Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Premiado editor dos ‘cartuns do profeta’

Flemming Rose, primeiro editor a publicar os polêmicos cartuns do profeta Maomé, foi premiado esta semana na Dinamarca. Editor de Cultura do diário Jyllands-Posten, Rose foi laureado com o primeiro prêmio Safo, da Free Press Society.


O prêmio tem como objetivo homenagear ‘um jornalista que combine excelência em seu trabalho com coragem e a recusa em se comprometer’. Segundo o presidente da organização, Lars Hedegaard, Rose ‘se impôs pela liberdade de expressão de uma maneira que não vemos muitos fazerem, nem na Dinamarca nem no exterior’. Hedegaard completou que o jornalista foi corajoso ao aguentar a pressão apesar das ameaças de morte que recebeu.


Em entrevista ao jornal britânico Guardian, ele criticou a imprensa do Reino Unido por não ter apoiado Rose e o Jyllands-Posten. ‘Eles não entenderam qual era a questão’, afirmou, comparando os pedidos para que o editor e o jornal pedissem desculpas pelos desenhos aos pedidos de apaziguamento com a Alemanha nazista antes da Segunda Guerra Mundial.


Rose apenas agradeceu pela homenagem, mas não fez maiores comentários. O jornalista deverá fazer uma declaração no dia da cerimônia de entrega do prêmio, em 27/3.


O prêmio e a polêmica


Safo foi uma poetisa grega da Antigüidade nascida na ilha de Lesbos. A Free Press Society a classifica como ‘um símbolo do diferente, do amor pela liberdade e pela igualdade humana’.


Em setembro de 2005, o Jyllands-Posten publicou 12 cartuns representando o profeta Maomé, depois que um autor de livros infantis reclamou que tinha dificuldades em encontrar um ilustrador para um livro sobre a vida do profeta. Os desenhos levaram a violentos protestos em diversos países, já que o Islã não permite representações de Maomé. A embaixada norueguesa em Damasco e o consulado do país em Beirute foram incendiados em fevereiro de 2006. Informações de Gwladys Fouché [The Guardian, 20/3/07].