Saturday, 07 de September de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1304

Uma coroa de louros (ou
um souvenir de viagem)

Moedas são mais antigas que jornais. Sempre serviram para demarcar no tempo e no espaço os domínios de um senhor: até quando e até onde valesse, a moeda tingia e reafirmava o alcance de um reino, de uma república, de um império. A imprensa cumpriu função análoga a partir do século 19, mas por um ângulo bem distinto. Em lugar de afirmar um Estado, consagrava uma sociedade civil.


A indústria gráfica propiciou as grandes tiragens, a invenção da publicidade as financiou e as estradas de ferro levavam os exemplares para as cidades distantes. Com isso, a circulação dos diários demarcou os espaços públicos nacionais, que tinham o tamanho da área abrangida pelos seus jornais. Estes nasceram com uma vantagem sobre as moedas: não ter de carregar a efígie do soberano, a inscrição da cara do dono cunhada em alto relevo sobre o espaço comum. Desde tempos remotos, como o do ditador romano Júlio César (100 aC – 44 aC). 




Ave!


À sombra de um César monetário, é justo que o leitor imagine que este artigo vá se inclinar na direção do papel-moeda (ou do metal, mais ou menos vil) e se distanciar do papel do jornal. Não estará de todo errado esse leitor. Mas, se isso acontecer, não vou me afastar em demasia do meu tema periódico. Talvez porque o dinheiro, como o jornal, também se preste a fixar a imagem. Ele fixa a imagem ao fixar o valor e, desse modo, ordena a economia entre os cidadãos: suprema função do simbólico.


A idéia de lastro mora aí. O lastro garante que o valor de face corresponde a um valor de fato – e quem garante é o soberano, o César, encarnação do poder sobre a Terra. Júlio César não foi ele mesmo consagrado imperador, mas inaugurou a linhagem dos Césares, imperadores totais, que o seguiram também nisso: apareciam em moedas coroados com folhas de louro – insígnia dos vencedores. Uma imagem única e resplandecente acima dos mortais, como o Sol. Ave!


Com os jornais foi diferente. Entre os séculos 18 e 19, a democracia moderna entregou a eles a representação e a instrução da opinião pública. O espaço nacional adquire outra constituição, outra dinâmica. Como já foi dito, a moeda afirma o Estado, e por isso demarca território e domínio, e a imprensa emula a sociedade civil e assim constitui espaço público. Ao assumir parte do lugar estruturante das espacialidades e temporalidades, põe meio de lado aquela imposição da cara do dono: para a imprensa, o que conta é conformar e projetar a cara do público. Ela reflete, em relevos altos e outros baixos, alguns baixíssimos, os semblantes sortidos da opinião pública, feita da multiplicidade de vozes, de olhares e de palavras.


Dá-se um contraponto vital. A moeda instaura um centro dominante; a imprensa, ainda que dialogue com alguma idéia de centro, sabe se alimentar da dispersão. A imprensa fala mais de perto com a democracia, que é tanto mais verdadeira quanto mais os seus caminhos são discutíveis e discutidos, quanto mais numerosos são seus veículos de informação e opinião. Por isso, quanto mais permeada de divergências, mais fortes são a instituição da imprensa e a própria democracia – desde que saibam encontrar a fórmula da integridade na diversidade.


A moeda unifica pela ausência de alternativas – você olha para o dinheiro e ele diz ‘o dinheiro sou eu ou não há dinheiro algum’. A imprensa unifica pela variedade de opções, de ângulos, de pontos de vista, como se dissesse: ‘Pode ser isso, e isso, ou aquilo e isso ao mesmo tempo’. O dinheiro diz ‘ser ou não ser’. A imprensa diz ‘ser e não ser’. Ela vive da impermanência, do mutável, do transitório, e com isso tece a coesão do espaço público.


Na economia, a âncora cambial parece amarrar todo o resto. Há um centro ali, um nó. Na cultura democrática, ambiente em que respiram os jornais, o dissenso não é sintoma de debilidade, mas de saúde. Não que moeda e jornais sejam opostos. Não que economia e democracia sejam antípodas: são apenas sistemas diferentes que se emaranham na modernidade, engendrando desafios complexos. Fundamentalmente, são naturezas diferentes, tão diferentes que as abordagens estritamente econômicas da informação jornalística, que põe sinais de igual entre a notícia e a mercadoria, deveriam tomar certas cautelas, mas isso não vem ao caso.


1917 na Moscou de 1990?


Aqui entra a revolução bolchevique de 1917, ou melhor, não é bem isso. Para efeitos da história que tento contar aqui, apesar dos volteios para cá e para lá, a revolução de 1917 entra no ano de 1990. Isso: em 1990 fui tirar 1917 a limpo. Em 1990 eu fui ver com os meus próprios olhos – e com todas as economias de que dispunha, todos os meus papéis-moedas – qual era a cara do socialismo real. A cara do bicho visto de perto. Ou de dentro. Naquela época, 1990, a minha opinião sobre o socialismo real já era uma ex-opinião. Segundo a minha ex-opinião, a revolução de 17 dera materialidade àquilo que na revolução burguesa não passava de retórica. A queda da Bastilha prometera a igualdade? Prometera e não entregara? Bem, quem de fato entregaria a igualdade para valer seria a revolução bolchevique. Esta era historicamente superior à revolução burguesa, que já era magnífica, apesar de retórica: entre outras invenções, nos legou a imprensa.


Segundo a minha ex-opinião, a revolução bolchevique, sendo superior, deveria então nos legar uma imprensa igualmente superior. Pode? Não pode, mas era assim que eu pensava até mais ou menos o início da década de 1980. Naquela época, eu ainda esperava que a promessa em si pudesse cumprir-se em materialidade para si.


Umas poucas leituras e um ou dois anos de militância me fizeram ver a inconsistência da minha esperança. Jamais viria uma imprensa melhor da União Soviética e das suas imitações. Em 1983, participei de um movimento político no Largo São Francisco que apontava, nos pólos do que restara de Guerra Fria, o fator combinado da barbárie global. Os estudantes juntaram o The do The New York Times ao Pravda soviético para formar o vocábulo thepravda, que sintetizava, na semiótica operário-estudantil daquele grupo, a tendência destrutiva do modelo polarizado. Denunciávamos tanto no ‘imperialismo ianque’ como na ‘burocracia soviética’ formas espelhadas de novos tipos de cesarismo. Thepravda.


Ainda assim, insistíamos em seguir pela esquerda. Éramos uma corrente de esquerda, embora já tivéssemos assimilado, com muito atraso, as evidências de que o socialismo real padecia de uma gritante inferioridade democrática em relação ao resto: ele não era uma traição dos princípios bolcheviques, mas era, ao menos em parte, uma clara conseqüência, ainda que deteriorada, dos métodos bolcheviques.


Daí que, quando 1990 chegou e eu tinha dinheiro para viajar para mais longe, achei que era hora de ver o bicho de perto. Peguei minha mulher, que estava grávida, e mergulhamos, eu e ela, em quase 40 dias de socialismo real. Fomos a Moscou, onde nos hospedamos no apartamento do então correspondente da Folha de S.Paulo, José Arbex. Fomos a Leningrado e ao Hermitage, onde uma tela de Cézanne estalava ao sol do verão em frente ao vitrô (era dia claro até as dez da noite). Fomos a Berlim, pós-queda do muro. Berlim lado A e Berlim lado B. Fomos a Budapeste ver os parentes esperançosos com a chegada do capitalismo. Fomos a Praga ouvir Madame Butterfly em tcheco.


Na Rússia, decifrando o cirílico, conseguíamos ler os nomes das estações de metrô. Mais nada. Eu tentava sentir, pressentir a União Soviética nas ruas sem mapa de Moscou. Decifrá-la seria pedir demais. Ler ou entender, impossível. Quase não havia espaços públicos nas cidades socialistas. Igrejas ainda eram museus vazios em Berlim Oriental. Não havia gente reunida. Nas padarias de Moscou vi algumas aglomerações de senhoras, mas o pão acabava depressa e logo as aglomerações se dissipavam. No balcão, os vendedores deixavam uma colher amarrada a um barbante para que as compradoras apalpassem os pães. Pelo grau de maciez, pela consistência, escolhiam esse ou aquele. E partiam. Moscou, pelo menos aos meus olhos, não tinha pontos de encontro fora do Estado. Ou fora de casa.


Ou seria uma Roma de ponta-cabeça?


Demorei anos processando a sensação que experimentei ali. Pude compreendê-la um pouco melhor agora, em 2008, quando ganhei de presente de um amigo o livro Minhas viagens com Heródoto, do jornalista polonês Ryszard Kapuscinski (Companhia das Letras, 2006). Nessa obra, Kapuscinski fala de suas andanças por seu país e pelo exterior.


Ele saiu pela primeira vez da Polônia em 1956, com destino à Índia. Ainda era um ‘foca’. Antes de chegar ao destino, fez uma escala em Roma, e o relato que ele faz do seu contato com aquele mundo – o lado de lá da cortina de ferro – retrata em negativo o que senti em Moscou. Num fim de tarde, ele se enche de coragem e vai passear sozinho pela cidade. Só tinha olhos para os pontos de encontro, pontos que jamais conhecera. Eis o que ele diz:




‘Não via arquitetura, estátuas e monumentos; estava fascinado exclusivamente pelos bares e cafés. As calçadas estavam cobertas de mesinhas, junto às quais havia pessoas sentadas, bebericando, conversando ou simplesmente olhando os transeuntes.’ (pág. 23)


Na Polônia de onde ele vinha, os bares e os cafés como pontos de encontro não eram factíveis, como ele mesmo relata. Aliás, sequer a imprensa era factível. Até poucos anos antes, tudo nos jornais era censurado. Quando começou na profissão, em 1955, Ryszard Kapuscinski conta que a censura, ela mesma, tinha apenas começado a sair de cena:




‘A censura havia amainado e já se podia escrever, por exemplo, que no vilarejo de Chodow havia uma loja, mas que suas prateleiras estavam vazias e não havia o que comprar. O avanço consistia em que, enquanto Stalin era vivo, não era permitido escrever que uma loja estava vazia.’ (p.18)


Mas somente em Roma ele vai descobrir, no tilintar dos copos nos bares, o rumor do espaço público. E não consegue se integrar a ele:




‘Num daqueles cafés, encontrei uma mesinha livre. Sentei-me e pedi um café. Em pouco tempo, notei que olhavam para mim, muito embora eu já estivesse de terno novo, uma camisa italiana branca como a neve e uma gravata moderna, com bolinhas. Devia haver alguma coisa na minha aparência e nos meus gestos, no meu jeito de sentar e me mover que traía a minha origem e indicava que eu provinha de um mundo totalmente diferente. Senti que me consideravam um estranho e, a despeito de toda a minha alegria por estar sentado ali, debaixo do maravilhoso céu de Roma, tive uma sensação desagradável de não pertencer àquele meio. Embora tivesse trocado de terno, não consegui esconder por baixo dele aquilo que me formara e me marcara.’


Posso dizer que, em 1990, em Moscou, o que senti foi exatamente isso, mas de ponta-cabeça. O que me chocava era a inexistência de encontros na cidade. Como o ‘foca’ polonês, eu também não conseguia me integrar. Eu era um estranho, por duas razões que se sobrepunham. Eu não era um estranho apenas por ter vindo do Brasil, mas por ter vindo de um lugar indefinível da utopia – palavra desagradável, essa – de 1917. Para mim, Moscou daquele jeito era uma recusa ao pensamento e à liberdade. Não que fosse uma surpresa, mas era, ainda assim, um tapa na minha cara.


‘Quem ouve, ouve quase sempre o que quer ouvir’, diz Creonte, na Antígona de Sófocles. Por analogia, quem vê deve ver o que espera ver. Devo ter viajado para confirmar a decrepitude e a falência do tal socialismo real que, do ponto de vista, digamos, teórico, eu já dava como certas. Não é que ali não existia democracia. Ali não existiam os componentes que poderiam vir a gerar a vida democrática. A figura hoje mítica dos cafés do século das luzes, onde se gestou uma das fontes da esfera pública burguesa, era uma figura proscrita em Moscou: não pelo que tinha de burguesa, mas pelo que tinha de democrática.


Sim, eram apenas impressões de viagem, e impressões são imprecisões. Do pouco que eu via – e, principalmente, do muito que eu não via – eu formava as minhas conclusões peremptórias. O problema é que, passados 18 anos, sei que minhas conclusões estavam certas. A revolução bolchevique não poderia ter sido o passo histórico que daria materialidade à retórica da revolução burguesa: aquilo era um passo atrás em matéria de liberdades. Mesmo quando eu levava em conta que aquele país tinha partido do czarismo, cujo grau de ilustração não poderia ser comparado ao dos países democráticos, eu não conseguia deixar de pensar em obscurantismo. O que a gente sentia na cidade não era falta de liberdade de imprensa: era falta de imprensa, apenas isso. Um poder estatal que subjuga as comunicações gera aparato de divulgação, jamais imprensa.


Poucos anos depois eu notaria algo semelhante em Cuba, apesar das muitas variações, quando me detive na leitura de jornais em Havana: eles não eram ruins porque publicavam fotos sem legendas, ou pela diagramação precária, mas porque não se abriam às contradições que só podem fincar raízes na sociedade – jamais no interior Estado.


Mas, em Moscou, o maior dos choques que eu tive não me veio da imprensa, das comunicações, de nada disso. O pior choque eu sofri quando peguei nas mãos uma nota de rublo.  


 


Império e cesarismo


Eu olhei bem para ela, olhei detidamente. Na cédula, havia uma imagem de Lênin. Parecia um Lênin esculpido em mármore. Visto de perfil, de baixo para cima, tinha um ar imperial. Guardei aquela nota porque queria escrever sobre ela algum dia. Não sabia o quê, mas sabia que deveria prestar contas sobre o que nela me perturbava tanto. Eu a trouxe para São Paulo e, aqui, lembro-me de tê-la arquivado dentro de um livro. Claro: nunca mais pude encontrá-la.


Recentemente, às voltas com a recomposição dos meus caminhos e descaminhos, recuperei cédulas de rublo em pesquisas na internet. Revivi, graças ao computador, a mesma visão que tive em 1990. Algumas cédulas que localizei na rede são de 1991, o ano seguinte àquele em que estive por lá. Outras, muito parecidas, datam dos anos 1960 (uma dessas é a de 50 rublos, que reproduzo acima). Numas ou noutras (como as de 100 rublos, abaixo), o retrato marmorizado do camarada Vladimir é praticamente o mesmo. Lá está ele, com o queixo em riste, múmia empedrada. A imagem fixa central da mística bolchevique é mesmo essa: a múmia não perecível, eternizada pelo formol e pelo dinheiro. Tive raiva daquilo. Tanto que quando passeei pela Praça Vermelha fiz questão de não parar para ver a múmia ao natural, embora não houvesse fila. Raiva. Nas cédulas de rublo, Lênin tinha ares de César.



Em 1943, Paulo Emílio Salles Gomes escreveu sobre cesarismo na revista Clima, que editou com Antonio Candido e outros. Em seu artigo, chamado ‘Comentário’, ele dizia:




‘Num plano, o mais geral possível, acreditamos em dois princípios teóricos fundamentais que são defendidos pelo conjunto das Nações Unidas. Primeiro, a igualdade não só política mas econômica de todos os homens. Segundo, o respeito devido à personalidade humana, o direito da pessoa humana à liberdade […] No fascismo, que se opõe a esses dois princípios, na teoria e na prática, pelas suas castas de super-homens e pelo esmagamento da personalidade humana, no fascismo denunciamos o perigo de ruptura histórica da civilização ocidental. Denunciamos o perigo e a possibilidade da morte dessa civilização ocidental. Denunciamos o cesarismo.’ (Revista Clima, n. 12, 1943, pp. 90 e ss.)


Sobre isso, numa entrevista para a revista Teoria & Debate (nº 2, março de 1988), Antonio Candido declarou:




‘Este documento [o `Comentário´, de Paulo Emílio] ainda tem interesse, e para mim foi o fixador de idéias, o definidor da posição política. Foi certamente ele que me levou a não ficar nem stalinista nem trotskista, mas aceitar a posição preconizada por Paulo, de um socialismo democrático desinteressado das Internacionais, procurando soluções adequadas ao país, empenhado na luta contra o fascismo, porque esta era a manifestação contemporânea do cesarismo oposto à tradição humanista, que provinha do cristianismo por meio das revoluções dos séculos XVIII, XIX e XX. A hipótese otimista do `Comentário´ era que depois da guerra haveria uma síntese da igualdade (representada sobretudo pela União Soviética) e da liberdade (representada sobretudo pela Inglaterra e pelo Estados Unidos). Este documento foi decisivo para mim e outros. A partir dele entrei para valer na militância.


Claro: não houve síntese nenhuma, e a União Soviética já não representava a igualdade, mas a opressão.


 


Acho que foram essas memórias, essas palavras de Antonio Candido que vieram prender meus olhos nos rublos de Lênin, quando visitei a União Soviética em 1990. Nos cabelos laterais daquele monumento careca cresciam folhas – folhas de louro! Isso, folhas de louro, como se ele fosse a natural reencarnação de César. Eu estava diante de uma forma gráfica de cesarismo pétreo, mumificado.


Eu constatava, naquela imagem fixa, que o crânio do líder bolchevique se estendia como marmórea superfície polida, sem ranhuras nem irregularidades. As ondulações só eram autorizadas pouco acima da orelha, onde as mechas assumiam aquelas formas de folhas, pequenas folhas sobrepostas. Não era possível, simplesmente não era possível que o artista tivesse desenhado as folhas de modo irrefletido, acidental. E, ao mesmo tempo, era inaceitável que não fosse. Era absurda a idéia de que ele tivesse insinuado deliberadamente uma coroa de César sobre as têmporas de Lênin.


Salve, Salazar! Heil, Hitler! Ave, César! Glória a Lênin, o vencedor sobre a História. Por isso aquela visão me perturbou tanto.


Era uma cena de pesadelo, como se o símbolo do poder do cesarismo tivesse levantado vôo lá de trás, da Roma antiga, a Roma dos césares, a mesma Roma que vinte séculos mais tarde iria se mostrar arejada aos olhos deslumbrados do jornalista polonês, e pousado sobre a cabeça que concebeu a revolução proletária. Ali estava, na moeda, sempre a moeda, a inscrição do que Paulo Emílio viu apenas no fascismo: ‘O perigo e a possibilidade da morte dessa civilização ocidental’. Em 1942 ou 43, ele talvez não pudesse ter identificado nada além. Talvez ele não tivesse como saber que o stalinismo era o cesarismo com a máscara de Lênin. Pelo menos isso ainda não estava estampado no dinheiro soviético. E o que agora eu conto, não como novidade, mas como lembrança do muito antigo, já não serve de nada além de dizer que o que há de fixo nessa história são apenas os louros – que também mudam de lugar. E de cabeça.


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Formado em direito e jornalismo pela Universidade de São Paulo, é doutor em Ciências da Comunicação pela mesma universidade e autor de alguns livros, entre eles Sobre Ética e Imprensa (Companhia das Letras, 2000); foi presidente da Radiobrás entre 2003 e 2007