O BBC Trust, conselho que representa os contribuintes que financiam a rede pública britânica, deve decidir na próxima semana a possibilidade de inserir anúncios publicitários no BBC.com, versão internacional do sítio da empresa. A equipe da BBC News foi avisada em uma reunião esta semana sobre a futura decisão, informa Jemima Kiss em artigo no Guardian [14/2/07]. Segundo ela, a administração da rede estaria disposta a estrear os anúncios no meio deste ano.
As propostas para a inserção de peças publicitárias já foram aprovadas pelo conselho executivo da companhia, apesar dos temores de parte da equipe e do Sindicato Nacional dos Jornalistas de que a ação possa prejudicar a independência editorial da BBC.
O problema é que cerca de 50% do tráfego online da BBC vem de fora do Reino Unido, mas o custo de manter este tráfego internacional é arcado pela taxa paga pelos ingleses para ter acesso à rede pública – a taxa de licença que financia a rede é paga anualmente por habitantes do Reino Unido que possuem em casa aparelhos de TV e rádio. A companhia já havia, em outras ocasiões, demonstrado preocupação com esta incoerência.
Petição
De acordo com informações vazadas de um relatório feito para a BBC, haveria três níveis de negociação comercial para o BBC.com. Mais de 200 funcionários assinaram uma petição contra as propostas. Destes, 20 assinaram uma carta formal ao BBC Trust em janeiro deste ano na qual expressam suas reclamações.
A carta incluía, além de preocupações com a independência editorial, os pontos de vista da equipe técnica, que teme que a infra-estrutura tecnológica da companhia não seja compatível com a tecnologia necessária para a inserção de anúncios, e que o trabalho extra para que isso fosse conseguido prejudicaria outros projetos da rede.
Na semana passada, um representante do BBC Trust respondeu que os pontos da carta seriam analisados pelo conselho. ‘O BBC Trust tem a obrigação de agir de acordo com o melhor interesse dos pagantes da taxa e de garantir que a regulação e a independência da BBC sejam protegidas’, afirmou.