Morreu na quarta-feira (12/12), aos 98 anos, o jornalista Mario Mazzei Guimarães, que atuou em vários veículos da imprensa brasileira, entre eles a Folha.
No jornal, onde trabalhou como repórter, editor e redator-chefe, foi o autor, em 1959, da série de 16 reportagens “Um rio desafia o Brasil”.
O desafio de, na época, atravessar o rio São Francisco de ponta a ponta lhe garantiu o Prêmio Esso de Jornalismo, o principal do gênero no país.
Advogado de formação, começou no jornalismo nos anos 1930, em Barretos (SP) -e já na área do agronegócio, na qual se consagrou. Em São Paulo, ingressou em 1946 na Folha, onde ficou até 1962. Foi redator-chefe de 1953 a 1959.
Assinou uma coluna de temas políticos e econômicos com o pseudônimo de Pedro Leite, que inicialmente se chamava “O Sal de Sete Dias”, pois era semanal, e, ao tornar-se diária, “O Sal de Cada Dia”.
Em depoimento a Ana Estela de Sousa Pinto, editora de “Mercado”, para o livro Folha Explica Folha (Publifolha), falou dos desafios da profissão, sobretudo nos anos 1950.
Nessa época, disse, a Folha era um jornal “que fazia mal aos doentes do coração”, por abordar grandes problemas do país, como a educação.
“Ele foi redator-chefe em um momento muito importante, quando o jornal deixou de ser uma publicação paulista e se tornou nacional”, conta o jornalista José Hamilton Ribeiro, que o teve como chefe.
Mazzei publicou ainda o livro Memórias da Roça – Gente que Fez História.
Morreu em decorrência de deficiência respiratória e complicações de Alzheimer. Deixa a mulher, Hilda, 96, com quem estava havia mais de oito décadas, os filhos Renato, Ana Maria e Hilda Maria, quatro netas e duas bisnetas.