiro e a criatividade publicística da propaganda dos CEUS em mensagens que ajudassem as comunidades da periferia a partilharem discussões e soluções das suas escolas locais.
Mas a discussão não é essa, nem sequer o fato de o dinheiro gasto na propaganda dos CEUS (que serve ao interesse político, não ao projeto educacional) estar fazendo falta no atendimento a necessidades prementes das escolas da periferia, carentes de quase tudo. A questão a discutir é outra: o que fazer para que os repórteres descubram e percorram as ruelas que levam à realidade e aos protagonistas do mundo não noticiado?
3. Duas propostas
Não tenho respostas à pergunta, até por duvidar que a pauta da grande imprensa retire os repórteres das alamedas palacianas para os colocar nas ruelas do mundo não noticiado. Tenho, porém, duas propostas:
1) Que os jornalistas free-lancers recuperem a capacidade e a tradição de levar, às várias mídias, pautas diferenciadas que contribuam para trazer à superfície do espaço jornalístico a realidade escondida do mundo não noticiado. Seria uma forma de reduzir a exclusão discursiva e de colocar novos protagonistas nos confrontos da atualidade. A propósito, gostaria muito de saber como funciona hoje o mercado para os ‘frilas’. Aguardo testemunhos nos comentários.
2) Vou abrir no site Reescrita um espaço para boas reportagens feitas por estudantes de jornalismo, nos jornais-laboratório dos respectivos cursos. Com a condição de que as matérias sejam enviadas pelo professor da disciplina ou por ele avalizadas. Os jornais-laboratório têm liberdade e função que estimulam a experimentação de um jornalismo transgressor, descolado dos sistemas nutridas pelas fontes organizadas. Há ótimos trabalhos de alunos de jornalismo, que nascem e morrem nos limites dos cursos. Pois que apareçam, para serem conhecidos e apreciados. E para produzirem efeitos.’
JORNALISMO & EMOÇÃO
Carlos Alberto Di Franco
‘O dogma e a emoção’, copyright O Globo, 16/02/04
‘As virtudes e as fraquezas dos jornais não são recatadas. Registram-nas fielmente os delicados radares da opinião pública. Precisamos, por isso, derrubar inúmeros mitos que conspiram contra a credibilidade da imprensa. Um deles, talvez o mais resistente, é o dogma da objetividade absoluta. Inscrito em inúmeros códigos empoeirados, é de um vazio surpreendente. Transmite, num pomposo tom de verdade, a falsa certeza da neutralidade jornalística. Só que essa separação radical entre fatos e interpretações simplesmente não existe. Jornalistas não são autômatos.
Além disso, não se faz bom jornalismo sem emoção. A frieza é anti-humana e, portanto, antijornalística. A imprensa honesta e desengajada tem um compromisso com a verdade. A neutralidade é uma mentira, mas a isenção é uma meta que deve ser perseguida. Todos os dias.
A busca da isenção enfrenta a sabotagem da manipulação deliberada, da preguiça profissional e da incompetência arrogante. O jornalista engajado é sempre um mau repórter. Não sabe, como sublinha Carl Bernstein, que ‘o importante é saber escutar’. Esquece, ofuscado pela arrogância, que as respostas são sempre mais importantes que as perguntas. A grande surpresa no jornalismo de qualidade é descobrir que ‘quase nunca uma história corresponde àquilo que imaginávamos’, sublinha Bernstein.
O bom repórter esquadrinha a realidade, o jornalista preconceituoso constrói a história. Todos os manuais de redação consagram a necessidade de ouvir os dois lados de um mesmo assunto. Trata-se de um esforço de isenção mínimo e incontornável. Mas algumas distorções transformam um princípio irretocável num jogo de aparência. A apuração de faz-de-conta representa uma das maiores agressões à ética informativa. Matérias previamente decididas em guetos engajados buscam a cumplicidade da imparcialidade aparente. A decisão de ouvir o outro lado não é sincera, não se apóia na busca da verdade. É um artifício. O assalto à verdade culmina com uma estratégia exemplar: a repercussão seletiva. O pluralismo de fachada convoca, então, pretensos especialistas para declararem o que o repórter quer ouvir. Personalidades entrevistadas avalizam a ‘seriedade’ da reportagem. Mata-se a informação. Cria-se a versão.
A precipitação e a falta de rigor são outros vírus que ameaçam a qualidade informativa. A manchete de impacto, oposta ao fato ou fora do contexto da matéria, transmite ao leitor o desconforto de um logro. Repórteres carentes de informação especializada e de documentação apropriada acabam sendo instrumentalizados pela fonte. Sobra declaração leviana, mas falta apuração rigorosa. A incompetência impune foge dos bancos de dados. Na falta da pergunta inteligente, a ditadura das aspas ocupa o lugar da informação. O jornalismo de registro, burocrático e insosso, é o resultado acabado de uma perversa patologia: o despreparo de repórteres e a obsessão de editores com o fechamento. Quando editores não formam os seus repórteres; quando a qualidade é expulsa pela ditadura do deadline; quando as pautas não nascem da vida real, mas da cabeça de pauteiros anestesiados pelo clima rarefeito de certas das redações, é preciso ter a coragem de repensar todo o processo.
A autocrítica deve ser acompanhada por firme propósito de transparência e de retificação dos equívocos. Uma imprensa ética sabe reconhecer os erros. As palavras podem informar corretamente, denunciar situações injustas, cobrar soluções. Podem também esquartejar reputações, destruir patrimônios, desinformar. Confessar um erro de português ou uma troca de legendas é relativamente fácil. Mas admitir a prática de atitudes de prejulgamento, de manipulação informativa ou de leviandade noticiosa exige coragem moral. Reconhecer o erro, limpa e abertamente, é o pré-requisito da qualidade e, por isso, um dos alicerces da credibilidade.’
JORNALISMO & OBJETIVIDADE
Carlos Alberto Di Franco
‘Repensar os jornais’, copyright O Estado de S. Paulo, 16/02/04
‘As virtudes e as fraquezas dos jornais não são recatadas. Registram-nas fielmente os delicados radares da opinião pública. Precisamos, por isso, derrubar inúmeros mitos que conspiram contra a credibilidade da imprensa. Um deles, talvez o mais resistente, é o dogma da objetividade absoluta.
Inscrito em inúmeros códigos empoeirados, é de um vazio surpreendente.
Transmite, num pomposo tom de verdade, a falsa certeza da neutralidade jornalística. Só que essa separação radical entre fatos e interpretações simplesmente não existe. Jornalistas não são autômatos. Além disso, não se faz bom jornalismo sem emoção. A frieza é anti-humana e, portanto, antijornalística. A imprensa honesta e desengajada tem um compromisso com a verdade. A neutralidade é uma mentira, mas a isenção é uma meta que deve ser perseguida. Todos os dias.
A busca da isenção enfrenta a sabotagem da manipulação deliberada, da preguiça profissional e da incompetência arrogante. O jornalista engajado é sempre um mau repórter. Não sabe, como sublinha Carl Bernstein, que ‘o importante é saber escutar’. Esquece, ofuscado pela arrogância, que as respostas são sempre mais importantes que as perguntas. A grande surpresa no jornalismo de qualidade é descobrir que ‘quase nunca uma história corresponde àquilo que imaginávamos’, sublinha Bernstein.
O bom repórter esquadrinha a realidade, o jornalista preconceituoso constrói a história. Todos os manuais de redação consagram a necessidade de ouvir os dois lados de um mesmo assunto. Trata-se de um esforço de isenção mínimo e incontornável. Mas algumas distorções transformam um princípio irretocável num jogo de aparência. A apuração de faz-de-conta representa uma das maiores agressões à ética informativa. Matérias previamente decididas em guetos engajados buscam a cumplicidade da imparcialidade aparente. A decisão de ouvir o outro lado não é sincera, não se apóia na busca da verdade. É um artifício. O assalto à verdade culmina com uma estratégia exemplar: a repercussão seletiva. O pluralismo de fachada convoca, então, pretensos especialistas para declararem o que o repórter quer ouvir. Personalidades entrevistadas avalizam a ‘seriedade’ da reportagem. Mata-se a informação.
Cria-se a versão.
A precipitação e a falta de rigor são outros vírus que ameaçam a qualidade informativa. A manchete de impacto, oposta ao fato ou fora do contexto da matéria, transmite ao leitor o desconforto de um logro. Repórteres carentes de informação especializada e de documentação apropriada acabam sendo instrumentalizados pela fonte. Sobra declaração leviana, mas falta apuração rigorosa. A incompetência impune foge dos bancos de dados. Na falta da pergunta inteligente, a ditadura das aspas ocupa o lugar da informação. O jornalismo de registro, burocrático e insosso, é o resultado acabado de uma perversa patologia: o despreparo de repórteres e a obsessão de editores com o fechamento. Quando editores não formam os seus repórteres; quando a qualidade é expulsa pela ditadura do deadline; quando as pautas não nascem da vida real, mas da cabeça de pauteiros anestesiados pelo clima rarefeito de certas das redações, é preciso ter a coragem de repensar todo o processo.
A autocrítica interna deve ser acompanhada por um firme propósito de transparência e de retificação dos nossos equívocos. Uma imprensa ética sabe reconhecer seus erros. As palavras podem informar corretamente, denunciar situações injustas, cobrar soluções. Mas podem também esquartejar reputações, destruir patrimônios, desinformar. Confessar um erro de português ou uma troca de legendas é relativamente fácil. Mas admitir a prática de atitudes de prejulgamento, de manipulação informativa ou de leviandade noticiosa exige coragem moral. Reconhecer o erro, limpa e abertamente, é o pré-requisito da qualidade e, por isso, um dos alicerces da credibilidade. (Carlos Alberto Di Franco, diretor do Master em Jornalismo para Editores e professor de Ética Jornalística, é diretor para o Brasil de Mediacción – Consultores em Direção Estratégica de Mídia (Universidade de Navarra). E-mail: difranco@ceu.org.br)’