Faleceu na manhã de sábado (24/1), aos 67 anos, o editor-especial da Rede TV Paulo Roberto Leandro. Vítima da chamada Doença de Crohn, inflamação crônica que afeta o sistema digestivo, ele foi internado na sexta-feira mas não resistiu e sofreu falência de múltiplos órgãos.
Paulo teve passagens por diversas emissoras de televisão, entre elas Tupi, Globo, Band e Cultura. Esta era sua segunda passagem pela Rede TV, onde foi um dos fundadores do Jornalismo, em 1999. Retornou à casa há cerca de quatro meses, a convite de Franz Vacek, que acabara de assumir a Superintendência de Jornalismo e Esporte. Foi também professor da USP e vinha trabalhando em um livro com histórias e experiências de sua carreira. Deixou mulher e três filhos de dois relacionamentos anteriores.
Sobre ele, o amigo Sinval Medina, escritor e jornalista, deu a J&Cia o seguinte depoimento:
“Conheci Paulo Roberto Leandro em 1972, na Escola de Comunicações e Artes da USP, logo após sua volta de um exílio voluntário na França. Ele veio como professor assistente e eu e Cremilda, minha esposa, já integrávamos o corpo docente da escola. Foi uma amizade que durou 43 anos, até sua morte no sábado. Paulo, além de excelente e competente profissional, era de uma integridade excepcional, da qual são testemunhas os muitos amigos que fez ao longo da vida. Chegou inclusive a enfrentar problemas em algumas das empresas pelas quais passou, por essa obsessão pelas coisas corretas.
“Estive profissionalmente ao seu lado em apenas uma ocasião, quando juntos atuamos na Assessoria de Comunicação do governador Antonio Britto, no Rio Grande do Sul, em 1997. Saímos pouco antes da campanha, quando ali chegou o marqueteiro João Santana, que, aliás, não conseguiu dar a reeleição a Britto, que foi derrotado por Olívio Dutra. Cremilda atuou ao lado dele na histórica Revista Fotoptica. Fora isso, realizamos vários outros projetos conjuntos.
“Paulo foi casado com Ana Maria Bataglin, irmã de Lucas Bataglin, do Globo Rural, com quem teve dois filhos, Marcelo e Paloma, que é nossa afilhada. Depois casou-se com a Maria José Sarno e teve um outro filho. E em seguida, já no terceiro casamento, com a arquiteta Eliane. Nas últimas vezes em que nos vimos, uma no aniversário de Cremilda e outra nos funerais de um parente da família Bataglin, ele já se mostrava debilitado pela doença. Travou ao longo da vida outras batalhas difíceis, mas era um valente. E assim foi até o final, não deixando que a doença o impedisse de trabalhar quase até o final da vida.”