O Parlamento Europeu pediu ao presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, que intervenha para garantir a segurança do jornalista Perwiz Kambakhsh, depois que líderes religiosos demandaram que ele seja morto por blasfêmia. O jovem Kambakhsh, de apenas 23 anos, é repórter do jornal Jahan-e Naw e estudante de jornalismo na Universidade Balkh, no norte do Afeganistão.
O jornalista, preso há três meses, foi acusado de zombar do Islã e do Corão e de distribuir um artigo onde era dito que o profeta Maomé ignorava os direitos da mulheres. Segundo a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras, um grupo de líderes religiosos afegãos pediu que ele seja executado. No Islã, blasfêmia é punida com a morte; o Afeganistão, por sua vez, é um país extremamente conservador.
‘Eu gostaria de fazer um apelo para que o senhor use seu poder para intervir nesta questão e garantir que a vida de Perwiz Kambakhsh seja poupada’, afirmou o presidente do Parlamento Europeu, Hans Gert Poettering, em carta a Karzai. Segundo ele, o governo afegão deveria apoiar os esforços pela melhoria dos direitos das mulheres no país. ‘É essencial que as pessoas que trabalham em prol dos direitos civis e da liberdade de expressão recebam proteção legal’, ressaltou. Informações da Reuters [18/1/08].