A nova primeira-dama da França, Carla Bruni-Sarkozy, surpreendeu esta semana: assinou um artigo de opinião em um jornal francês de circulação nacional sobre ética no jornalismo, atacando repórteres que tomam fofocas como fatos e que usam fontes anônimas. O texto publicado no Le Monde é uma resposta a um escândalo recente, divulgado pelo sítio da revista Le Nouvel Observateur, que dava conta de que o presidente Nicolas Sarkozy teria enviado mensagens de texto apaixonadas a sua ex-mulher oito dias antes do casamento com Carla.
O presidente e sua nova esposa entraram na justiça contra a revista e o jornalista Airy Routier, acusando-o de divulgar informações falsas e usar documentos falsificados. No mês passado, Carla criou polêmica ao comparar o escândalo das mensagens de texto à delação de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
No artigo do Le Monde, publicado na quarta-feira (19/3), ela anunciou que seu marido retirou a queixa contra a revista porque Routier pediu desculpas ao casal. Sob o título ‘Fim à calúnia’, a ex-modelo e cantora afirmou que em nenhum momento Sarkozy atacou a liberdade de imprensa no país. ‘Se de agora em diante rumores alimentarem informações, se fantasias alimentarem furos, onde iremos parar? Se grandes jornais não mais separarem fatos de fofocas, quem o fará?’, questionou.
Dor e casamento
Routier, por sua vez, afirmou que mantém sua versão da história e que pediu desculpas a Carla apenas por qualquer ‘dor’ que a matéria possa ter causado a ela. O jornalista admite nunca ter visto a tal mensagem de texto – em que, segundo ele, Sarkozy dizia que voltaria para a ex-mulher, se ela o quisesse -, mas garante que sua fonte é ‘segura’.
Cécilia Ciganer-Albéniz, que nega ter recebido a suposta mensagem, deve se casar no próximo fim de semana com o publicitário Richard Attias – por quem ela deixou brevemente o marido em 2005. Cécilia e Sarkozy se divorciaram em outubro de 2007, após 11 anos de casamento. Informações de Angelique Chrisafis [The Guardian, 20/3/08].