A primeira – e fundamental – é que o problema da nossa mídia não é a atuação profissional dos seus jornalistas, mas a estrutura concentrada e cruzada da propriedade e a ausência histórica de uma legislação que possibilite o controle democrático do setor com a participação da sociedade civil organizada.
A segunda é que considero um equívoco tratar a profissão de jornalista como se ela fosse uma atividade profissional liberal equivalente a de advogados, engenheiros ou médicos. O jornalista brasileiro é um assalariado que trabalha em um mercado onde há muito mais oferta de profissionais do que oportunidades de trabalho.
E, a terceira, refere-se ao fato de que a experiência histórica tem mostrado que onde prevalece a organização sindical dos jornalistas sua força política é maior, ao contrário de países onde se implantou a estrutura de Conselhos. Entre nós a tarefa prioritária deveria ser o fortalecimento dos sindicatos em busca da recuperação da capacidade dos jornalistas de incidir na construção das políticas públicas e na luta pela democratização das comunicações.
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Professor aposentado da Universidade de Brasília, fundador e primeiro coordenador do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da UnB, autor de Mídia: teoria e política (Ed. Fundação Perseu Abramo)