Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Maneco, um padrão de jornalismo

Jornalista por excelência, competente na resolução de problemas e com grande respeito dos amigos de profissão contemporâneos. Desta forma será lembrado o ex- secretário noturno da redação do Jornal do Brasil, Manoel Aristharco Bezerra, o Maneco, 78 anos, que morreu na manhã de terça-feira (24/7), de morte natural, na sua residência no Rio de Janeiro.

Maneco era dotado de um bom humor ímpar e distribuía altas gargalhadas pela redação. “Manecão tinha uma gargalhada gigante que dá muita saudade”, disse Laerte Gomes, ex-editor de arte do JB.

Outros amigos, como o jornalista Romildo Guerrante, relembram os momentos de diversão e trabalho com o antigo colega. “Um dos melhores profissionais com que contei no jornalismo. Rigoroso com a qualidade, cercava na oficina, no tempo em que foi secretário noturno, as bobagens e muitas distrações que nós no copidesque (redatores), às vezes cansados pelas jornadas noite adentro, deixávamos escapar na Redação. Carinhoso, tratava todo mundo com enorme dignidade, capacidade de trabalho imensa, Maneco foi um padrão que busquei pra mim mesmo no jornalismo”.

Carlos Lemos, ex-chefe de redação do jornal, emocionou-se ao lembrar do amigo: “O dia de hoje está mais triste com a morte do Maneco. Perdemos um grande amigo, extraordinário”.

Ele trabalhou no JB nas décadas de 1960 e 70. Num período importante do jornal, como na época da Avenida Rio Branco, e na década de 1970, quando o periódico se transferiu para um novo prédio, na Avenida Brasil, em frente ao Cais do Porto, onde hoje funciona o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).

Segundo Sérgio Noronha, ex-secretário de redação, o jornalista também foi responsável por uma revolução no jornal. “Maneco foi um dos responsáveis pela reforma gráfica do JB. Na época, este fato, foi uma grande revolução no jornalismo”, afirmou.

Pernambucano, Maneco era casado com Martha Engert, com quem teve quatro filhos – todos já formados – que lhe deram uma neta. Ele já estava doente. Há alguns anos, sofreu um AVC e vivia de cadeiras de rodas. Na manhã de terça-feira (24/7), Silveira, ex-colega de profissão e amigo de Maneco, foi acordado com a notícia. “Fui avisado pelo rapaz que o acompanhava. Ele apagou e descansou”, contou Silveira. Foi enterrado na terça-feira (24), no cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

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[Rômulo Diego Moreira, do Jornal do Brasil]