O jornalista José Paulo da Silva, ou J. Paulo, como preferia, era muito conhecido nas redações cariocas. Não só pelo faro apurado para tratar assuntos do cotidiano da cidade, mas também pelo temperamento forte e, por vezes, explosivo, com o qual defendia suas pautas e pontos de vista.
O jornalista Maurício Menezes lembra que, durante uma coletiva convocada pelo general de divisão da reserva Newton Cruz, J. Paulo foi barrado e reagiu: esbravejou, alegando que um dos motivos para ele não entrar era o fato de ser negro. Maurício conta que procurou o general e avisou: se o colega não entrasse, ninguém entraria. O acesso acabou sendo franqueado a todos.
J. Paulo começou no jornal Última Hora, mas fez carreira na redação do antigo Jornal do Brasil, onde acumulou prêmios ao longo dos anos que ali passou. Depois de um período trabalhando para o governo do estado, foi para o jornal O Estado de S.Paulo, como coordenador de política. Foi ainda diretor de redação do jornal A Crítica, de Manaus, e trabalhou no Jornal Panorama, em Juiz de Fora, e na Rede Bandeirantes, em São Paulo.
Nos últimos anos, trabalhava como coordenador de Comunicação Social do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Além de dedicado à reportagem, J. Paulo também foi diretor da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) nos anos 80.
O jornalista morreu na madrugada de sexta-feira (2/11), aos 58 anos, de infarto. Foi enterrado no Cemitério São João Batista. Deixou mulher e quatro filhos.