O narrador Luciano do Valle, 66, que morreu vítima de infarto anteontem [sábado, 19/4] quando viajava para narrar Atlético-MG e Corinthians, em Uberlândia, foi homenageado em todos os sete jogos de ontem do Campeonato Brasileiro. No Morumbi, antes do jogo São Paulo x Botafogo, os alto-falantes do estádio reproduziram a narração dele para o segundo gol de Raí na final do Mundial Interclubes de 1992, contra o Barcelona, em Tóquio. O São Paulo venceu por 2 a 1 e foi campeão. Os atletas entraram em campo com faixa homenageando o narrador e atuaram com tarja preta no braço.
A cabine que seria usada por Luciano do Valle no estádio João Havelange, em Uberlândia, palco de Atlético-MG e Corinthians, foi batizada com o nome do narrador.
Em todas as outras partidas do torneio, foi observado um minuto de silêncio. Em Criciúma, onde o time local recebeu o Palmeiras, a torcida transformou a lembrança em 60 segundos de aplauso.
Os canais Globo e SporTV mostraram fotos dele durante o minuto de silêncio. Na Band, emissora onde trabalhava, o locutor Nivaldo Prieto chorou na abertura da transmissão.
Velório
Ele foi enterrado por volta das 16h40 (de Brasília), no cemitério Parque Flamboyant, em Campinas, onde nasceu.
Além de familiares e curiosos, compareceram ao velório o ex-pugilista Adilson Rodrigues Maguila, cuja carreira foi alavancada por Luciano, a ex-jogadora de basquete Hortência, o comentarista Neto, seu colega na Band, e o ex-narrador Osmar Santos.
Luciano ficou conhecido por popularizar modalidades e ligas pouco difundidas entre o público brasileiro, como vôlei, sinuca, Indy e as ligas norte-americanas de futebol (NFL) e basquete (NBA).
No futebol, sua última transmissão foi a final do Paulista, na semana passada, entre Santos e Ituano. Estava a menos de dois meses de narrar sua 11ª Copa.