A editora alemã Bauer Media declarou que encerrará as atividades da revista Der Landser, criticada por um grupo judaico americano por retratar de forma heroica criminosos de guerra da Segunda Guerra Mundial. Segundo o Centro Simon Wiesenthal, de Los Angeles, a revista promovia histórias elogiosas sobre autoridades e batalhões associados ao Holocausto, ignorando as atrocidades cometidas.
A Der Landser sobrevivera a diversos desafios desde sua criação, em 1950, por um veterano de guerra alemão. A revista há muito estava no centro de um debate sobre como equilibrar a liberdade de expressão com o esforço de erradicar movimentos neonazistas e antissemitas no país. Propaganda nazista é ilegal na Alemanha, assim como a negação do Holocausto.
Popular à direita
Uma edição recente da Der Landser focava nas proezas de uma unidade paramilitar nazista na Grécia que compunha as forças de segurança de Hitler. A revista enfatizou que os aldeões gregos teriam ficado agradecidos por ter sido conquistados.
Segundo o rabino Marvin Hier, fundador do Centro Wiesenthal, a editora Bauer “não teve outra alternativa dadas as provas contundentes”. “Eles fizeram a coisa certa” ao fechar a revista, disse.
Em declaração, a Bauer Media, com sede em Hamburgo, afirmou que um advogado contratado não considerou a revista como ilegal, mas a empresa decidiu fechá-la pois ela não se encaixaria mais em seu portfólio. Originalmente, os leitores da Der Landser eram veteranos de guerra alemães, mas ela também se tornou popular entre militantes da extrema-direita.