A vida de Maria Cecília Vieira de Carvalho Mesquita, acionista do Grupo Estado, era o “Suplemento Feminino”, caderno do jornal “O Estado de S. Paulo”.
Ela foi diretora do caderno de 1960 até 2011, quando o suplemento, então chamado “Feminino”, deixou de circular. Até completar 83 anos, ela ainda ia três vezes por semana trabalhar na Redação.
Maria Cecília morreu na madrugada de quarta (24), aos 86 anos. Estava internada no hospital Israelita Albert Einstein, com pneumonia.
Cecília Mesquita, como era conhecida, era filha de Francisco Mesquita (1893-1969). Ela não tinha filhos. Deixa 8 sobrinhos, 19 sobrinhos-netos e 16 sobrinhos-bisnetos.
“Tia Cecília dedicava todo seu tempo ao Suplemento Feminino’ e a receber sobrinhos e sobrinhos-netos na fazenda”, disse a sobrinha Belinha Mesquita, 62. Maria Cecília morava numa fazenda em São Manuel, a 259 quilômetros de São Paulo.
Segundo o jornal, o “Feminino” recebia de 30 a 40 cartas por dia e os concursos que promovia sobre trabalhos manuais chegavam a ter 7.000 concorrentes. “Jardinagem, economia doméstica e trabalhos manuais eram seções obrigatórias.”
“Tia Cecília era solteira e sempre foi independente: viajava sozinha, ia a festas sozinha –ela dizia que era melhor, porque podia ir e voltar na hora em que quisesse.”
Gostava muito de moda e manteve-se elegante até o fim da vida. “Ela era muito magra, porque se exercitava bastante, andava a cavalo e nadava”, conta Belinha.
O corpo foi cremado no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo).