Os tempos mudaram, e os comportamentos têm que mudar junto. Editoras de jornais e revistas estão começando a deixar a rivalidade de lado e a adotar um espírito colaborativo quando o assunto é conteúdo digital. O censo anual da Associação de Editoras Online do Reino Unido (AOP, na sigla em inglês), divulgado em março, reflete esta tendência. “As editoras estão se unindo para entender como podem trabalhar de maneira colaborativa”, resume Lee Baker, diretor da Associação. “Estamos vendo que isso ocorre cada vez mais e de maneira mais sofisticada”.
Os membros da AOP são, em grande maioria, os braços digitais de empresas de mídia tradicionais como a News International e Trinity Mirror; editoras como a Condé Nast e emissoras de TV como BBC, ITV e British Sky Broadcasting. Todos estes grupos enfrentam competição crescente por parte de redes de lojas e supermercados, entre outros, que cada vez mais investem em conteúdo online em seus sites para ampliar o alcance aos consumidores – sem ter que passar pela publicidade nos sites de notícias. Outro fator que preocupa é o novo formato de compartilhamento de publicidade operado por companhias como o Google.
Corrida tecnológica
Desta forma, as editoras decidiram agir. “Há uma sensação de que há um atraso das editoras na corrida tecnológica com as agências de mídia”, diz Baker. Agora, elas tentam, juntas, recuperar o tempo perdido para responder às ameaças. Também existe a compreensão de que o trabalho compartilhado ajuda a acelerar o mercado e a economia de recursos.
Segundo a pesquisa, 72% das companhias midiáticas entrevistadas pela AOP estão colaborando ou construindo parcerias com outras editoras, ou planejam fazê-lo em breve. Estas parcerias incluem sindicalização de conteúdo, compartilhamento de dados do público e tecnologia licenciada.
Um das grandes prioridades dos membros da Associação é o investimento em aplicativos para smartphones e tablets. Ainda que tenham demonstrado diminuição no interesse de erguer as chamadas paywalls, ou barreiras de cobrança, em seus sites, como faz a News International com o The Times, eles buscam meios alternativos de cobrar por conteúdo. O número de editoras que planejam contratar mais funcionários para a produção de aplicativos subiu de 41% no ano passado para 52%. Muitas também querem investir mais de produção de vídeos online. Informações de Tim Bradshaw [Financial Times, 26/3/12].