Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Na série de especiais dedicados aos 15 anos deste programa tivemos uma figura extraordinária, uma das vozes mais veementes e críticas do cinema nacional, da mídia nacional, da cena cultural brasileira, infelizmente pouco ouvida, mas quando ouvida, incômoda.
Na semana passada, tivemos o privilégio de reviver aquele empolgante encontro com o cineasta Eduardo Coutinho, o homem-verdade. Hoje, uma tragédia nos impõe a obrigação de ressuscitá-lo com toda a sua grandeza, nobreza, vitalidade. Suas convicções e, sobretudo, sua independência.
Veterano jornalista da mídia impressa e profissional de TV, Eduardo Coutinho encarna a nossa mídia, é o seu ícone e não apenas pelo sangrento desfecho do domingo (2/2).
Nas homenagens que a imprensa prestou não se lembrou uma das suas obras mais recentes: um painel documentário de dezenove horas. Sim, você ouviu corretamente: 19 horas. Um retrato arrasador da TV brasileira exibido uma única vez para trezentos privilegiados numa versão de noventa minutos.
Se a mídia brasileira pretende prestar uma homenagem sincera a Eduardo Coutinho deve movimentar-se e autorizar a exibição deste monumento cinematográfico. Será uma demonstração de maturidade e grandeza de uma indústria que raramente assume o seu papel de inspiradora de superações e avanços.
Com a palavra, Eduardo Coutinho, um cabra marcado para viver.
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