O Volt Data Lab testou sete plataformas de publicação de narrativas na Web (storytelling) , com o objetivo de ajudar os usuários o software mais adequada às suas necessidades e possibilidades. Este é o terceiro grupo de plataformas de um conjunto de cinco distribuídas segundo os seguintes critérios: 1. Visualização de Dados; 2. Extração e Tratamento de Dados; 3. Plataformas para “storytelling”; 4. Ferramentas de Mapas; 5. D3 e visualizações avançadas.
Os softwares foram classificados em notas de 0 a 5 — sendo 0 a pior nota e 5 a melhor. Dar notas às coisas não é um modelo infalível, claro, mas esperamos que isso lhe ajude na escolha de suas ferramentas no dia a dia.
Também há uma lista boa sobre outros recursos (para escrever, acompanhar notícias, montar blogs, cobrar por seu trabalho etc.) feita em inglês pela ReadThisThing, aqui. Se você não sabe bem como montar sua visualização, há um excelente catálogo aqui que pode ajuda-lo.
Nota importante: o Volt Data Lab não é patrocinado, financiado nem possui qualquer tipo de vínculo ou apoio financeiro, institucional ou comercial com quaisquer produtos ou empresas abaixo listados. Se um dia for o caso e isso acontecer, notificaremos isso aqui e em futuras listas, e daremos sempre nossa opinião independente.
Segue a lista dos sete programas avaliados para produçã de narrativas online:
Se o WordPress é o publicador mais utilizado por aí, o Squarespace é seu irmão gêmeo menos popular, só que mais sofisticado. Ele não tem o arsenal de plugins e templates do WP, tampouco seu software é aberto. Mas o que parece uma desvantagem é na verdade o oposto.
O Volt gosta do WordPress e o usamos para projetos especiais nos quais o Squarespace fica aquém (como em recursos de “interactive scrolling“)— na verdade, a primeira versão do Volt foi em WP, com host na Digital Ocean. Mas decidimos migrar para o Squarespace e não nos arrependemos.
O Squarespace oferece praticamente a mesma coisa sem boa parte do aborrecimento — os templates são mais bonitos, mais facilmente customizáveis, a integração com muitos serviços, incluindo monitoramento de audiência é simples e elegante, e, pra melhorar, é o preço deles é competitivo (US$ 8/mês no plano anual de entrada).
Eles também oferecem uma série de facilidades, como fácil integração com Google Apps, compra de domínio (embora um pouco mais cara do que o normal) e até mesmo uma ferramenta para criação de logotipos.
Antes que você fale, ah, mas o WordPress e o Ghost são open source, gratuitos, basta eu instalar no meu servidor. Concordo. Mas um servidor bom e dedicado, como Digital Ocean ou Amazon, não sai por menos de US$ 10/mês. E, se sua audiência crescer, que é o que você quer, fica ainda mais caro porque você vai ter que comprar mais capacidade — ou você acha que aquela cacetada de plugins e templates pesados para WP (né, Theme X?) não ocupam nada de memória.
Obviamente, você ter seu próprio servidor tem suas muitas vantagens. Mas isso é contornável. O Volt assina o modo “Developer“, ao custo de US$ 16/mês, e podemos usar o Squarespace como hosting, o que nos dá flexibilidade para projetos e aplicativos especiais fora de nosso template.
O Squarespace passou a ficar mais conhecido por causa de seu anúncio com o ator Jeff Bridges no Super Bowl deste ano, nos EUA. Eles alegam ter milhões de assinantes. Não é melhor nem pior que o WordPress, só é preciso ver qual se encaixa melhor nos seus projetos. Pago — planos mensais de US$ 8, U$ 24, US$ 80 e US$ 200 Avaliado pelo Volt (4,5/5)
Produto da Adobe voltado principalmente para designers e programadores divulgarem seus projetos e portfólios. Aliás, é quase um marketplace para isso, com sua comunidade própria. Funciona também para outros tipos de projetos editoriais, embora não seja um CMS (Content Management System) convencional.
Não dá para colocar seu próprio domínio nas páginas, mas com um pouquinho de conhecimento é possível “embedar” seu projeto em outra plataforma de maneira bastante fiel.
Demora um pouco para pegar a manha de todos os recursos, mas as possibilidades são muitas uma vez que se aprende. Gratuito Avaliado pelo Volt (4/5)
O Medium é uma bela ferramenta. O jeito como a plataforma é apresentada e tem seu estilo (CSS) desenvolvido é de tirar o chapéu. Há infinitas combinações de layouts e é ridiculamente fácil de usar.
O SEO (Search Engine Optimization) é razoável, mas a comunidade e engajamento das pessoas no Medium faz toda diferença. É por isso que o Volt o escolheu para abrigar seu blog.
Mas tem um grande revés, o qual pode não fazer muita diferença pra maioria das pessoas, mas certamente é uma frustração para programadores, designers e alguns jornalistas: ele não aceita nenhum tipo de código externo (snippet). No caso do Volt, isso é um revés importante: as visualizações interativas que fazemos em nossos projetos têm que virar imagens estáticas e perdem sua força e utilidade.
Outro ponto negativo: ainda não permitem você utilizar seu próprio domínio. Dizem eles que estão trabalhando nessas duas questões, e até têm cedido domínios para um clubinho de projetos, como o youpix, mas ainda não para o varejo. Totalmente gratuito Avaliado pelo Volt (3,5/5)
O Atavist é uma plataforma elegante, de deixar com água na boca qualquer um que quer desenvolver projetos especiais de jornalismo na Internet. E não apenas jornalismo.
Como um jornalista brasileiro disse recentemente no Congresso da Abraji, a plataforma dos caras é tão boa, que o que era antes uma revista digital com uma boa plataforma tornou-se uma plataforma com uma boa revista digital. Eles recentemente reformaram a marca e o site, e ficaram ainda melhores.
Eu diria que o Atavist está a poucos passo do CMS perfeito. Mas ainda falta um tanto para se chegar lá. Enquanto o Squarespace e o WordPress oferecem uma plataforma com menos recursos de fácil customização, o Atavist peca em querer ser mais um produto empacotado do que um CMS. O resultado, na minha opinião, limita bastante o resultado para usuários que buscam soluções completas de baixo custo.
O Atavist tem cinco planos de assinatura: Criative (grátis), Pro (US$ 8/mês), Team (US$ 50/mês), Business (US$ 140/mês) e Enterprise (US$ 250/mês).
Legal, tem um plano gratuito e um plano barato, você diria. Mas esses planos são tão limitados às vezes é de se perguntar se essa é a melhor solução. O plano de acesso do Squarespace, a US$ 8/mês, oferece muito mais. E com US$ 16/mês, no Squarespace você tem acesso às ferramentas de desenvolvedor do site, ou seja, acesso ao código central do site, não apenas ao controle de CSS (estilo) e algumas injeções de código. No Atavist, é preciso desembolsar pelo menos US$ 140/mês para isso. Além disso, nas versões mais básicas do Atavist é complicado fazer até mesmo um embed simples como um iframe, o que limita muito o seu uso — assim como o Medium.
Versão gratuita limitada — planos mensais de US$ 8, U$ 18 e US$ 26 Avaliado pelo Volt (4/5) — (2/5) se você não puder pagar US$ 140/mês
Produto do Yahoo. Se o que você é simplicidade e uma plataforma de blog mais parecida com uma rede social, essa pode ser uma boa opção. É gratuita, tem vários templates elegantes para você escolher e, bem, é um lugar para postar fotos e projetos mais simples. Eu sinceramente acho incompleta para o objetivo do Volt, mas se for apenas para ter um blog com texto, fotos e vídeos, sem utilizar nada de programação, é suficiente.
Totalmente gratuito Avaliado pelo Volt (2/5)
A Ghost é uma plataforma de blogging muito nova, com um modelo de negócios interessante, no estilo do WordPress. É baseada na tecnologia web Node.js, o Ghost foi concebido como uma campanha do Kickstarter que levantou 190 mil libras esterlinas em 2013.
Eles disponibilizam para você gratuitamente o código da plataforma para hospedagem própria, ou você pode pagar a partir de US$ 8/mês para utilizar o servidor deles.
Bastante simples em conceito, ele é eficaz como plataforma de publicação, com várias opções de personalização — se você for proficiente em programação. Como o site de tecnologia The Next Web apontou, o Ghost ainda não aceita plugins de terceiros — ao contrário do WordPress — e tem sido muito lento para implementar mudanças e melhorias. Com isso, acaba ficando um pouco aquém de concorrentes diretos.
Me incomoda a limitação no número de acessos que se pode ter na versão hospedada pelos servidores do Ghost. Por exemplo, no plano de acesso, você tem direito a 25.000 acessões/mês. Pode parecer muito, mas hoje em dia, não é tanto assim.
O eu gosto bastante é a possibilidade de usar a linguagem de formação Markdown, a qual, se você tiver o mínimo de conhecimento, realmente facilita o jeito que você formata o texto.
O Volt testou apenas a versão online de teste, ainda não instalamos em nosso servidor.
Versão gratuita para auto-hospedagem — planos mensais de US$ 8, U$ 24, US$ 80 e US$ 200 Avaliado pelo Volt (3/5) — versão online
O Svbtle parece mais uma versão paga do Medium, tanto no estilo quando na simplicidade. É bonito e fácil de mexer, se você souber escrever em Markdown.
No entanto, justamente por ter sua linguagem de posts baseada em Markedown, é possível fazer nele o que ainda não dá no Medium — adicionar snippets de código. Ou seja, se você tem um mapa interativo ou um iframe, você consegue adicionar.
Além disso, você consegue atrelar a ele seu próprio domínio, enquanto no Medium isso está fechado a apenas um pequeno clubinho de publicações.
Mas o Svbtle não vai muito além disso. Aliás, é a proposta dele, ser básico ao extremo, como parece ser a moda hoje em dia.
Talvez seja uma plataforma ideial se seu negócio for apenas e simplesmente baseado emtextos, fotos e alguns tipos de visualizações, sem muita frescura.
Pago — plano mensal de US$ 6 Avaliado pelo Volt (2,5/5) — versão online