Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Polindo a notícia no espaço democrático

Nós, que nos aprofundamos nas leituras de jornais, revistas e livros, muitas vezes varamos noites pesquisando a história do dia-a-dia da formação de nossa sociedade. Com sangue suor e lágrimas, damos diariamente a nossa contribuição para o aprimoramento educacional e intelectual de nossa gente. Esta profissão de fé é uma entrega total a continuidade, ao zelo, pelo Estado Democrático de Direito.

A democracia é um imperativo para que possamos quebrar as arestas dos males presentes e construir um país em que as brechas que originam os tumores sociais sejam de fato sanadas ou fechadas. Porém, compreendo que o fatalismo, a naturalização das idéias pessimistas, o pensar que estamos diante do caos, em nada colabora para a restauração de um novo espaço político.

Dificilmente acrescentamos algo de novo ao espaço social ou político quando fazemos críticas novas com costumes envelhecidos, com regras obsoletas. Não podemos e não devemos ser a palmatória do mundo, nem tampouco achar que estamos presos na gaiola do egoísmo concentrador porque o nosso ponto de vista não é levado a sério, ou porque o mínimo lógico, o óbvio, não está sendo praticado. Outrossim, é relevante pensar que vez por outro passamos por momentos delicados em relação a costumes e valores éticos, mas renunciar à nossa cidadania, alimentar o ódio ou rancor quando a paisagem sócio-política não corrobora com as nossas aspirações não deve ser motivo de desilusão, fracasso ou derrotismo gratuito, pois em nada colabora para o bem estar da espécie humana enquanto aglomerado social.

Acertos e erros

Penso que o Brasil é um manancial de problemas, pois basta ver as suas dimensões continentais e nossa história é toda baseada numa colonização escravocrata – mais do que isso, dogmática e maniqueísta. É preciso que tenhamos essa compreensão para entender que o processo cultural, político, religioso, não é feito de forma abrupta e tem uma duração efêmera.

É dever nosso compreender que a harmonia entre o Estado e a sociedade é algo buscado pelo ser humano desde o surgimento do homem na era cenozóico e no período do pleistoceno. Assim, compreendo que a humanidade tem dado inúmeros saltos positivos no aspecto da convivência com seus pares.

Urge a necessidade de saber que as futuras gerações carregarão nas costas os nossos acertos ou os nossos erros, que logo serão incorporados ao processo cultural e levarão muitos anos para serem modificados. Pensando desta forma, creio que a nossa função é procurar aprimorar o nosso espaço cultural, social e político com a base epistemológica conseguida com tanta dor e sofrimento pelos nossos antecedentes.

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Professor, Aurora CE