A Coalizão para Medição Inovadora de Mídia (Coalition for Innovative Media Measurement, em inglês), grupo da indústria midiática americana criado para pensar nas melhores métricas para medição da audiência, divulgou na semana passada os resultados de um estudo de dois anos que usa um sistema de código para monitorar itens de mídia – de clipes a comerciais –, semelhante ao que os Correios usam para monitorar suas entregas.
O grupo defendeu a adoção do novo sistema em um evento em Nova York, defendendo que permitiria que empresas de mídia acrescentem bilhões de dólares às suas receitas e economizem milhões de dólares nos sistemas atualmente usados para rastrear a mídia. As empresas também terão a capacidade de determinar onde, quando e como o conteúdo é visto.
Algumas das companhias envolvidas na fase de testes foram NBC Universal Media, Viacom, Turner Broadcasting, Starcom MediaVest Group, ESPN, Hulu, ABC, Nielsen, Arbitron e comScore. “Marcas, anunciantes e redes produzem mais conteúdo do que nunca mas, infelizmente, a indústria ainda não tem a habilidade de identificar precisamente e rastrear os itens em todos os pontos de distribuição”, afirmou Jane Clarke, diretora administrativa da coalizão.
Para Janice Finkel-Greene, vice-presidente-executiva de compras de análises da MagnaGlobal, a unidade estratégica do Interpublic Group, o sistema também ajudaria anunciantes a administrar a quantidade de dados disponíveis de fontes como redes sociais e empresas de pesquisa como a Nielsen. “Temos todos estes dados maravilhosos, mas temos dificuldades em reuni-los”, disse. O sistema ainda auxiliaria no direcionamento de anúncios para diferentes públicos e ajudaria as empresas a automatizar o que é frequentemente um processo manual de codificação de conteúdo. “Empresas gastariam menos tempo reunindo dados e mais tempo fazendo análises”, resumiu Janice.
Charles Kennedy, vice-presidente de pesquisa da ABC, disse que a atuação da indústria midiática vem sendo “dificultada pela intensidade e complexidade” do trabalho de rastrear a mídia digital. Para ele, usar um sistema padronizado de código ajudaria a empresa a mostrar os anúncios certos para as pessoas certas, especialmente os que veem conteúdo online. Se um consumidor assistir a um programa na ABC dias depois de ter sido exibido na TV, a emissora poderá mostrar ao telespectador os anúncios atualizados e lucrar com eles. “Nos ajudará a ir para um mundo no qual temos dinâmica e inserção”, avaliou.