A Suprema Corte da Rússia anulou, na quinta-feira (9/11), a sentença de absolvição de dois acusados de participação no assassinato do jornalista americano Paul Klebnikov e ordenou um novo julgamento. Os chechenos Kazbek Dukuzov e Musa Vakhayev haviam sido absolvidos do crime por um tribunal mais baixo, em maio deste ano.
Editor da versão russa da revista Forbes, Klebnikov foi morto a tiros em Moscou, em julho de 2004. A família do jornalista comemorou a nova decisão como um ‘sinal de esperança na justiça e nas leis’ do país. Junto com os advogados de acusação, a família entrou com a apelação da sentença perante a Suprema Corte tendo como justificativa supostas violações do processo de julgamento e pressão feita ao júri.
Crime encomendado
O assassinato de Klebnikov foi um dos crimes mais marcantes do governo do presidente Vladimir Putin. Na ocasião, a imprensa local chegou a afirmar que o jornalista, que tinha 41 anos, havia sido vítima de um crime encomendado por causa de seu trabalho. Ele investigava casos de corrupção e acabou ultrapassando os limites de um mundo proibido, que envolvia política, negócios e crime organizado.
Em declaração após a decisão do tribunal, a família de Klebnikov afirmou que ainda se preocupa com o fato de os assassinos e os mandantes do crime continuarem em liberdade. ‘Nós pedimos que o governo russo aumente os esforços para encontrar, prender e julgar aqueles que ordenaram este crime’. Informações da Reuters [9/11/06].