MAINARDI vs. LULA
McCarthy estava certo
‘A TV do Lula já tem um chefe: Tereza Cruvinel. Na quarta-feira, ela foi escolhida para presidir o canal estatal. Petistas e peemedebistas brigam para abocanhar cargos na Petrobras. Enquanto isso, o lobista Mainardi, com seu jeito sonso, conseguiu emplacar mais um nome de sua listinha para um posto de comando no governo.
A primeira listinha do lobista Mainardi foi publicada numa coluna de dezembro de 2005. Nela, relacionei uma série de jornalistas comprometidos com Lula. Mais do que simples torcedores ou correligionários do presidente, acusei-os de distorcer os fatos a fim de abafar as denúncias contra os mensaleiros. A certa altura, eu dizia:
O Globo tem Tereza Cruvinel. É lulista do PCdoB. Repete todos os dias que o mensalão ainda não foi provado. E que José Dirceu não deveria ter sido cassado. Ela aparelhou o jornal da mesma maneira que os lulistas aparelharam os órgãos públicos. Quando tira férias, seu cunhado, Ilimar Franco, assume sua coluna.
Minha listinha de colaboracionistas na imprensa incluía o nome do atual ministro Franklin Martins, que indicou Tereza Cruvinel para a TV do Lula. E o nome de Helena Chagas constava de uma listinha sucessiva em que tratei da quebra do sigilo do caseiro Francenildo. O que fará Helena Chagas? Ela dirigirá o departamento de jornalismo da TV estatal.
Fui muito atacado na época da primeira listinha. Me acusaram de ligeireza. Me diagnosticaram um extenso rol de neuroses. Quatro dos citados chegaram a me processar: Franklin Martins, Leonardo Attuch, Paulo Henrique Amorim e Mino Carta. Até aquele momento, os quinta-colunas da imprensa permaneciam incógnitos. Ninguém admitia que a afinidade partidária pudesse interferir no desempenho profissional dos jornalistas. E ninguém admitia que eles pudessem estar trabalhando para Lula clandestinamente. Agora que alguns deles de fato foram trabalhar para Lula, com carteira assinada e tudo, aguardo os pedidos de desculpas de meus detratores arrependidos, as odes em minha homenagem, os beijinhos e os cafunés.
No fim daquele primeiro artigo, anunciei o plano de delatar todos os lulistas da imprensa, formando o tribunal macarthista mainardiano. Como sempre acontece comigo, a piada se voltou contra mim. Por muito tempo, fui tachado como um macarthista que perseguia seus colegas por motivos puramente ideológicos. O fato é que Joseph McCarthy estava certo: o comunismo tinha um monte de agentes infiltrados no sistema americano. O fato é que eu também estava certo: o lulismo tinha um monte de agentes infiltrados na imprensa brasileira.
Dois anos depois do estouro do mensalão, já podemos fazer um retrospecto do caso. O STF delineou com clareza suas principais ramificações: o núcleo presidencial, o núcleo parlamentar, o núcleo bancário, o núcleo publicitário. O mensalinho tucano irá desmascarar o núcleo oposicionista. Quanto ao núcleo jornalístico, a ida de Tereza Cruvinel para a TV do Lula fechará o ciclo de uma vez por todas. Estou à espera dos beijinhos. Estou à espera dos cafunés.’
INTERNET
Tá limpo?
‘A internet criou um efeito colateral indesejado ao incluir em seu mar de informações úteis outras nem tanto, como fotos e revelações íntimas das pessoas. Isso não é um problema quando se trata daquele prêmio de funcionário do ano, mas começa a tornar-se inconveniente quando o que se revela é, por exemplo, a foto – não tão gloriosa assim – da folia no último Carnaval. Para sorte dos que tiveram alguns de seus maus momentos expostos na rede, há um alívio. Já existem empresas especializadas em promover uma espécie de faxina virtual. Elas monitoram o que é publicado sobre seus clientes e filtram as citações indesejadas. Com sede nos Estados Unidos, elas atendem pela internet – inclusive em português. Pode-se contratá-las sem sair de casa. A lista de serviços inclui desde coisas simples, como criar um perfil profissional lustroso e colocá-lo em destaque num site de busca, até uma limpeza mais profunda nas referências negativas. Tudo pela manutenção da boa reputação.
As empresas não gostam de revelar suas estratégias para polir biografias. Mas algumas são óbvias, como publicar uma enxurrada de textos com conteúdo positivo. O objetivo é levar comentários inconvenientes para além da terceira página do site de busca. Pouquíssimos internautas chegam até lá. É claro que manipular a ordem do que aparece na tela não é assim tão simples. O Google usa centenas de critérios para definir seus resultados. Mas interferir neles é bastante possível. ‘Um dos segredos é escrever a biografia da pessoa de muitas maneiras’, diz o americano Tom Drugan, um dos criadores da Naymz, empresa que já tem 25.000 assinantes interessados em monitorar o que é dito sobre eles na rede. A companhia americana ReputationDefender oferece um serviço mais completo. Faz gestões nos sites para retirar os conteúdos negativos. Se o site em questão não concorda em retirar o material, promove causas judiciais.
O preço de um serviço de faxina virtual varia conforme a complexidade. Pode ser gratuito, no caso da criação apenas de um perfil profissional. Fazem-se monitoramentos mensais, por 30 reais. Para limpezas mais complexas, o valor começa em 10 000 reais, mas não há limite naqueles casos em que já não se consegue contabilizar as ofensas que se encontram na rede. Embora a oferta de serviços de limpeza virtual seja uma novidade, não é de hoje que empresas e governos recorrem a esse expediente. Isso ficou claro com o lançamento do WikiScanner, programa que permite identificar de quais computadores foram feitas edições anônimas na Wikipédia (veja o quadro). De um computador do Departamento de Segurança Interna do Estados Unidos, por exemplo, quatro parágrafos que descreviam problemas de George W. Bush com o álcool foram simplesmente apagados. Alguém na sede da gigante petrolífera ExxonMobil também decidiu promover alterações. Editou o trecho que descrevia os efeitos ambientais do acidente ocorrido, em 1989, com seu navio Exxon Valdez, um dos maiores desastres ecológicos da história.
Com a popularização dos blogs, controlar o que se escreve sobre alguém na internet tornou-se ainda mais difícil. São mais de 70 milhões espalhados pela rede e cerca de 1,5 milhão de comentários publicados todos os dias. À frente de uma organização que orienta pais de adolescentes problemáticos, a americana Sue Scheff sofreu, durante dois anos, ataques em blogs e fóruns de discussão, disparados por uma cliente insatisfeita. ‘Diziam que eu era uma fraude, que seqüestrava e destruía famílias’, conta. Ela perdeu clientes e teve de fechar seu escritório. Ganhou na Justiça o direito a uma indenização de 11,3 milhões de dólares da tal cliente. Mas os textos ofensivos continuavam lá. Buscou, então, os serviços do ReputationDefender. Sue agora paga por um monitoramento constante, para evitar que novas referências negativas circulem pela rede. É tranqüilizador, mas interessados nesse tipo de serviço devem conter suas expectativas. Há um limite para polir a imagem na vastidão em que a internet se transformou. Há casos, em especial aqueles de corrupção crônica, em que as manchas são indeléveis. Nem adianta tentar.’
TELEVISÃO
O absolutismo erótico
‘Imagem consumada do monarca absoluto, Henrique VIII parece ter reinado ao sabor de seus caprichos na Inglaterra do século XVI. Rompeu com o papa e fundou uma nova igreja só para obter o divórcio de sua primeira mulher, Catarina de Aragão. No que concerne às práticas políticas, a série The Tudors (Estados Unidos), que começa a ser exibida no domingo 7 pelo canal por assinatura People+Arts, retrata o monarca dentro do figurino tradicional. O Henrique VIII interpretado pelo irlandês Jonathan Rhys Meyers – o inescrupuloso arrivista social do filme Match Point – é um homem autoritário, cruel e inclemente com os inimigos (um deles é decapitado já no segundo episódio). A principal diferença está na forma física do rei, muito diferente das dimensões robustas que se vêem nos retratos históricos. A série não perde uma só oportunidade de exibir os dotes de modelo-e-ator de Rhys Meyers, seja em uma improvável luta livre com o rei Francisco I, da França, seja em sucessivas performances no leito real. Entre uma e outra conspiração palaciana – todas, aliás, envolventes e bem urdidas -, o protagonista de The Tudors sempre encontra um tempinho para conhecer mais de perto a nova dama de companhia da rainha. O People+Arts até programou uma versão light, sem as cenas eróticas, que será exibida nas quartas-feiras. Cada episódio censurado tem, em média, oito minutos menos que a edição integral. A primeira temporada da série compreende dez episódios – ao todo, portanto, são uma hora e vinte minutos de sexo.
A escalação de Rhys Meyers para o papel foi ironizada pela crítica e pelos historiadores. Seria uma liberdade ficcional exagerada dar um tórax bem torneado e beiços lascivos ao balofo Henrique VIII? Os produtores da série dizem que não. Argumentam que o jovem Henrique era considerado um dos monarcas mais atraentes de seu tempo. E o homem era um esportista, sempre bem disposto para uma boa caçada. A desculpa não cola. A ação da série começa por volta de 1520, quando Henrique já tinha quase 30 anos – seria de esperar que pelo menos os primeiros sinais de sua monumental barriga já aparecessem. A razão para descartar a fidelidade histórica quanto às medidas da cintura real é bem prosaica: o público gosta de gente bonita – especialmente quando há cenas de sexo na jogada. ‘Ninguém quer ver um drama histórico com um barbudo que pesa 100 quilos. Heróis não têm essa aparência’, disse Rhys Meyers em uma entrevista ao Sunday Times, de Londres.
Henrique VIII não chega a ser propriamente um herói. Os personagens da série, aliás, não se dividem claramente em bandidos e mocinhos. De certo modo, são todos bandidos, tipos mesquinhos e interesseiros lutando por mais poder. O título plural da série, aliás, pode ser visto como uma homenagem a uma de suas mais inusitadas inspirações: Os Sopranos. Os conselheiros, os nobres e os membros do clero que cercam Henrique VIII comportam-se todos como mafiosos avant la lettre. A exceção solitária é o filósofo Thomas More (Jeremy Northam), um católico humanista que mantém sua família longe da corte no esforço de criar os filhos em um ambiente que não seja contaminado pela corrupção. Em um diálogo um tanto artificioso da série, o rei comenta com seu conselheiro filósofo que prefere O Príncipe, de Maquiavel, a Utopia, do próprio More. ‘É mais realista e menos… utópico’, conclui o rei. More, aliás, seria preso e executado em 1535, por sua recusa em aceitar Henrique VIII como chefe da igreja inglesa. Mas isso não é matéria da primeira temporada, que se encerra em 1530.
O reinado da dinastia Tudor começou em 1485, com Henrique VII, e se estendeu até a morte de Elizabeth I – filha de Henrique VIII e sua segunda mulher, Ana Bolena (interpretada na série pela espevitada inglesa Natalie Dormer) -, em 1603. O reinado mais notável do período é, por todos os títulos, o de Elizabeth. A ‘rainha virgem’ pacificou um país dilacerado por conflitos religiosos e teve ainda a sorte de viver uma época de florescimento literário quase milagroso, com dramaturgos como Marlowe e Shakespeare disputando as platéias de Londres. Os feitos de Henrique VIII são modestos em comparação. Mas ele teve sucesso em fazer da Inglaterra uma força importante nas complicadas disputas geopolíticas da Europa, ora cortejando os interesses franceses, ora se aproximando do poderoso Carlos V, rei da Espanha e do Sacro Império Romano. Contemporâneo de Lutero – por quem não nutria simpatias -, acabou se tornando o grande agente da Reforma na Inglaterra, rompendo com a Igreja Católica no episódio do divórcio. A despeito de sua eventual truculência política, Henrique VIII também tinha seus fumos humanistas. Gostava de se cercar de artistas e filósofos – além de Thomas More, a série reserva algumas cenas secundárias a Thomas Tallis, um importante compositor de música sacra.
Criado por Michael Hirst, roteirista do filme Elizabeth (uma patacoada histórica que só vale pelo desempenho de Cate Blanchett), The Tudors reconstitui a época com alguma liberdade no tratamento de fatos e datas. Os motivos sexuais de Henrique VIII para romper com Catarina e a Igreja ganham mais destaque do que a política ou a religião. O nascimento de Henry FitzRoy, filho ilegítimo do rei, se deu em 1519, dois anos antes da execução do duque de Buckingham, acusado de traição. Na série, porém, os dois eventos são apresentados como simultâneos, para estabelecer um manjado mas eficiente contraste entre nascimento e morte. São adaptações admissíveis em uma série que, afinal, também tem de divertir o espectador (e o faz muito bem). Outras mudanças, no entanto, beiram o grosseiro. Já se anuncia que, na segunda temporada, Henrique VIII tentará obter o seu divórcio em negociações com Paulo III – quando, na verdade, o papa da época era Clemente VII. Por que a alteração? Bem, na primeira temporada, nas poucas cenas em que Clemente VII aparece, ele é interpretado pelo desconhecido Ian McElhinney. A produção conseguiu um ator de maior peso para a nova temporada e por isso resolveu adiantar a troca de pontífice. Peter O’Toole será prematuramente ungido como Paulo III.
Triângulo real
Na sua primeira temporada, a série The Tudors acompanha as tramas da corte inglesa na década de 1520 – com ênfase na vida amorosa do rei
Henrique VIII (1491-1547)
Segundo monarca da dinastia Tudor, reinou de 1509 até a morte. Seus retratos mostram uma obesidade imponente – mas, na série, é interpretado por Jonathan Rhys Meyers, que não perde a oportunidade de exibir a barriga de tanquinho
Catarina de Aragão (1485-1536)
Filha dos reis espanhóis Isabel I e Fernando II, Catarina teve seis filhos com Henrique VIII, mas só Maria sobreviveu à primeira infância. Frustrado com a falta de um herdeiro, Henrique VIII quis se divorciar de Catarina. O papa Clemente VII não lhe concedeu o divórcio
Ana Bolena (1507-1536)
Maria Bolena passou pela cama do rei – mas Henrique VIII se encantou com sua irmã, Ana. Para se casar com ela, rompeu com o papa e fundou a Igreja Anglicana. Ana – que seria decapitada – foi mãe da futura rainha Elizabeth I’
Marcelo Marthe
É muita viagem
‘No último domingo, as ‘reportagens internacionais’ dominaram a pauta do Pânico na TV. A dupla Repórter Vesgo e Silvio atacou em Veneza. Na Praça de São Marcos, eles interagiram loucamente com estrangeiros que não compreendiam patavina do que se passava. Depois, num passeio de barco, pregaram sustos nos turistas. Ainda no programa, o estilista gay Christian Pior e seu colega Robaldo Ésperman atazanaram banhistas em Ibiza, ilha chique da costa mediterrânea. Pior desancava as mulheres feias (‘olha o corpinho de calango’) e repelia as belas com um adesivo em que se lê ‘Xô!!!’ (não sem pedir antes: ‘Ovula, gata’). Diante dos homens sarados, sacava o bordão: ‘Pára tudo e chama a Nasa’. Se antes eram raras, as viagens internacionais se converteram num dos principais filões do humorístico da Rede TV!. Recentemente, Sabrina Sato foi à África do Sul, onde mergulhou com tubarões e fez um safári só de tanguinha e botas de cano alto. Além de Veneza, o périplo europeu de Vesgo e Silvio incluiu a ida à festa da tomatina, na Espanha, em que quase viraram extrato de tomate de tanto levar pancadas da multidão. E também uma escala no Grande Prêmio da Itália de Fórmula 1, em Monza, com o objetivo (cumprido) de fazer o locutor Galvão Bueno cair na dança do siri.
Nesses diários de viagem, o programa extrai suas tiradas de um certo choque cultural – mesmo campo desbravado pelo comediante inglês Sacha Baron Cohen com seu personagem Borat, o repórter cazaque cujo jeito de ser confunde os interlocutores de outros países. Caçoar dos estrangeiros numa língua que eles não entendem já garante as trombadas. Outro fator de estranhamento é a diferença de temperamento. Os brasileiros do Pânico abordam e tocam as pessoas sem cerimônia, de uma forma a que europeus e americanos não estão acostumados. Recém-contratado para a trupe, o comediante Evandro Santo, que interpreta Christian Pior, já ficou craque no assédio (nada tão complicado, diga-se, para alguém que até pouco tempo atrás vivia de fazer telegramas animados). Suas definições dos ‘gringos’ são um caso à parte. Ele acha os italianos muito ‘Robert’ – segundo ele, alguém que faz qualquer coisa para aparecer na TV. Critica ainda os ingleses (‘De que adianta usar óculos Chloé com aqueles dentes podres?’) e os argentinos (‘São as baratas do mundo’ – querendo dizer com isso que eles estão em todo lugar).
Os humoristas passaram a viajar mais graças ao patrocínio de uma agência de viagens. Mas os passeios vêm a calhar por razões estratégicas. ‘É uma forma de tirar um pouco nosso foco do assédio às celebridades’, diz Rodrigo Scarpa, o Vesgo. De fato, esse manancial parece estar se aproximando de um limite. O Pânico enfrenta processos e já fez quase todas as vítimas imagináveis (as últimas foram o governador de São Paulo, José Serra, e o prefeito paulistano, Gilberto Kassab, que aparecerão fazendo uma tímida dança do siri neste domingo). ‘Agora falta o presidente Lula’, diz Vesgo.’
***
Tops no ringue
‘Atualmente em sua oitava temporada, a gincana de modelos America’s Next Top Model é mais um reality show americano que virou produto de exportação: ganhou versões em 22 países, da França à Tailândia. Em poucos lugares, contudo, o tema encontraria tanta ressonância quanto no Brasil. O mercado nacional de moda movimentou 70 bilhões de reais no ano passado. E, com o fenômeno Gisele Bündchen à frente, produziu-se por aqui um culto à figura da modelo que tem poucos paralelos pelo mundo. Em 2006, o Brasil respondeu por 650.000 dos 5 milhões de participantes (em sua maioria garotas) do concurso mundial da agência Ford. Por isso, não é de estranhar que a estréia do Brazil’s Next Top Model, na quarta 3, seja aguardada com ansiedade no ‘mundinho’. O BNTM foi produzido pelo canal pago Sony a um custo estimado em 3 milhões de reais. Envolveu uma seleção dentre mais de 1.700 candidatas, realizada com o apoio da Ford e de seus ‘olheiros’ – a agência premiará a vencedora com um contrato de 200.000 reais. Iniciada há quarenta dias, a gravação é cercada de sigilo. Das vinte jovens da primeira peneiragem, sobram treze ao final do episódio de estréia. Como no Big Brother, as sobreviventes são isoladas numa casa no bairro paulistano do Morumbi. Por três meses, disputarão tarefas relacionadas à profissão – e uma será defenestrada a cada semana.
O original americano tem a marca de sua criadora e apresentadora, a modelo Tyra Banks, conhecida pelos comentários capazes de levar as beldades às lágrimas. Ela é auxiliada por um júri de especialistas que julgam as candidatas diante de situações-limite. Certa vez, as garotas tiveram de fazer um ensaio sobre elefantes. Em outra ocasião, posaram com roupas mínimas num cenário de gelo. A crueldade, enfim, é a alma do negócio. E uma das indagações sobre a versão brasileira é se ela será fiel a esse traço.
A primeira opção da Sony para o papel de Tyra foi Gisele Bündchen, que recusou o convite. Depois de vários testes, chegou-se à modelo fluminense Fernanda Motta. Pelo que se vê no episódio inicial, a moça tem desenvoltura diante das câmeras. Mas, apesar de bem cotada no exterior, não inspira a autoridade da americana. A troca de farpas parece ser uma constante no programa. Entre as garotas, logo de cara, houve bate-boca porque uma mato-grossense não gostou de ser chamada de ‘mulata’ por uma concorrente do Piauí. Quanto aos jurados, a Sony fez a opção por nomes respeitados do setor da moda: o estilista Alexandre Herchcovitch, a jornalista Erika Palomino e Paulo Borges, organizador da São Paulo Fashion Week. Em suas primeiras aparições, Herchcovitch fez o papel de carrasco. Encafifado com a quantidade de candidatas ‘roliças’, ele solicitou que os quadris delas fossem checados (nem todos correspondiam ao que se declarava). Mas Borges, que faltou à gravação do primeiro episódio, garante que ele é que será o malvado. ‘O Alexandre vai se revelar mais compreensivo. Ele é a mãezona judia do júri’, diz.’
******************
Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.