A revista americana Time anunciou no sábado (16/12) sua tradicional ‘Personalidade do Ano’. O vencedor de 2006 é ‘você’. Em uma escolha no mínimo criativa, a publicação determinou que o cidadão comum merece destaque por sua crescente e explosiva influência em veículos de internet como blogs, sítios de compartilhamento de vídeos como o YouTube e comunidades virtuais como o MySpace. ‘Por fundar e consolidar uma nova democracia digital, por trabalhar sem remuneração e bater os profissionais em seu próprio jogo, a Personalidade do Ano da Time em 2006 é você’, afirmou a revista.
A Time colocou um espelho em sua capa para que o leitor se veja nela. A idéia, explicou o editor Richard Stengel, é ‘literalmente refletir a idéia de que vocês, e não nós, estão transformando a era da informação’.
‘Você’ venceu candidatos como o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o presidente chinês, Hu Jintao, o líder norte coreano, Kim Jong-il, e James Baker, ex-secretário de Estado americano que liderou o grupo bipartidário de estudos sobre o Iraque em Washington.
Apostas e reclamações
A Time elege a personalidade do ano desde 1927. Com o tempo, a tradição virou fonte de especulação e, muitas vezes, a escolha gera controvérsias entre o público. Foram os casos de Adolf Hitler, em 1938, e do aiatolá Khomeini, em 1979. Os critérios para a decisão não se baseiam em pessoas que fazem o bem ou são populares; o objetivo é escolher ‘a pessoa, ou as pessoas, que mais afetou as notícias e as nossas vidas, para o bem ou para o mal, e que personificou o que foi importante sobre aquele ano, para melhor ou para pior’.
A revista afirma que, em 2006, os criadores e consumidores de sítios interativos de internet mostraram um senso de comunidade e colaboração online jamais visto. ‘A internet é uma ferramenta que junta pequenas contribuições de milhões de pessoas e as torna importantes’, diz Lev Grossman, crítico literário e de tecnologia da revista.
Em 2005, a Personalidade do Ano foi o homem mais rico do mundo, Bill Gates, junto com sua mulher, Melinda, e o roqueiro Bono – por serem bons samaritanos. A escolha de 2004 foi o presidente americano, George W. Bush. Em 2003, ano em que os EUA invadiram o Iraque, o ‘soldado americano’ estampou a capa. Informações de Michelle Nichols [Reuters, 16/12/06].