Há quase dois anos e meio, o Forbes.comcomeçou sua transformação de um site de notícias para uma plataforma de publicação. Uma equipe de designers e especialistas em tecnologia tiveram o desafio de repensar a experiência online e redesenhar o site. Eles começaram reunindo um exército de “colaboradores”: jornalistas freelancers, acadêmicos e especialistas, muitos recebendo uma taxa de acordo com o tráfego que geram ao site. Hoje, são mil colaboradores.
A Forbes.com publica atualmente 500 conteúdos ao dia, geralmente com 25 posts sobre o mesmo tema. Um banner no topo do site mostra quantos posts foram publicados na última hora. Os planos são de expansão para Europa, de onde vêm 5 milhões de visitantes únicos ao mês – 2 milhões apenas do Reino Unido.
Novo modelo trouxe mais audiência
A mudança para um tipo diferente de plataforma de publicação e um novo modelo de jornalismo online levou a um aumento dramático no tráfego do site, informou Lewis D'Vorkin, diretor de produtos do site. Segundo a empresa Omniture, o número de visitantes mais do que dobrou em pouco mais de dois anos: de 15 milhões de visitantes únicos ao mês para 37,5 milhões.
Ao contrário do modelo do Huffington Post, a Forbes paga os colaboradores – com 30% a 35% do total do orçamento gasto com eles. O pagamento é calculado com base no número de vezes que uma matéria é vista. “Nosso modelo dá voz às pessoas e aos especialistas, além de uma chance de eles ganharem dinheiro”, disse D'Vorkin, acrescentando que nem todos os colaboradores são pagos. Alguns escolhem não se comprometer com os termos que requerem um número específico de artigos ao mês. “Temos alguns colaboradores que geram um milhão de visitantes únicos ao mês aos seus posts. Isso é muito. Se você conseguir essa audiência por mês a cada mês do ano, você tem uma receita de seis dígitos. Isso é um trabalho. As pessoas que geram 500 mil visitantes estão bem”.
Espaço para marcas
Não são apenas freelancers e especialistas que estão recebendo para postar conteúdo. Marcas estão sendo pagas para postar conteúdo diretamente no site, sem filtro de um editor, na seção BrandVoice. Há um serviço semelhante na edição impressa da revista. “Temos 12 ou 13, como Microsoft, Dell e Oracle, que estão publicando conteúdo e atraindo audiência”, disse D'Vorkin. “Tudo de modo transparente, com identificação”.
Segundo ele, o modelo ainda é de difícil compreensão para jornalistas. “Mas é importante que a mídia entenda o que os anunciantes querem e que estamos aqui para dar soluções, não obstáculos. Temos que descobrir modos de sermos parceiros”, afirmou.
Mídias sociais e mobile
As redes sociais estão atraindo 1/5 da audiência do Forbes.com. “Nosso objetivo é colocar jornalismo oficial no centro da experiência de mídia social”, disse. Basta clicar na página “tempo real” para ver o número de compartilhamentos – geralmente mais de 50 mil em um período de 24 horas. A Forbes.com tem atualmente 28% do tráfego de aparelhos móveis. Para responder a esta mudança de comportamento, será lançada uma nova revista para iPad em dezembro. Com informações de Sarah Marshall [Journalism.co.uk, 29/11/12].