Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Videogame americano simula ataque ao país

Um jogo eletrônico que simula a invasão da Venezuela e ainda nem foi lançado já provoca a ira de congressistas leais a Hugo Chávez, que acreditam se tratar de um artifício para conquistar o apoio dos americanos para um eventual golpe contra o presidente. ‘Eu acho que o governo dos EUA sabe como preparar campanhas de terror psicológico para que possa fazer as coisas acontecerem mais tarde’, afirma o deputado Ismael Garcia.

O videogame, chamado de ‘Mercenários 2: Mundo em Chamas’, foi criado pela empresa americana Pandemic Studios. Nele, um tirano sedento por poder mexe com o estoque de petróleo da Venezuela, o que provoca uma invasão que transforma o país em uma zona de guerra. Os jogadores fazem o papel de mercenários armados. Um representante da Pandemic, com sede em Los Angeles, afirma que o jogo não tem a intenção de fazer uma declaração política sobre Chávez.

Reação imperialista

A deputada Gabriela Ramirez diz que ‘Mercenários 2’ fornece uma falsa impressão do presidente venezuelano como tirano e de seu país como sendo o centro do caos. Ela completa que o videogame poderia ser proibido na Venezuela sob um projeto de lei que tem como objetivo proteger as crianças de jogos violentos. ‘Nos EUA, ele envia uma mensagem aos americanos: há um perigo próximo, na América Latina, e é preciso fazer algo. Isso seria uma justificativa para uma agressão imperialista’, diz Gabriela.

Autoridades americanas negam com veemência a suposição de que existiria um plano para atacar a Venezuela, embora o presidente George W. Bush já tenha afirmado se preocupar com a ‘erosão da democracia’ no país – acusação que Chávez diz ser absurdamente falsa. Informações de Christopher Toothaker [AP, 24/5/06].