De São Paulo ao México, Wladir Dupont construiu nos últimos 50 anos uma exitosa (e variada) trajetória no jornalismo e na literatura.
Iniciou a carreira jornalística como repórter do “Jornal do Brás”, em 1959. Nas décadas seguintes, passaria por inúmeros meios de comunicação, como a Folha e as revistas “Visão”, Veja”, “Playboy” e “Nova”, quase sempre escrevendo sobre cultura e comportamento.
Um desses cargos foi especialmente significativo para sua vida. Entre 1965 e 1967, foi correspondente da revista “Visão” no México. Lá conheceu sua mulher, Maria Guadalupe, e travou contato mais íntimo com a língua espanhola e a cultura latino-americana, relação fundamental para suas futuras atividades profissionais.
No fim da década de 70, voltou àquele país, dessa vez como correspondente da “Veja”.
No retorno ao Brasil, no começo dos anos 80, fundou a Wladir Dupont Comunicações, empresa de traduções do inglês e do espanhol para o português, e elaborou cerca de 15 livros empresariais.
Pouco depois, passou a traduzir grandes autores latino-americanos. Verteu para o português livros do mexicano Octavio Paz e do peruano Mario Vargas Llosa. Em 1994, ganhou o Prêmio Jabuti, o principal das letras brasileiras, pela tradução de “A Outra Voz”, de Paz.
Nos últimos anos, dedicou-se a traduzir outro peso-pesado da literatura, o americano William Faulkner.
Morreu no dia 2 de junho, aos 75, após um derrame. Deixa a viúva e os filhos, Iara e Marcio, que, quando pequenos, acompanhavam o pai em passeios por sebos.