O colombiano Gabriel García Márquez, que completou 80 anos este mês, não compareceu a diversos eventos nos quais era esperado – inclusive a uma homenagem a ele – na 4ª reunião semestral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Cartagena, seu segundo lar após a Cidade do México. Mas, para alegria de seus admiradores e talvez para seu arrependimento, ele finalmente prestigiou o almoço de encerramento do encontro, na segunda-feira (19/3).
Ícone nacional em seu país de origem, o prêmio Nobel de Literatura foi cercado por uma multidão de jornalistas, na tentativa de uma entrevista, e por fãs, que queriam tirar fotos com ele e ter livros autografados. Márquez, ou ‘Gabo’, como é conhecido pelos colombianos, é avesso ao assédio do público. Ele se recusou a autografar o caderno de uma senhora e a dar entrevista para um repórter de rádio. ‘Se eu te conceder a entrevista, terei de falar com todos’, explicou o escritor, para em seguida acrescentar, diante do desapontamento do repórter: ‘Eu gosto de você, jovem’.
Gabo chegou ao encontro da SIP quando o homem mais rico do mundo, Bill Gates, deixava a reunião. Depois da euforia causada por sua presença, ele certamente deve ter desejado a mesma equipe de segurança de Gates. ‘Não consigo mais passar por isso. Estou voltando ao México’, disse, exausto, ao ir embora. Motivos não faltam para tanto assédio. Este ano é especial para Márquez não só pelos seus 80 anos, mas também pelo 40º aniversário da publicação da obra 100 Anos de Solidão e pelo 25º aniversário do seu Nobel de Literatura. Informações de Frank Bajak [Associated Press, 19/3/07].