Estamos chegando ao final da nossa campanha de financiamento coletivo, Reportagem Pública 2017. Quando começamos, não sabíamos como nossa proposta seria recebida, em um ano de crise econômica, assombro político, desânimo em relação ao futuro. Um ano em que outras campanhas de jornalismo não chegaram à sua meta. Não era o cenário mais favorável.
E mesmo assim decidimos fazer a campanha, buscando levantar R$ 80 mil. Por quê? Porque uma campanha de financiamento coletivo é abrir uma porta para quem quiser entrar. Ela vai na contramão do antigo mantra de quem vê o jornalismo como mercadoria, e vê o leitor como “cliente” que compra um produto. O mesmo mantra que já ouvimos tantas vezes, que na era do papel era representado pelos números de assinaturas das revistas e hoje em dia é expresso na exaltação ao paywall, o muro moderno, que separa a informação relevante do público geral.
Ela só funciona se os leitores toparem fazer parte do processo.
Por ter essa natureza, mesmo nos momentos de maior angústia, ela traz lampejos de suprema alegria. Um deles é receber o apoio carinhoso de jornalistas que tanto admiramos, como Leonêncio Nossa, Eugênio Bucci, Dorrit Harazim, Caco Barcellos, Maria Cristina Fernandes, Franklin Martins e tantos outros, ou de músicos como Arnaldo Antunes, Anelis Assumpção e Gaby Amarantos. Outro é saber que passamos de 20 pessoas envolvidas no dia-a-dia da Pública a 100, 200, 300…. 815 pessoas. E o número segue crescendo.
Essas centenas de colaboradores vão nos ajudar não apenas a decidir quais são as histórias que nossa equipe deve investigar todo mês, mas como podemos ter uma nova relação com o público e novas formas de interação e financiamento. Todos, a seu tempo, serão contatados para nos trazer novos insights.
Queremos e precisamos de mais pessoas neste processo. Já conseguimos R$ 63 mil, mas precisamos chegar a R$ 80 mil. Por isso, volto a fazer o convite. Doe, participe, se jogue e seja bem-vindo ao Conselho Editorial da Agência Pública.