A quem gosta da verdade:
A revista Veja, edição nº 1.949, de 29/3/2006, em sua seção Radar, sob o título ‘CPI dos Correios – Relatório Paralelo’, publica nota na qual diz que três servidores do Banco Central – Paulo Eduardo de Freitas, Abrahão Patruni Júnior e Maurício Paulo Silva Furtado – estariam trabalhando na elaboração de relatório paralelo. A nota conclui: ‘O trio está trabalhando colado ao deputado petista Maurício Rands’.
Essa notícia, sem menção dos nomes dos servidores do Banco Central, foi publicada também na Veja online, citando que haveria aliciamento dos três servidores daquela autarquia para o mesmo fim do relatório paralelo.
Em nome da verdade, declaramos que essa notícia é absolutamente falsa.
Perguntamos: a quem responsabilizar pela falsa notícia que nos traz inúmeros danos?
Poderia um parlamentar fazer tal declaração, mesmo sem qualquer fato que lhe dê respaldo? Considerando que a ética não é comum a todos os políticos, achamos que, sim, seria possível. A divulgação de algo falso pode ser a sua única alternativa ao alcance de parlamentares incompetentes.
Poderia o jornalista publicar uma nota plantada, sem consultar os envolvidos? Onde está a ética jornalística? Aguardaremos a publicação de nota de retificação na mesma seção, na mesma posição, na mesma extensão, da revista Veja. Aguardaremos nota de retificação na Veja online, nas mesmas condições da publicação inicial.
Não sabemos a quem recorrer na busca da evidenciação da verdade. À Justiça, dirão alguns. Ora, a Justiça levará uns 10 anos para concluir alguma coisa. E aí de que adiantará? As perdas ocorrem imediatamente.
Tudo o que podemos dizer à exaustão é que a notícia é absolutamente falsa. Nunca elaboramos qualquer relatório paralelo na CPMI-Correios. Quem disse isso mentiu, porque é incompetente, é mau caráter, é canalha etc.
Brasília, 27 de março de 2006, Paulo Eduardo de Freitas, Abrahão Patruni Júnior e Maurício Paulo Silva Furtado
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Aos colegas do Banco Central e da CPMI-Correios
Parte da imprensa – revista Veja, Veja online, JB online – vem divulgando notícia plantada na qual anuncia que três servidores do Banco Central – Paulo Eduardo de Freitas, Abrahão Patruni e Maurício Furtado – estariam elaborando relatório paralelo na CPMI-Correios.
Isso é falso e por isso inaceitável por nós, pois só participamos dos relatórios elaborados pelos subrelatores eleitos pela própria CPMI-Correios. Resta entretanto perceber que, caso fosse o fato verdadeiro, não haveria ilegalidade nem imoralidade. Os servidores em trabalho na CPMI não escolhem deputados, senadores ou partidos políticos a quem atender, pois atendem a processo de trabalho, não a pessoas. O suposto relatório paralelo seria de deputados participantes da CPMI e poderia receber ajuda de todos que nela trabalham, inclusive dos servidores do Banco Central.
Não haveria falta de ética porque ética é falar a verdade, não importando a quem. Relatório paralelo é legítimo, porque tem previsão regimental. Caso tivéssemos participado de um suposto relatório paralelo e falado a verdade do mesmo modo que falamos a verdade nos relatórios dos subrelatores eleitos, estaríamos com conduta plenamente ética.
Algumas pessoas poderiam eventualmente aventar o conceito de deslealdade. Ora, servidor público, em sua função, não deve lealdade a pessoas, a partidos políticos, a parlamentares, ou seja lá a quem for. Servidor público deve observância aos princípios da Constituição Federal – impessoalidade, moralidade, legalidade, entre outros –, o que, às vezes frustra muita gente.
Assim, não haveria, na hipótese de nossa participação no suposto relatório alternativo, caso fosse verdadeira, qualquer ilegalidade, imoralidade ou deslealdade. Em suma, não haveria qualquer erro ou impropriedade em nossa conduta.
O problema é o inverso. Somos vítimas de pessoas desonestas. Estão usando o nosso nome em um suposto relatório do qual não participamos. Estão atribuindo a nós palavras que não escrevemos. É contra essa farsa, contra essa enorme mentira, contra essa canalhice de pequenos que nos insurgimos, como é de nossa história.
Abraços dos colegas Paulo Eduardo de Freitas, Abrahão Patruni, Mauricio Furtado
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Declaração pública
Declaro que jamais tive qualquer contato com os servidores do Banco Central do Brasil Paulo Eduardo de Freitas, Abrahão Patruni Júnior e Maurício Paulo Silva Furtado, para tratar de qualquer relatório pertinente à CPMI-Correios, criada pelo Requerimento nº 3, de 2005, do Congresso Nacional.
A nota publicada na seção Radar, edição 1.949, de 29/3/2006, da revista Veja, sob o título CPI dos Correios – Relatório Paralelo, é, pois, falsa.
Por ser a expressão da verdade, assino: Brasília, 27 de março de 2006.
Maurício Rands, deputado federal – PT/PE
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Funcionários do Banco Central