Quando resolveu estamparem sua capa uma foto do jovem Dzhokhar Tsarnaev, suspeito do ataque a bomba na Maratona de Boston, em abril, a Rolling Stone sabia que enfrentaria polêmica. A revista foi acusada de transformar um criminoso em uma estrela e de glorificar suas atitudes. Pelo menos duas redes de farmácias nos EUA – que vendem revistas – decidiram boicotar a edição.
Mas a controvérsia acabou se traduzindo em curiosidade e atenção para a Rolling Stone: as vendas impressas dobraram. Nas plataformas digitais, houve o mesmo fenômeno.
A revista divulgou uma prévia da capa em seu site em 16 de julho, e postou a matériasobre Tsarnaev – que prometia mostrar “como um estudante popular e promissor, sem o apoio da família, envolveu-se com o islamismo radical e se tornou um monstro” – no dia seguinte. A prática de divulgar os artigos de capa na internet é relativamente nova para a publicação.
Juntas, as duas postagens provocaram o aumento do tráfego online. Na semana que terminou em 21 de julho, a página Rollingstone.comteve 1.5 milhão de visitantes nos EUA, em um aumento de 41% sobre o tráfego da semana anterior. Considerando todo o mês de julho, o tráfego do site subiu 20% na comparação anual, com 3.6 milhões de visitantes únicos.
A resposta nas redes sociais também foi expressiva. Mais de 105 mil leitores “curtiram” os artigos no Facebook e outros 5.600 compartilharam os links no Twitter diretamente do site da revista. Combinadas, as duas plataformas receberam mais de 12.500 comentários.