Um tribunal do Cairo setenciou o editor do al-Wafd, jornal de oposição, e dois outros jornalistas a dois anos de cadeia por ‘prejudicar a imagem da justiça’ no mais novo episódio do Egito contra a mídia.
Anwar al-Hawari, Mahmud Ghallab e Amir Othman foram presos por ‘publicarem inverdades que danificaram a reputação do sistema judiciário e seu Ministério’. Os três não compareceram à audiência e permanecem em liberdade condicional por terem apelado. Além disso, deverão pagar multas.
Segundo a AFP (24/09/07), o juiz aceitou o caso apresentado pelos procuradores após o al-Wafd ter afirmado que o ministro da Justiça Mamduh Mari teria dito que 90% dos juízes egípcios não eram qualificados para sua função. Mari garante que sua citação foi deturpada, o que levou os advogados a julgarem que a reportagem indiretamente danificou sua imagem.
‘Não estamos em guerra, não revelamos segredos militares, apenas fizemos nosso trabalho como jornalistas profissionais’, afirmou Hawari, o editor do diário, após receber a sentença e garantir a precisão da citação. ‘O Estado se lançou em ofensiva contra a liberdade de imprensa.’
No dia 13/9, um tribunal egípcio sentenciou quatro outros jornalistas a um ano de prisão por ‘ferir o interesse público’ ao publicarem artigos considerados pelo juiz como sugestivos de que o Partido Democrático Nacional vigente era ditatorial.
Vários grupos de defesa da liberdade de imprensa criticaram o Egito pela prisão dos jornalistas e o que consideram seu direito de exercer a liberdade de expressão.