O governo afinal conseguiu explicar o colapso aéreo da terça-feira (5/12) e oferecer algum tipo de solução de médio prazo. Mesmo assim, o adjetivo que melhor qualifica o desempenho das autoridades numa situação que já está se tornando crônica é ‘catatônico’.
Catatonia é uma doença que se caracteriza pela alternância entre longos períodos de prostração e breves surtos de excitação. Mas é preciso que se diga que a imprensa não fica atrás. Quando a Aeronáutica fala, explica e afinal anuncia providências – como aconteceu na quinta-feira (7/12) –, a mídia informa. Mas quando o governo se recolhe, confuso, a mídia também se confunde e não consegue oferecer à população qualquer tipo de ajuda ou orientação.
Assim como este apagão aéreo evidenciou uma dramática falta de controladores de vôo, a cobertura jornalística deste apagão desvenda uma preocupante carência de profissionais experimentados em nossas redações. Nossos jornais estão com menos repórteres, produzem cada vez menos informações – e isso afeta também as rádios e os portais da internet que se abastecem principalmente da mídia impressa.
Uma imprensa que não consegue enfrentar os imprevistos e as surpresas também não conseguirá perceber que o governo está na mesma situação. Catatonia dupla.