O presidente americano, George W. Bush, voou para o Iraque, esta semana, sem despertar atenção da mídia. A agenda divulgada para a imprensa informava que ele passaria o domingo (2/9) em Washington, antes de viajar, no dia seguinte, para a Austrália. Na realidade, o Air Force One levou Bush para al-Assad, na província de al-Anbar. Para não despertar suspeitas, apenas um carro – e não o usual contingente de veículos, com seguranças, equipe de apoio e imprensa – acompanhou o presidente até a base aérea nos EUA.
A visita foi planejada há um mês, como uma estratégia para lidar com a pressão do Congresso, liderado por Democratas, para que Bush decida a favor da retirada de tropas do Iraque. Na semana que vem, o presidente terá que apresentar aos senadores dados sobre o andamento do conflito desde que sua administração anunciou, em janeiro, a decisão de aumentar em 30 mil o número de soldados no Iraque.
Por razões de segurança, a ida do presidente ao Iraque – sua terceira ao país – foi mantida em sigilo. Especulava-se que ele iria ao Iraque, pois a chegada de Bush a Sidney estava marcada para três dias antes da abertura da Cúpula do Fórum Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, razão apresentada para a viagem. A primeira-dama havia anunciado que não acompanharia o marido, por problemas de saúde.
Poucos escolhidos
Funcionários da Casa Branca, que afirmaram não saber o real destino do presidente, começaram a contatar, no domingo (2/9), 10 jornalistas para acompanhar Bush no avião presidencial. Os repórteres reuniram-se com Dana Perino, nova secretária de imprensa, e com o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Gordon Johndroe. Eles receberam a orientação de contar a apenas seu editor e seu cônjuge sobre o itinerário.
Se a informação vazasse, a viagem seria cancelada. ‘Há pessoas que podem pensar nesta viagem como uma oportunidade do presidente tirar boas fotos. Mas não concordamos. Esta é uma oportunidade para Bush se encontrar com os militares e com o embaixador americano no Iraque, de conversar com o primeiro-ministro Nouri Maliki sobre o progresso no país, o que esperamos ver e os desafios que permanecem’, resumiu Dana. Informações de Deb Riechmann [Associated Press, 3/9/07].