Wednesday, 27 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Sempre alerta contra as injustiças

Morreu em 18/7 o jornalista britânico Paul Foot, em decorrência de um ataque cardíaco. Aos 66 anos, Foot ficou conhecido como um grande defensor das vítimas de injustiças. ‘Há mais gente andando pelas ruas da Grã-Bretanha que foi libertada da prisão por Paul Foot do que por qualquer outra pessoa’, disse um vez Roy Greenslade, um de seus editores no jornal Daily Mirror. ‘Ele não é apenas um bom jornalista; é um personagem único’, completou.

Socialista comprometido com a causa, trotskista convicto, Foot não sabia fazer jornalismo balanceado. Nem tentava. ‘Ainda assim, ele produzia um trabalho excelente’, diz seu obituário na revista Economist [31/7/04]. Como um experiente cão de caça, vasculhava e levantava informações que pessoas poderosas faziam de tudo para esconder.

Engajado e atuante

Sobrinho de políticos e filho de diplomata – seu pai foi governador de Chipre e embaixador britânico nos EUA – não tinha como Foot não ser politizado. Em duas ocasiões, o jornalista engajado se candidatou a cargos públicos. A primeira em 1977, para o Parlamento, e a segunda em 2002, à prefeitura de Hackney, ao leste de Londres. Falhou nas duas vezes. ‘Claramente, não se entregou de coração em nenhuma delas’, diz a Economist.

Talvez pudesse fazer mais como jornalista, carreira que abraçou desde os tempos de colégio, quando escrevia para o jornal da Shrewsbury School. Seus colegas eram Christopher Booker, Richard Ingrams e Willie Rushton, que em 1961 fundariam a revista Private Eye. Foot se juntou a eles seis anos mais tarde. Mesmo tendo trabalhado para diversas publicações ao longo dos anos – como a revista Isis e os jornais Daily Record, Daily Mirror e Guardian –, ele nunca cortou de vez sua ligação com a Private Eye.

O jornalista também escreveu diversos livros ao longo dos anos, entre eles Immigration and Race in British Politics (Imigração e raça na política britânica), em 1965; Why You Should Be a Socialist (Por que você deveria ser um socialista), de 1977; e Words as Weapons (Palavras como armas), escrito em 1990.

Foot foi casado três vezes e deixa quatro filhos.