O jornalista Arthur Cantalice, de 81 anos, passou mal às 16h30 de terça-feira (15/4), quando discursava na reunião do Conselho Deliberativo da ABI. Socorrido pelos companheiros, entre os quais o jornalista Fritz Utzeri, que é médico, ele não resistiu a um fulminante ataque cardíaco.
Cantalice era sócio da ABI desde 1973, foi diretor da entidade na gestão de Prudente de Moraes, neto (1975-1977) e era membro do Conselho Deliberativo da Casa desde 2006. Articulista do semanário Correio da Lavoura, de Nova Iguaçu, no qual mantinha a coluna política ‘O negócio é o seguinte’, ele começou no jornalismo como crítico de programas de rádio do jornal comunista Imprensa Popular, que deixou de circular um ano depois.
Após essa iniciação no jornalismo, passou a trabalhar no porto do Rio de Janeiro, onde teve posições de liderança que o levaram à direção da antiga União dos Portuários do Brasil. Por essa militância, foi preso, processado e demitido da extinta Administração do Porto do Rio de Janeiro. Com a promulgação da Constituição de 1988, foi anistiado, reintegrado e aposentado compulsoriamente por motivo de idade. Torcedor do América Futebol Clube, que lhe deu nos últimos dias a tristeza do rebaixamento para a segunda divisão do futebol carioca, ele editava numa dependência do Salão de Estar da ABI, no 11º andar do Edifício Herbert Moses, um jornal mural em que comentava com atualizações diárias assuntos variados, da política ao esporte, da economia à moda, do meio ambiente à política internacional.
Os presidentes da ABI, Maurício Azêdo, e de seu Conselho Deliberativo, Fernando Barbosa Lima, emitiram declaração lamentando o seu falecimento. ‘Cantalice era devotado ao interesse público e ao progresso social, muito seguro na exposição de suas idéias e coerente em seus opinamentos, com freqüência revestidos de extremada franqueza’, diz a declaração.