Influenciado pelo pai, o cineasta e fotógrafo Jean Manzon, Jean Pierre andava com uma câmera para cima e para baixo já desde criança.
Aos 18 anos, abriu sua primeira produtora. Nunca abandonou a fotografia, mas sua preferência eram os vídeos.
Realizou documentários de Norte a Sul do país e em diversos outros países. Uma de suas obras-primas é o longa-metragem “O Novo Brasil”, que mostra a potência da indústria, da natureza e do povo brasileiros. Com ele, venceu o Festival de Chicago de 1992.
Também se destacou na publicidade. Durante anos, produziu filmes para a Varig.
Era um aficionado por imagens aéreas, que acabaram se tornando uma das marcas de seu trabalho. Várias delas integram o banco de fotografias da agência Getty Images.
Curiosamente, fez poucas imagens da família. “Ele gostava de fotos com ângulos e luzes perfeitos, não tinha essa de registrar só para guardar um momento. Então acho que não tinha paciência para esperar a gente ficar quieto”, conta Jean-Louis, que seguiu os passos do pai –e do avô.
Nem nas horas de folga Jean Pierre deixava a profissão de lado. Adorava falar sobre filmes –além de política e história– e de ir ao cinema, preferencialmente sozinho, pois não queria ser importunado com comentários durante uma cena importante.
Películas de cineastas como Sergio Leone, Akira Kurosawa e Francis Coppola faziam seus olhos brilharem.
Morreu no dia 26/9, aos 60 anos, devido a problemas no coração. Deixa os filhos, Jean-Louis, Sophie Caroline, Paul Edouard e Marie Isabelle.
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Andressa Taffarel, da Folha de S.Paulo