Um novo estudo do instituto de pesquisas Pew mostra que tablets, e principalmente smartphones, são agora a fonte primária de notícias para 27% dos americanos. Especialistas acreditam que este número subirá para 50% em três anos. A conclusão faz sentido: assim como o rádio tornou-se um dos maiores fornecedores de notícias porque era um meio portátil, o mesmo acontecerá com tablets e smartphones.
Ao mesmo tempo, trata-se também de um desenvolvimento desanimador; os investimentos em publicidade na web são apenas uma fração dos da mídia tradicional e, nos aparelhos móveis, este número é ainda menor. A taxa de conversão (métrica para medir estratégias de publicidade) aproximada nos veículos offline é de US$ 100 (cerca de R$ 182), US$ 10 (R$ 18) na web e US$ 1 (R$ 1,8) nos aparelhos móveis.
Em parte, as razões para isso são puramente mecânicas: na web, são colocados três ou quatro anúncios na página, significando que uma média de CPM (custo por mil impressões) de US$ 1, com sorte, pode se tornar uma RPM (receita por mil impressões) de US$ 4, contra US$ 20 a US$ 40 CPMs na mídia tradicional. Já o CPM nas plataformas móveis fica perto de US$ 0,25 – e, nas telas pequenas, só é possível colocar um anúncio por vez.
Ouro na TV
Além disso, estes aparelhos ainda são associados a termos como “visão superficial” e “desatenção” dos leitores. Há quem, inclusive, consuma notícias no telefone celular enquanto dirige. Esta resistência dos anunciantes desafia a lógica do marketing, que diz “vá atrás dos seus clientes”. As marcas e as grandes agências anunciam a empolgação com a revolução digital, ao mesmo tempo em que dobraram o investimento em TV, fazendo de 2011 um ano de ouro para a publicidade televisiva.
Segundo uma pesquisa recente da Kanter Media, anúncios em TV subiram 7,7% no quarto trimestre de 2011 (2,4% a mais do que o ano anterior), enquanto anúncios de busca na internet caíram 6,4% (2,8% a menos) e anúncios na internet sofreram uma queda de 5,9% no quarto trimestre (5,5% a menos). Agora, há uma expectativa de que isto deva mudar – afinal, agências e marcas não podem ficar presas ao passado para sempre. Informações de Michael Wolff [The Guardian, 27/3/12].