Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Repórter troca a caneta pela carreira militar

O americano Matt Pottinger decidiu, aos 32 anos, dar uma virada em sua vida. Em pouco tempo, passou de repórter do Wall Street Journal para oficial da Marinha dos EUA. ‘Eu senti que havia chegado o momento de parar de reportar os eventos e me envolver mais diretamente neles’, explicou em uma coluna publicada no mês passado.

‘Meus amigos me perguntam se eu não tenho medo de trocar uma vida de pensamentos e ações independentes por uma vida de hierarquia e trabalho de equipe. No momento, eu considero isso interessante porque significa que eu farei parte de algo maior do que eu’, explica.

Pottinger conta que, certa vez, trabalhando na China, foi preso por escrever sobre corrupção. ‘Eu fiquei em um banheiro com um monte de policiais chineses me cercando, rasgando as páginas do meu bloco de anotações e jogando página por página na privada’, afirmou em entrevista recente para a ABC News. A palavra liberdade, desde então, ganhou um novo sentido para o jovem jornalista.

A decisão de entrar para a Marinha surgiu após testemunhar o trabalho de fuzileiros navais na ajuda pós-tsunami na Ásia, no fim de 2004. Pottinger surpreendeu a si próprio com a vontade, mas ficou mais surpreso ainda quando, após treinamento pesado, passou nos requisitos físicos para merecer o uniforme.

‘Eu queria participar de um período extremamente importante de nossa história, ao contrário de apenas observar e reportar os fatos… Não queria assistir ao filme e não participar dele’, conclui.

Um oficial brincou com o ex-jornalista na cerimônia de formatura, em dezembro último. ‘É uma honra ter alguém do lado negro passando para o nosso lado’, afirmou. Piadas e vontade de participar à parte, Pottinger confessa que tem um pouco de medo de ir para o Iraque, já que, ressalta ele, a chance de ser mandado para o país é grande. Informações da Editor & Publisher [2/1/06].