A receita publicitária nos jornais americanos teve queda recorde no primeiro trimestre de 2008, em grande parte pela crise nos mercados de imóveis e empregos e pela perda de terreno para a internet. De acordo com a Newspaper Association of America, anunciantes gastaram US$ 8,45 bilhões com jornais nos primeiros três meses do ano, o que representa a oitava queda no setor nos últimos dois anos. Anúncios de imóveis e empregos caíram 35%, cada.
Além da crise que assusta a indústria jornalística, com a migração do público e dos anúncios para a internet, a receita publicitária também foi prejudicada pela crise financeira sofrida pelos próprios anunciantes nos setores de venda de imóveis, veículos e empregos, que vêm cortando custos e anunciando em seus próprios sítios na rede. ‘Os maiores rivais dos jornais são seus antigos anunciantes’, diz Kip Cassino, diretor de pesquisa da companhia de consultoria de mídia Borrell Associates, na Virgínia. ‘Por muito tempo, os jornais concentraram seus esforços em poucos setores, como veículos e vagas de trabalho, e agora estes setores estão se afastando deles’.
O declínio, de 14%, é o maior de que se tem registro desde 1971 – nas medições trimestrais. No último trimestre de 2001, em meio a uma recessão econômica, esta queda chegou a 11,9%. Por outro lado, ainda que tirem espaço dos impressos, os sítios de jornais não atraem a quantidade suficiente de anunciantes para equilibrar a equação. Estes sítios registraram US$ 804 milhões no período, com crescimento de 7,2% com relação ao ano passado – menor aumento desde que a indústria passou a contabilizar a receita publicitária dos anúncios online, em 2004. Informações de Tim Mullaney [Bloomberg, 13/6/08].